Uma das polêmicas na Câmara de Vereadores de Xanxerê, dizem, ilustra o ‘nível dos trabalhos’: Diante da sugestão de projeto para buscar recursos – disponíveis e acessíveis em Brasília – para instalar uma rua coberta no centro da cidade, tem ‘nobre colega’ contrário à ideia. Porque, alega, “tem coisa mais importante para se fazer no município”! E tem mesmo, sem dúvidas. Mas uma rua coberta – para uma cidade que não tem muitas atrações de lazer – TAMBÉM é importante.
As possibilidades de uso de um espaço assim são muitas e por si só se justificam…Dispor de espaço estilo faça-chuva-ou-faça sol, para eventos em finais de semana é “mão-na-roda”: Basta, também, perguntar para a “rapaziada” mais jovem, que não tem onde ir, nessa cidade. Mesmo que tenha alguma contrapartida do município, não vejo porque não se interessar pela rua coberta. Tem obra mais importante, claro. Mas uma coisa não precisa inviabilizar outra…
As opções de programações em ruas fechadas são muitas. A cidade dispor de espaço aberto, bem central e no estilo faça-chuva-ou-faça sol para eventos em finais de semana, não é má ideia. Mais: Diz a Rádio corredor que existem merréis disponíveis e de fácil acesso! E em Brasília – pensa bem, “logo aonde tem recursos sobrando”! Porque trazer grana de Brasília hoje é até um ato patriótico: Deixar lá, para o Centrão cuidar da linguiça, é amarrar cachorro nela!!
E aqui entre nós – ou na velha versão, “não espalha” – perguntar não ofende: Não é um “tem coisa mais importante pra fazer” que deve impedir os nobres colegas de viabilizar recursos, obras e serviços, né mesmo? E ainda mais recursos federais, raros nestas bandas, e sob administração de um governo considerado altamente suspeito, por muitos. Mas completamente honesto, por uma minoria. Acho que a lei número um de todo bom vereador, aqui e no resto no Brasil, deveria ser: Pensar Grande!
E confesso que não sei – porque não tenho acompanhado os trabalhos – se nossas excelências, os vereadores, já se deram conta que ano que vem tem eleição. Já, né? Tomara. Mas será que lembraram que lá por abril, fecham-se as torneiras de recursos estaduais e federais, devido restrições da lei eleitoral? E também não sei se notaram que o atual ocupante da cadeira de Presidente da República está em clara – e descarada – campanha pela reeleição! Acho que pensar grande deve ter algo a ver com essas lembranças…E estamos chegando em novembro! Para conseguir recursos, precisa de …projeto!
Em muitas Câmaras as intrigas politiqueiras de comadres e as raivinhas paroquiais constroem poderosas milícias na arte de “Pensar Pequeno”. E brigam pelo sexo dos anjos enquanto o dinheiro fica lá para o centrão cuidar! A famosa fogueira de vaidades costuma ir morar em muitos Legislativos…E bem no centro da cabeça de vários Legisladores. Na de Xanxerê, até onde acompanhei a tal fogueira é das grandes! É claro que cultivar a própria imagem política e jogar confete em si mesmo é prática permitida. E muito usada. Mas é pouco produtiva!
Esses dias, numa das últimas, senão a última sessão que assisti pela TV Vande, perdão, pela TV Câmara, o Presidente da Casa, Vereador Serginho Nunes, líder da oposição, usou a tribuna para criticar e manifestar contrariedade com posição assumida pelo Vereador Evandro Berto – líder do Prefeito. E para justificar seu descontentamento, acusou a assessoria de Berto pela paternidade do equívoco (na opinião de Serginho), cometido pelo mesmo Berto…
Fiquei pensando, tá bom: Digamos que a culpa tenha sido do assessor. Mas…e daí??? O quéco o cidadão e a cidadã xanxereense tem a ver com isso? É informação relevante, para se levar à Tribuna? E mais: em muitas câmaras de vereadores esse tipo de “arranca rabo” é resolvido nos bastidores, nas conversas que rolam, ou deveriam rolar, entre os “nobres colegas”. De preferência longe da tribuna, e da imprensa né não??? Bom, acho que também expliquei porque ando meio sem vontade de assistir à TV Vande…
E digamos, ou também pode ser: Vá lá que esses mi-mi-mis rolem por absoluta falta de assunto na hora de desfilar o verbo na tribuna, diante das câmeras da TV Vande… Porque a malvada da fogueira das vaidades não é de “matar com a unha”: Se bobear, ela queima o filme do artista – seja ela a Cleo Pires ou o Tiririca… E queima bem queimadinho! Vai daí que sempre há um mínimo preparo do astro, antes de “Assomar à Tribuna” e “Ocupar o Microfone”. Afinal, o nobre colega sabe que está entrando (ao vivo e a cores) em centenas, ou mais, de lares xanxereenses, onde moram esses outros seres pouco simpáticos, os eleitores!
Como está explicitado nas linhas anteriores, esta Quirera também se extraviou ao ocupar (essa) tribuna, pois estava falando de rua coberta. Não de conversas e ti-ti-tis paroquiais entre nossas excelências, os nobres colegas vereadores. Então: Numa câmara que pensa grande – e de forma integrada enquanto um dos poderes municipais – uma rua fechada, com projeto discutido previamente entre os potenciais futuros usuários, seria uma conquista capaz de popularizar o Legislativo. E no caso de Xanxerê, seria tentativa muito válida para criar espaço e valorizar não só artistas e pequenos empresários, artesãos e outros, como criar uma opção nova de lazer em finais de semana. Na Cidade e na região Oeste….
Quirera Gourmet