O ministro da Saúde, Nelson Teich, exonerou 13 servidores da pasta na quinta-feira (7). As trocas já estavam previstas desde a saída de Luiz Henrique Mandetta (DEM) do cargo de ministro, em 16 de abril, e algumas mudanças foram feitas a pedido dos servidores. A nova gestão tem loteado cargos estratégicos com militares e promete também espaços a partidos do Centrão, como PL e PP. Para gestores do SUS, Teich parece “tutelado” pelo Palácio do Planalto e pela ala militar do governo. O ministro nega a tutela. Em reunião na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira, ele afirmou que é “o líder” do ministério. As mudanças esvaziam áreas estratégicas, como a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps), que trata da gestão de postos de saúde, ambulatórios e atendimentos de “saúde da família”, e a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), responsável pela elaboração de diretrizes do governo federal sobre a resposta à Covid-19, incluindo medidas de isolamento social. Foram exonerados da SVS Sônia Maria Feitosa Brito e Rodrigo Lins Frutuoso. Eles atuavam na pasta há mais de uma década e faziam parte da equipe de Wanderson Oliveira, secretário Nacional de Vigilância em Saúde. As demissões foram pedidas pelos próprios servidores. Oliveira também chegou a pedir para sair do governo nos últimos dias da gestão Mandetta, mas segue no órgão por solicitação de Teich. Entre os exonerados nesta quinta, seis nomes atuavam na Saps. A pasta está sem secretário titular desde 30 de abril, quando o médico Erno Harzheim foi exonerado. Ele entrou no governo Jair Bolsonaro por indicação do médico João Gabbardo, que também deixou a pasta após a saída de Mandetta.