O agronegócio catarinense está passando por uma transformação, com a ocupação das áreas produtivas também no inverno. Incentivados pelo governo do Estado, os agricultores estão apostando na produção de trigo, triticale, centeio, aveia e cevada para aumentar a renda na propriedade e a competitividade das cadeias produtivas de carne e leite. As estimativas do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) apontam para um aumento de 55% na colheita de trigo em Santa Catarina, já para a safra 2021/22. Santa Catarina deve colher 267,1 mil toneladas de trigo em 80,6 mil hectares plantados na safra 2021/22. O aumento surpreendente é resultado do Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno, lançado pela Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural com investimentos de R$ 5 milhões. O secretário Altair Silva explicou que, inicialmente, a meta era aumentar em 20 mil hectares a área plantada com cereais de inverno em Santa Catarina, e os resultados já superam todas as expectativas. Para a nova safra 2021/22, é esperado um aumento de 38% na área de cultivo de trigo e todas as regiões produtoras ampliaram a área semeada – principalmente em Chapecó, Canoinhas e Curitibanos. Além do apoio da Secretaria da Agricultura, outros fatores também interferiram nas escolhas dos produtores, como a alta nas cotações do dólar e também nos preços pagos ao produtor. Além do trigo, Santa Catarina registra alta também no cultivo de aveia. Na safra 2021/22, os catarinenses devem produzir 53,7 mil toneladas de aveia, um incremento de 24% em relação ao ciclo agrícola anterior. A expectativa é de que o cereal ocupe 39,4 hectares no Estado, área 13% superior à ocupada na safra 2020/21. A aveia produzida no território catarinense é toda usada para formação de pastagem de inverno para pecuária de corte e de leite, atividade de importância econômica para o Estado, infrmou o analista da Epagri/Cepa João Alves.