As declarações da Secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, na CPI da Pandemia seguem a linha desastrosa e cheia de mentiras do Ex-ministro Pazuello e reforçam outra triste realidade que já se sabia: Ao nomear nomes considerados “técnicos” para cargos de confiança, o critério “competência” foi solenemente ignorado por Bolsonaro, em todos os ministérios. O momento mais vergonhoso, desta vez para a secretária foi o esclarecimento, no ato, do Senador e Médico Otto Alencar ao rebater argumentos de Mayra, que chamou o medicamento Ivermectina de “antiviral”.
Alencar, com toda educação, ensinou a “Doutora Cloroquina” que não se deve confundir remédio antiviral com remédio contra vermes, ou vermífugos, como a Ivermectina. A Secretaria Mayra, descobriu-se agora, também é uma das médicas que há alguns anos, ainda no governo Dilma, liderou e abalou-se para ir até o aeroporto hostilizar médicos cubanos que chegavam ao Brasil para trabalhar no “Mais médicos”. Deve ter sido tal atitude grosseira e mal-educada que “gabaritou” a doutora para o cargo. Como aprendemos na Pandemia, diploma superior às vezes não isenta o portador de ignorância, nem de radicalismos desprezíveis.
A revelação da CPI sobre o papelão da “Doutora Cloroquina” só comprova mais uma vez a incompetência dos nomes chamados por Bolsonaro para compor seu primeiro escalão: Incompetentes e inaptos para governar, igualzinho ao “chefe”! Sobram exemplos de pessoas despreparadas, rastaqueras, ou completamente leigas em conhecimentos exigidos para ocupantes dos cargos onde foram lotados. Dias atrás o Secretário da Cultura Mário Frias disse à imprensa que não tinha menor ideia de quem era a Arquiteta Lina Bo Bardi, homenageada com o “Leão de Ouro”, na Bienal de Arquitetura de Veneza – uma espécie de Prêmio Nobel da Arquitetura.
Lina Bo Bardi (1914-1992) foi uma arquiteta ítalo-brasileira responsável por um punhado de obras que destacam a arquitetura brasileira no mundo e no Brasil, como o Masp (Museu de Arte de São Paulo), e o Teatro Sesc Pompéia, entre muitas outras. Com a Homenagem, Lina tornou-se a primeira mulher no mundo a receber tal honraria, por obra construída. E apenas outros dois brasileiros – Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha (falecido nesta semana) – receberam até agora o “Leão de Ouro” de Veneza. Pois o Secretário da Cultura foi a Veneza – com tudo pago pelo nosso bolso, é claro – e sequer teve a decência de ao menos se informar, antes, sobre a homenageada! Disse em entrevista não ter “a menor ideia de quem era Lina Bo Bardi”. Pior: O cargo de Secretário da Cultura é o que restou do Ministério da Cultura, extinto pelo atual despresidente…. Vai vendo!
Pela ignorância de não saber quem era e pela burrice de não ter, ao menos, procurado se informar sobre – imagina-se que Frias soubesse ao menos sobre a grandeza do evento – Mário Frias ganhou um baita destaque negativo: Lina integra a seleta e intocável “seleção” de brasileiros louvados e reconhecidos mundo a fora, sem exceções. Vai daí que funcionários que convivem diariamente com Frias detonaram o rapazinho, e contaram para o mundo: O secretário da Cultura costuma ir trabalhar com arma à vista, na cintura – em pleno palácio, como se estivesse num bodegão pé-sujo…E é adepto de xingar seus subalternos aos gritos! Esse é o Secretário Especial da Cultura, do Governo da República Federativa do Brasil…
Ao criticar aqui os desmanches (porque não fez nada até agora, só destruiu) do atual governo, são tantas as razões para críticas que algumas acabam passando despercebidas, mas não são poucas. Nem pequenas! Um dos primeiros atos do atual desgoverno foi declarar que a Cultura Brasileira merecia sequer um ministério, e foi rebaixada para mera secretaria. Pior: Os ocupantes da secretaria sabem nada de Brasil, muito menos da Cultura brasileira. O cargo é o mesmo do qual a Atriz Regina Duarte acabou “não se adaptando”, digamos assim, provavelmente porque se viu cercada de ignorantes. E de Incompetentes… O fiasco de Frias em Veneza escancarou outro incompetente – o que mais tem no atual desgoverno brasileiro!
A inegavelmente desastrada governabilidade de Bolsonaro e seus patéticos filhos ainda vai nos custar mais vexames mundiais e grandes vergonhas – muito mais do que estávamos preparados a esperar. Além de enormes prejuízos, é claro. A única esperança desse desgoverno se manter com algum mínimo lastro de segurança e credibilidade era sua ostentada “grande amizade” com o Governo Norte-americano, isso até Trump ser defenestrado por Biden. E aí começou de fato a grande derrocada na popularidade de Bolsonaro…Porque é inegável que sua pregação de ”parceiro” dos Estados Unidos dava aos admiradores e seguidores fanáticos do governo um argumento fortíssimo para rebater críticas. Mas até nisso Bolsonaro não foi feliz. E agora “O mito” parece, ele mesmo, já estar reconhecendo seu fim…
Lendo na Imprensa o despresidente reconhecer que “quem não gosta do governo, tem Lula em 2022” restam poucas dúvidas de que o desgoverno – trágico e tão ruim que já entrou na história como o pior – já está reconhecendo a derrocada final. Não acredito que ele seja declarado inapto ou perca o restante do mandato pelos desmandos que provocou na Pandemia. Mas – como adiantou aquele haitiano há mais de um ano atrás – esse governo acabou! Vai jogar “para cumprir tabela”, e provavelmente vai provocar mais alguns grandes estragos. E causar mais vergonha ao Brasil e aos Brasileiros – que, acredito eu, jamais imaginaram que ao votar no “cara da arminha” estariam causando tamanho atraso ao país!
E a marca que restará desses quatro catastróficos anos – para a economia, para a cultura, para a nação e para todos os brasileiros – será a marca da inaceitável desconstrução de tudo o que havia sido feito nos anos de governos do PT. É óbvio que nem tudo o que foi feito estava certo, mas também não é certo passar quatro anos apenas desmanchando o que se fez – e haviam muitas coisas positivas nos governos petistas. O inaceitável é governar apenas com ódio, apenas para desfazer, fechar, acabar, extinguir, abolir, desativar e VENDER o PATRIMÔNIO do país! Por isso talvez esse desgoverno volta e meia cometa a falta de vergonha de inaugurar obras que ele não fez! Quem não construiu nada, tem que mostrar o que os outros fizeram. Lamentável, vergonhoso, e trágico desgoverno!