“Os bóias frias/quando tomam/umas biritas/espantando a tristeza/sonham/com bife a cavalo/batata frita/e a sobremesa…É goiabada cascão/com muito queijo/depois café/cigarro e um beijo/de uma multa/chamada Leonor/ou Dagmar…”! O “Rancho da Goiabada”, sucesso histórico de Aldir Blanc e João Bosco tem a clássica marca de músicas que não envelhecem. É uma crônica social que retrata com rara fidelidade uma vergonha da qual o Brasil, de novo e infelizmente, se aproxima: A fome ou a escassez de alimentos para a camada mais pobre da população! Gente do povão já está comprando osso e arroz de quinta, para conseguir comer. E o cenário não mostra qualquer indicação de que as coisas vão melhorar…Pena que Aldir Blanc tenha sido ceifado pela Covid. Senão ele tirava o bife a cavalo da letra e botava osso!
Mesmo com a fome batendo na porta – e isso no país que é considerado “celeiro do mundo”, onde o “Agro é tudo” – meios de comunicação social, as concessões do Estado brasileiro (que tem a palavra social em seu nome porque deveriam estar a serviço dos interesses sociais, populares), o rádio e a televisão, teimam em omitir, escamotear ou varrer a verdade dos fatos para debaixo do tapete. Resta dizer a tais ‘sábias criaturas’ que esconder a verdade não acaba com ela! E nem deleta a realidade dos fatos! Porque a verdade sempre prevalece, mesmo que demore um pouco. Ontem ouvi na “Rádia” (como diz o povão) parte do pronunciamento do ministro da saúde, feito na noite de quarta, bem no trecho onde, numa única vez, ele fala o nome do despresidente…. Não restam dúvidas: É desespero…
Sobre a falta de vacinas, nenhuma palavra da imprensa, nem do ministro. Em Xanxerê, neste final de semana não haverá vacinação. Diz nota da prefeitura que é “por conta das baixas temperaturas”. Será mesmo??? Não estariam faltando vacinas – como já aconteceu várias vezes? Tem um elefante, bem grande, mas visível só para poucos, aqui na Campina da Cascavel… A cidade onde os veículos de imprensa rezam TODOS a mesmíssima ladainha! Ou o mesmo hino do puxa-saquismo, bem distante, a léguas de distância do que se chama Jornalismo…O elefante mostra que aqui é cada dia mais visível, na imprensa local, o medão de que “o Jair, já era”! Um dos vários sinais disso é reproduzir parte do pronunciamento do ministro da saúde – certamente cumprindo ordens – exatamente quando ele cita duas vezes o nome do despresidente. Isso chama-se tentar manipular a tal da opinião pública. Mas não todos…
Só não vê quem não quer a tentativa de conter a desabalada queda de aprovação popular, ou de profunda rejeição (70%) que esse desgoverno e seu líder colhem, Brasil a fora, faz meses. E aqui, na pedreira ali na BR-282 até as pedras miúdas já sabem (e comentam a boca pequena, porque aqui é Xanxerê, onde Bolsonaro teve mais de 60% dos votos), que o Jair…. Já era! E por falar nisso, sumiram as manifestações, carreatas de carrões e outros, defendendo o tratamento precoce? Não vai ter mais? É bem verdade que o próprio ministério da saúde do desgoverno, desclassificou oficialmente – com um ano de atraso, em relação ao resto do mundo e à OMS – a eficácia dos tais medicamentos do tratamento precoce. E não se ouviu mais falar nisso. Nem aqui, nem em Chapecó!
Seria hilário, cômico – se não fosse trágico, para o Jornalismo local e do Oeste, o silêncio sepulcral que reina sobre as cabeças dos defensores do tratamento precoce – que teve até carreata a favor. Nos tempos em que o Jornalismo Oestino era respeitado, tais absurdos não tinham abrigo: Saía nos jornais, nas rádios e na TV Record. Hoje, sai em imprensa alguma! De cima de um monte de Quirera, este “munhero”, mesmo aposentado e sem muitos contatos com fontes CONFIÁVEIS, verifica e confere: NÃO SE FALA MAIS em tratamento precoce…. Porque será??? É sabido, e comentado nas internas que o tal tratamento poderia, digamos, ter adiado o precoce…. Desaparecimento de algumas pessoas bem conhecidas – e muito estimadas, da comunidade, em Xanxerê. Mas ninguém – da Imprensa – quer falar nisso. Nem médicos defensores do tratamento, nem o pessoal da carreata. E é (até) um silêncio precoce, porque ainda vai render…
Fui durante quase 30 anos repórter de rua em Florianópolis, Xanxerê e em Chapecó, no período em que o Brasil começou a sair e saiu da Ditadura militar. No começo a imprensa catarinense e Oestina era manietada e direcionada por vetustos coronéis da tacanha direita – que não deixaram saudades. Mas já em anos de abertura, já não se deixava nenhuma notícia – igual a essa grande “barriga” do tratamento precoce – “passar batida”. Principalmente aqui no Oeste, onde o prefeito João Rodrigues – de Chapecó, polo econômico e político da região – foi o grande baluarte na divulgação, defesa e incentivo ao uso (nunca recomendado) de medicamentos que a Organização Mundial da Saúde jamais indicou como válidos para tratar a Covid.
Não resolvi falar de barrigas da vexatória imprensa radical de direita em praticamente no Oeste inteiro, por falta de assunto. Porque o sentimento é de vergonha do “jornalismo” que temos. Resolvi falar nisso, vejam bem 1, 2 e 3, só para deixar registrado que nem todos estão comendo mosca e não enxergando as patacoadas, um filme pastelão! É risível a tentativa de “segurar a onda” de Bolsonaro, despencando na preferência popular – inclusive em Xanxerê! Aos que ainda não viram, ou não querem ver essa realidade conto só isso: Até um pesquisador e conhecedor da opinião pública – que aderiu de mala e cuia ao bolsonarismo – já abandonou o barco! Não é para dar gargalhadas porque o que virá após esse desgoverno trágico, ridículo, retrógrado e condenado por mais de 70% dos brasileiros, não será fácil de superar!
Enquanto isso, alguns ótimos resultados das Olimpíadas parecem, também, estar desafiando esse desgoverno. Nesta quinta feira mais uma atleta de origem humilde, negra e pobre (faço questão de frisar), de família com oito filhos – a Ginasta Rebeca Andrade – surpreendeu e ganhou medalha de prata na Ginástica Individual! Isso significa sagrar-se a segunda melhor do mundo na categoria. Para variar, Rebeca se esforçou muito para chegar lá, passou por três cirurgias no joelho e foi muito incentivada pela própria mãe, Dona Rosa! É bem verdade que a desistência na maior ginasta dos EUA na competição ajudou essa conquista. Mas isso não diminui a vitória de Rebeca! A todos os medalhistas brasileiros – alguns não citados nominalmente aqui – meus parabéns e, com certeza, os parabéns e os agradecimentos de todos brasileiros, nesta hora mais que nunca carente de notícias verdadeiras, positivas, muito boas e dignas de comemorações!