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30/03/2021 às 07:46
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Quirera Gourmet – 30/03/2021

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho
Imobiliária Fabiano Santos 137876

2021, e Nossa Espera Das Velhas e Boas Novidades

Já se foi 25% do ano e 2021 está cada vez mais parecido com 2020, um ano que entrou na história também porque muitos acham justo ser desconsiderado e ignorado na computação da idade. E seria bom mesmo classificar 2020 como algo que não existiu, mas não dá. Ele trouxe a maior preocupação dos últimos 100 anos, em todo o planeta. Daí não tem como ignorá-lo e mais: Podemos ir contabilizando que a partir dele entramos numa nova era. A Pandemia mostrou, ou nos refrescou a memória, sobre muitos fatos que consciente ou inconscientemente o ser humano vinha fazendo de conta que não via. Não sei se é a hora da verdade, ou a era da verdade. Porém muitas verdades varridas para debaixo do tapete começaram a aparecer…

Boas Novas

Para complicar ainda mais a monotonia e a chatice de falar todo santo dia do mesmo assunto, 2021 não tem copa do mundo, nem eleição, nem Olimpíada (pelo jeito), embora não faltem na realidade, notícias novas no planeta. A última foi o encalhe e (ontem) o desencalhe de um gigantesco navio cargueiro no Canal de Suez, algo que, nestas proporções, acredito que tenha sido a primeira vez que acontece. O inédito encalhe não é “notícia boa”, e essas também andam raras, mas procurando com atenção a gente encontra. Foi bom saber, por exemplo, que o governo do estado pretende asfaltar a estrada que liga os municípios de Abelardo Luz e Passos Maia, uma antiga reivindicação. A região beneficiada pela estrada é daquelas que ainda podem ser chamadas de sertão, com todo respeito. Porque abriga propriedades rurais produtivas e importantes economicamente.

Chatices

Procurar notícias sem entrar na pauta Pandemia é um desafio para atentos repórteres, e também para veteranos ou velhos jornalistas, e não é tarefa fácil. A Pandemia dominou o noticiário, o cotidiano de todos, menos dos negativistas. O fato de não haver mais encontros, aglomerações, visitas e bate-papos descontraídos com amigos e até com desconhecidos encolheu, reduziu drasticamente nosso repertório… Até de piadas ou de “causos” que nos consigam fazer dar uma boa e sonora gargalhada. Rir de piadas já era fato raro antes da Pandemia, tanto por falta de bom humor, como por falta de boas piadas. A globalização é uma chatice, nesse capítulo. Agora parece que só o que está na internet é importante, engraçado ou verdadeiro. Mas a realidade muitas vezes é nada disso…

Sabichões

Cantores e artistas ressentem-se da falta de público, e de faturamento, mesmo produzindo “lives” caprichadas e dignas de aplausos. Mas os aplausos viraram ícones na tela do computador, bem longe de produzir aquele calor humano agradável e de reconhecimento da arte. Por outro lado, aumentou enormemente a formação e o surgimento, na Internet, de infalíveis especialistas em muitos temas. Conhecimentos antes privativos de especialistas, estudiosos, cientistas e pesquisadores, com dezenas de anos de estudo. Todos, ou a maioria, sabemos sobre tudo, ou sobre quase tudo, o que achatou bate-papos, debates, polêmicas e até arranca-rabos. Viramos sabichões! E assim, nem há mais muito sobre o que conversar, acreditam muitos viventes.

Castigo

Ando curioso é para saber de onde sai a grana para pagar os nababescos salários de jogadores de futebol, com jogos sem público nem renda, em estádios vazios. Sei, os patrocínios também são milionários, porém mesmo com jogos transmitidos pela televisão, não resta dúvida que o número de torcedores e mesmo de telespectadores é muito menor.O que deve ter afetado os patrocínios… Mesmo porque muitos jogos acontecem em horário de trabalho. E esse trabalho, mesmo em muitos casos feito em casa, não permite ficar sentado no sofá, na frente da tv. A profunda alteração da rotina a que estávamos acostumados exige criatividade, além de provocar maus humores naturais. Ficar em casa, que era bom, virou castigo…

Cavernas

Há uns 40 anos atrás ouvi de um professor da faculdade, pela primeira vez, que no futuro não precisaríamos sair de casa para nada. Não acreditei na hora e segui duvidando até que nos mandaram não aglomerar e ficar em casa, porque só aí deu para ter certeza que isso é possível. Mas não é bom – igual a tantas outras coisas que tivemos que adotar como práticas ou rotinas, para conseguir vivendo no tal “modo gregário”, em sociedade, ou em tribos. Vai daí que hoje o que era considerado um atraso de vida – ficar isolado numa caverna, ou cabana no meio do mato – virou um suprassumo da modernidade e do politicamente correto! E mesmo que a gente não goste, caminhamos cada vez mais para esse novo normal…

Formigas

Pior é que não dá, ainda, para ir morar num barraco no meio do mato, pois em muitos locais não tem sinal de celular, para pedir socorro, nem comida. E perdemos totalmente aquelas raízes, ou a cultura, que nos permitiam viver com o que a natureza oferece, entre frutas, vegetais, raízes, legumes e algum peixe, porque caçar além de ser crime, é uma prática cara e difícil. Matamos quase todos os animais selvagens e os que restam estão ameaçados de extinção. Mas não nos desesperemos por isso: Temos barrinhas de cereais e outros “alimentos” plastificados e com gosto de isopor (lançamento!) que nos permitem não morrer de fome. Dizem que no futuro comeremos …formigas e insetos – os únicos animais ainda em abundância, com exceção das abelhas! Tá servido?

No Celular

A tecnologia – sempre nos disseram e não estou contestando – tornou nossas vidas mais confortáveis, encurtou distâncias físicas, geográficas e sentimentais. Mas em grande medida dificultou, endureceu, o relacionamento entre as pessoas. Esses dias vi na internet (para variar) mãe sair do mercado apavorada e perguntar ao guarda se ele não viu um celular caído no chão do estacionamento. O guarda respondeu que viu um, dentro de um carro trancado, nas mãos de uma criança de três anos. E a mãe lhe agradeceu muito: “Ah, seu guarda muito obrigado, a criança também é minha”! Poderia ser uma nova piada, se não fosse algo bem real, e preocupante.

Realidade

Mostra que nossa relação com a tecnologia se tornou tão intensa que as relações humanas passaram a um segundo plano. Isso mesmo antes de a Pandemia ter vetado abraços e apertos de mãos. A tecnologia é extremamente útil, e confortável, em muitíssimas situações, mas restringiu severamente os sentimentos tidos até agora como “humanos”, ou “afetivos”. Esquecer o celular em algum lugar não sabido substitui, em gravidade imediata, a lembrança de ter esquecido o filho trancado dentro do carro. Piada? Crítica? Penso que não, é a pura realidade. Pior que isso é reconhecer que perder o celular, hoje, pode trazer grandes e pesados transtornos à nossa querida comodidade e ao nosso estimado conforto. Crianças e vidas humanas em geral – há quem considere até fáceis de encontrar. Celulares, nem tanto…

Gargalhadas

Assim mesmo, e no uso do meu status de eterno otimista, ouso pensar que nem tudo está perdido. Ao menos por enquanto. É que o esperado novo normal, tomara, talvez nos faça abrir os olhos e enxergar alguns absurdos, ainda em tempo de corrigi-los, espero. Pode ser que, em segurança total diante da Covid, possamos reconhecer nossa boçalidade e nossa desumanização, ao menos em parte. E isso seria um grande avanço, além de provavelmente nos fazer resgatar o gosto de uma grande e barulhenta gargalhada – bem aquelas de dar dor de barriga, que há muito tempo não lembro de ter conseguido dar. Coisas simples, bem naturais e antigamente corriqueiras, banais, para mim já estão fazendo falta. Ainda não tinha criado coragem de reconhecer isso. Mas é a pura verdade!

 

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