Santa Catarina se mantém como referência em saúde animal e defesa agropecuária. Nesta terça-feira (25), o estado comemora 14 anos do reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O status sanitário diferenciado foi fundamental para que o estado se tornasse o maior produtor e exportador de carne suína de todo o país, além de abrir as portas para os mercados mais exigentes e competitivos do mundo. A certificação da OIE é o maior reconhecimento sanitário que um estado ou país pode alcançar e demonstra ao mundo, principalmente aos mercados internacionais, o cumprimento de vários requisitos técnicos para assegurar a saúde dos rebanhos. Como a febre aftosa é uma doença com alto risco sanitário e gera um enorme impacto econômico, alguns países só compram carnes de áreas livres da doença sem vacinação – onde não existe circulação do vírus e, consequentemente, o controle sanitário é mais rígido. Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, o estado se tornou uma ilha de sanidade no país, com um sistema de defesa agropecuária que se tornou um exemplo nacional e internacional. Desde a suspensão da vacina em Santa Catarina, o estado se consolidou como grande produtor e exportador de carnes, com acesso aos mercados mais exigentes do mundo. Atualmente, a produção catarinense é comercializada em mais de 150 países e os embarques de produtos de origem animal respondem por 38% de todo comércio internacional catarinense. Conforme o presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), José Antônio Ribas Júnior, a certificação internacional trouxe grandes conquistas para Santa Catarina e é um patrimônio imensurável. Para manter o status sanitário diferenciado, os esforços são imensos. A Cidasc mantém 63 barreiras sanitárias fixas nas divisas com Paraná, Rio Grande do Sul e Argentina que controlam a entrada e a saída de animais e produtos agropecuários. Além do controle do trânsito de animais e produtos de origem animal nas fronteiras, em Santa Catarina todos os bovinos e bubalinos são identificados e rastreados. Em Santa Catarina não é permitida a entrada de bovinos provenientes de outros estados que não tenham o reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) de zona livre de febre aftosa sem vacinação. Para que os produtores tragam ovinos, caprinos e suínos criados fora de Santa Catarina é necessário que os animais passem por quarentena tanto na origem quanto no destino e que façam testes para a febre aftosa, exceto quando destinados a abatedouros sob inspeção para abate imediato. O Governo do Estado mantém ainda um sistema permanente de vigilância para demonstrar a ausência do vírus de febre aftosa em Santa Catarina. Continuamente, a Cidasc realiza inspeções clínicas nos rebanhos, além de dispor de uma estrutura de alerta para a investigação de qualquer suspeita que venha a ser notificada pelos produtores ou por qualquer cidadão. A iniciativa privada também é uma grande parceira nesse processo, por meio do Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa).