O Ministério da Saúde estuda incluir a aplicação de vacina contra a Covid-19 em crianças de cinco a 11 anos na campanha nacional de imunização de 2022. A possibilidade ganhou corpo após a Pfizer anunciar que vai enviar um pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para obter autorização para usar o imunizante da farmacêutica americana no grupo.
Sem aval da Anvisa, não é possível incluir as crianças no cronograma de vacinação, adiantou o ministro Marcelo Queiroga. “É necessário que haja registro na Anvisa. Não só para a população abaixo de 12 anos, mas para qualquer público”, disse o ministro ao anunciar o planejamento de vacinação para 2022, em coletiva no início do mês.
Mesmo com a ressalva, a pasta trabalha com a previsão da incorporação do público, que deve demandar cerca de 70 milhões de doses a mais. No entanto, a dosagem aplicada durante o estudo feito pela Pfizer na faixa etária anos corresponde a um terço da usada no público acima dessa faixa, o que, a priori, demandaria menos ingrediente farmacêutico ativo (IFA) para vacinar o grupo.
O ensaio, realizado com aproximadamente 2 mil crianças, revelou 90,7% de eficácia contra o novo coronavírus. Em reunião nessa terça-feira, o Comitê Consultivo de Vacinas e Produtos Biológicos Relacionados da agência reguladora dos Estados Unidos — Food and Drug Administration (FDA) — apoiou a aplicação do imunizante no público, avaliando que os benefícios individuais e coletivos superavam os riscos. Apesar do caráter consultivo, a avaliação normalmente é seguida pela FDA.
Diante da novidade, a Pfizer comunicou que entrará com o pedido em breve na Anvisa. “A submissão do pedido à Anvisa para a aprovação do uso da vacina ComiRNAty, da Pfizer/Biontech, para crianças entre cinco e 11 anos deve ocorrer ao longo do mês de novembro de 2021”, adiantou.
Em junho, a Pfizer também conseguiu a autorização da agência para aplicar a vacina em adolescentes com 12 anos ou mais. Como já existe registro definitivo no Brasil, a expectativa é positiva para a aprovação do novo pedido.
Por isso, o Ministério da Saúde articula a inclusão do público no Programa Nacional de Imunizações (PNI). A avaliação interna, como apurou o R7, é que a medida traria mais conforto para a continuidade das atividades presenciais nas escolas, além de auxiliar na política coletiva de imunização em massa, ajudando a conter o vírus em um momento em que o país passa por flexibilizações das medidas de restrição impostas pela pandemia.