A situação vivida pelos produtores rurais catarinenses, especialmente nas regiões Oeste, Extremo Oeste e Meio Oeste, preocupa a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC). Conforme dados da Epagri/Ciram o déficit hídrico no ano alcança 801,9mm, 711mm e 895,9mm, respectivamente. A estiagem que atinge o estado teve início em junho de 2019 e é a mais severa desde 2005. O dirigente afirma que um dos pedidos feitos pelos produtores é a maior agilidade nas licenças ambientais para construção de poços artesianos. A burocracia e o tempo de espera não estão acompanhando a urgência da situação da falta de água no Estado. De acordo com levantamento feito pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), o Extremo Oeste é a região catarinense cujos cultivos estão em situação mais delicada. Em seguida aparecem o Oeste e Meio Oeste. Milho (silagem e grão), fumo e pastagens sãos as culturas mais atingidas até o momento. O milho silagem acumula perda média de -6,75% na produção estadual, resultando numa produção esperada de 8,8 milhões de toneladas. Na região Extremo Oeste a perda média é de -13,76%, enquanto no Oeste fica em -7,24% e no Planalto Norte chega a -10,03%. Alguns municípios destas regiões já contabilizam perdas na produção superiores a 60%. Para o milho grão da primeira safra, até o momento, a perda média esperada para o Estado é de -4,12%. O maior impacto está no Extremo Oeste, onde a quebra de produção média é de -19,07%. No Oeste a perda está em -9,2%. Neste cenário, a produção esperada é de 2,8 milhões de toneladas. O fumo enfrenta até agora uma redução média de -1,92% no Estado, com produção estimada em 209,7 mil toneladas. Fumicultores do Extremo Oeste já acumulam perdas de -14,16%, no Oeste as perdas são de 7,94% e no Meio Oeste chegam a 6,05%. Até o início de novembro, diversas regiões registravam impactos negativos da estiagem sobre a qualidade e quantidade de pastagens disponíveis para a produção animal, o que afeta o ganho de peso e a produção de leite, bem como na disponibilidade de água para os animais. As regiões mais atingidas também são Extremo Oeste, Oeste e Meio Oeste, que respondem por 80% da produção leiteira catarinense.
Foto: FAESC