A Receita Federal apreendeu um grande carregamento de armas e munições. Ao todo, 24 fuzis AR-15 e 242 munições foram encontradas em quatro contêineres carregados com mercadorias vindas ilegalmente do Estados Unidos e que atracaram no porto de Navegantes. Esta é a maior apreensão de fuzis já realizada em Santa Catarina. De acordo com comunicado da Receita, as suspeitas sobre a carga surgiram durante a verificação física dos contêineres. A carga caiu no canal de verificação em operação de rotina na alfândega – é comum que parte dos contêineres de importação passam pelo scanner, ou sejam abertos. Foi quando a fiscalização detectou a primeira fraude: falsa declaração de conteúdo. Os documentos de importação afirmavam que a carga era de vasos. Mas, na verdade, os contêineres continham suplementos alimentares, equipamentos médicos, smartphones de última geração, eletrônicos, calçados, roupas e bonés de grifes famosas. Todos importados ilegalmente, ou seja, mercadorias de descaminho. As peças dos fuzis, e a munição, estavam escondidos em meio a esses produtos. O que exigiu que toda a mercadoria fosse aberta e inspecionada – um total de 80 toneladas. A ação demandou 24 horas de trabalho da fiscalização iniciada na última quinta-feira. As armas e munições foram entregues à custódia da Polícia Federal, que seguirá com as investigações. Na sequência, serão encaminhadas ao Exército Brasileiro. O delegado Tales Teixeira Junior, da Delegacia da Polícia Federal em Itajaí, explicou que, a princípio, o destino dos fuzis é a destruição. Mas não se descarta solicitação à Justiça para uso nas forças de segurança, por se tratarem, segundo ele, de armas de excelente qualidade. O inquérito instaurado pela PF vai identificar o exportador e o importador da carga. Por enquanto, nem a polícia nem a Receita informam de qual porto norte-americano saíram os contêineres, nem se Navegantes era o destino final. A pena por importar armas de fogo é de até oito anos de prisão, com acréscimo de 50% por serem armas de calibre restrito. A importação por via marítima também é considerada um agravante.