Ao usar a tribuna da Câmara Municipal na segunda-feira (19), a secretária municipal de saúde, Irene Goralski relatou um histórico com todo empenho para manutenção no município do serviço de hemodiálise junto a Clínica Renal, assunto e preocupação já abordado pelo diretor recentemente junto aos vereadores. “Consideramos a situação nacional, por se tratar de alta complexidade e o governo federal não está fazendo o reajuste adequado. Preocupa muito é que no último dia 10 de fevereiro recebemos comunicado da Clínica, confirmando que não tem como manter os serviços” afirmou a secretária. Destacou ainda que no dia 29 de fevereiro de 2020, se encerra o contrato com Xanxerê de complemento. Sem interesse de governo ou municípios, será dado descontinuidade ao serviço. Nesta situação, a Clínica tem 30 dias para comunicar o estado e o município terá 30 dias para recolocar estes pacientes de alto risco. “Vejo uma situação muito preocupante dessas pessoas que utilizam a Clínica Renal no mínimo três vezes por semana, lá permanecendo quatro horas cada dia. É preciso muito cuidado com alimentação, consumo de água e não podem ser programadas viagens. Hoje, temos 60 vidas que estão recebendo atendimento aqui, mas que terão que ser encaminhadas para Joaçaba, Chapecó ou onde existirem vagas”, citou Irene Goralski. Em setembro de 2019, foi procurada a Promotoria Pública, comunicando que se não houvesse ajuste dos governos federal ou estadual, a Clínica não teria condições de manter seus atendimentos. No mês de novembro foi questionado o município, sobre qual a atitude ou iniciativa com a descontinuidade da prestação desse serviço de hemodiálise. A situação encontrada foi de insistir com o atendimento em Xanxerê, ou teria que enviar esses pacientes para outras regiões em clínicas que tivessem espaço. Dia 5 de dezembro, aconteceu uma reunião com os secretários de saúde da região da Amai que abrange 14 municípios, para buscar mobilização de todos e buscar apoio junto ao governo do estado, para um complemento ou solução para o caso. Dia 16 de dezembro, reunião com todos os prefeitos da Amai, demonstrando a situação preocupante, inclusive por se estar no final de ano. Prefeitos pediram para agilizar uma reunião com a Promotoria, visando uma alternativa para o período. Esta reunião ocorreu no dia 17. Como se poderia proceder? Período de férias, mudança de profissionais? Sem alternativa naquele momento a Promotoria recomendou a todos os municípios, que se fizesse um complemento que seria de responsabilidade do Ministério da Saúde. Cada município seria responsável no período de dois meses, de destinar R$ 60 por sessão de hemodiálise a cada paciente de sua cidade. Foi efetuado todo um credenciamento, mas aí uma surpresa: Xanxerê foi o único a fazer e regulamentar o credenciamento, cumprindo com as recomendações do Ministério Público. Teve a situação de que alguns municípios até fizeram credenciamento, mas não repassaram o recurso. Do município de Xanxerê existiam 11 pacientes em 2019 e hoje já conta com 13 sendo atendidos. A secretária informou ainda que em janeiro o município repassou pelo credenciamento onde foi firmado compromisso, o valor de R$ 8.220,00 e que nesse meio tempo, também foi agendada uma reunião de lideranças da região com o governador do estado, de onde se aguarda uma resposta.
Ass.Com.