Que a raça humana, a sociedade e o próprio planeta estavam em crise antes do Coronavírus não há dúvidas. Mas a pandemia, nesse cenário, não pode ser vista como o fim do mundo. Ao contrário, tomara que ela abra um espaço para se debater um novo mundo. E meditar seriamente sobre exageros e descaminhos que a sociedade atual vem adotando ao longo das últimas décadas. Um momento de (profunda) reflexão talvez seja o grande benefício a ser usufruído na vigência da pandemia. Para isso nunca é tarde lembrar: Muita calma nessa hora. O pânico também é péssimo conselheiro. Na verdade, é um perigoso acompanhante. Manter a serenidade pode ser difícil, mas é extremamente necessário. Imprescindível. Nada de desespero! E nada melhor para evitar o pânico que buscar manter o bom humor, ou ao menos não desistir dele. A Humanidade já esteve muitas vezes à beira de graves riscos de perder boa parte de sua população – e em alguns casos perdeu. Mas temos ampla capacidade e potencial para sair de mais esta situação. Otimismo é santo remédio. Cultive isso!
Ao começar a trabalhar na imprensa xanxerense há mais de 30 anos atrás ouvi muito a pergunta: “mas tem notícia para fazer um jornal, aqui”? Minha resposta era de que notícias nunca faltam, existem sempre e que é só correr atrás delas, “pero que las hay, las hay” – igual a bruxas! Nem todo mundo vê, mas existem. E é a pura verdade. Mesmo agora, onde de uma semana para cá tudo gira em torno da pandemia. Os desdobramentos em torno do único fato que mobiliza o planeta inteiro são assustadores, curiosos, inéditos e surpreendentes. E mesmo com tudo rodando em torno de apenas um fato, todos os dias há novidades importantes. Mais uma vez é possível garantir: Notícias não faltam. E daqui quero mandar parabéns aos bravos (as) repórteres que trabalham normalmente – e até mais, para manter a população informada do que acontece em Xanxerê e região. Fui repórter durante muitos anos e confesso que foi uma atividade que eu tinha muita disposição em exercer, apesar do cansaço! O esforço sempre é grande, e permanente! Parabéns a todos (as)! O Jornalismo da região mais uma vez está dando um show de competência, muito bom!
“Já pensou o que seria de nós se não tivesse internet”? A pergunta é da hora, e mesmo lembrando que ainda teríamos o rádio e a televisão, a resposta a ela não é tão fácil de ser formulada. A velocidade da internet e sua abrangência ao transmitir imagens e sons, além de informações escritas, passíveis de serem impressas no papel, e para um número infinito de pessoas, tornam a rede mundial de computadores imprescindível nessa hora. Olhando assim para a pandemia que nos assola, parece até que a internet foi exatamente criada para fazermos frente ao tsunami chamado Coronavírus. Ao mesmo tempo em que podemos louvar essa maravilha da tecnologia – e da imensa criatividade e da inteligência humanas, outra constatação salta aos olhos: Como é que com toda essa ciência ninguém foi capaz de prever, ou de antecipar mecanismos de defesa para uma reles (reles?) mutação de um até agora insignificante vírus? Mistérios da sabedoria e da história humana…mais um capítulo que está sendo escrito!
Reações difíceis de explicar e atitudes surpreendentes, positivas e negativas, fervilham nas redes sociais e na imprensa e nos dão um panorâmica acho que nunca dantes vista sobre o Brasil e os brasileiros. Notícias falsas e informações deturpadas – quase todas espalhando temores e pânico, emoções que temos que evitar nessas horas – multiplicam-se e mostram outra faceta do ser humano. Não é privilégio de jornalista, mas a gente tem por obrigação do ofício, sempre medir, avaliar e tentar confirmar, antes de divulgar, se a informação é verídica, e também se essa informação é de interesse público. Mesmo com todas essas precauções às vezes incorremos em noticiar fatos de forma incorreta, ou até as famigeradas Fake News. Com a internet o bombardeio permanente de informações é tão intenso que chega a “dar nos nervos”… Vai daí que filtrar informações que sejam realmente de interesse geral é muito importante nessa hora.Tanto para quem escreve como para quem lê…
Constata-se diariamente notícias que é bom nem comentar, para não gerar pessimismo diante de alguns seres humanos que nem merecem essa classificação. Mas existem, infelizmente. São segmentos de um Brasil e de brasileiros que não conhecíamos, ou até que ignorávamos, e que estão aí latentes na sociedade. Antes de odiar isso, talvez seja o momento de tentar entender e buscar reverter tais atitudes. Como fazer isso? É difícil responder. Mas ao menos podemos tentar, ao menos com quem está próximo de nós, reverter isso. Já quanto aos representantes legais da população e muitos dos seus seguidores, ao que parece – infelizmente – não há muito a fazer. Autoridades federais arrogantes, demonstrando falta de humanidade, de preocupação social e até de bom senso conseguiram, nos últimos dias, não apenas não melhorar as coisas, como deixar muita gente irritadíssima, desanimada e decepcionada. Mas isso vai amadurecer a cabeça de muitos – especialmente aqueles que teimam em não ver aberrações e absurdos inaceitáveis por qualquer pessoa. E em qualquer tempo!
Quirera Gourmet