Nesta sexta-feira 27 de março do ano de 2020 já sabemos que o novo vírus relembrou aos humanos ricos e pobres que eles são fracos. Mostrou que a chamada inteligência humana não é assim nenhuma Brastemp, e que a moderna tecnologia serve para informar, divertir e distrair pessoas trancadas em suas casas. Mas não serve para isolar um vírus invisível, porém matador. Fico imaginando seres de outros mundos olhando para o planeta Terra e seus arrogantes habitantes. Devem estar morrendo de rir. Ou de pena!
À medida que os dias correm mais e mais gente começa a se impacientar com o mundo paralisado, as ruas vazias, a falta de notícias policiais (os bandidos estão de quarentena?), a falta de futebol e a repetição de novelas da Globo. Trancafiado num big bode brasil, ainda surge o despresidente a provocar a já revoltada galera, e colher novos desafetos, entre eles até governadores. Sem falar em muitos fanáticos eleitores agora decepcionados com a pessoinha que – não por falta de aviso – elegeram.
Gripezinha e resfriadinho, os novos palavrões inaugurados pelo agora intragável despresidente servem para desbotar ainda mais o cenário montado por esse absurdo ocupante do cargo. Sem querer ofender, apenas falando a palavra mais correta para definir o caso, o despresidente é um ilustre ignorante. Não conhece o Brasil, nem os brasileiros. Nem o que seja epidemiologia. Se ainda tem cerca de 30% de apoio popular, segundo as pesquisas, deve-se atribuir isso à desinformação e ingenuidade de seus corajosos (ainda) apoiadores.
Este Quirereiro manteve contato com a Assessoria de Imprensa do Bispo de Palmas, autoridade incontestável e inabalável do Oeste catarinense ao Nordeste gaúcho, buscando um espaço para entrevista. Face aos escabrosos episódios das ameaças coronarianas Sua Iminência mandou dizer que por ora, não tem tempo para atender a imprensa, inclusive a marrom – e nesse caso não estava referindo-se à Quirera Gourmet, obviamente. Colocamos nossa solicitação em modo de espera e aguardamos retorno para a próxima semana.
Até chegar a pandemia, o Governador Carlos Moisés na minha avaliação não merecia nem elogios, nem críticas, estava fazendo o feijão com arroz, sem muito capricho até. E parecia peixe fora da água. Mas, na qualidade de bombeiro militar a pandemia virou sua praia e sem dúvidas ele vem angariando pontos num ibope imaginário por suas intervenções diárias nas redes sociais e na imprensa aberta. Nada demais até aí, mas merece o registro pelo esforço e pelas medidas anunciadas pelo governo. Deveria dar uns conselhos para seu chefe lá em Brasília…
O senador Esperidião Amin virou salvador da pátria e herói catarina ao sobrevoar o Vale do Itajaí e regiões inundadas pela enchente de 1983 no estado, então governado por ele. O brasileiro é apaixonado por “salvadores da pátria”, principalmente quando o tal salvador é craque em apelos e atitudes demagógicas. O atual governador não tem essa marca, mas nada impede que ele seja picado pela famosa mosca azul. Com um empurrãozinho (primo da gripezinha) de marketing ele vira o Esperidião Amin II. E quem duvida é louco.
Há tempos miro nessa figura bem brasileira, o “salvador da pátria”. Mais exatamente desde que a Rede Bobo lançou e elegeu o “Caçador de marajás”, de triste lembrança…. Collor também foi abraçado por toda a chamada “grande imprensa brasileira”. E durou pouco. O último “Salvador da Pátria” lançado e (novamente!) eleito pelos maus elementos supracitados – como sabemos – é o estrupício que desgoverna este país. É inocência cavalar, pura ingenuidade, achar que uma única pessoa, um só político – mesmo cercado por seu inevitável cordão de puxa-sacos – possa dar jeito nos problemas que há séculos assolam esse país. Isso é carência afetiva: Como somos muito ruins em enxergar heróis, fabricamos um, em cima do primeiro “bonito” que surgir.
Não lembro mais o nome daquela professora de creche que salvou várias crianças num incêndio e depois morreu carbonizada, acho que ainda em 2017. Você lembra? Ninguém fala nos verdadeiros heróis desse país e eles caem rapidinho no esquecimento eterno. Atribuo boa parte da culpa por isso à imprensa brasileira, elitista e elitizante, que não gosta de pobre e muito menos da pobreza. Esta, quando aparece nas novelas da Globo (o que é muito raro), por exemplo, é completamente caricata, bem distante da realidade. Aí fabricam-se falsos heróis, com curtíssimo prazo de validade. Herói no Brasil tem que ser rico, bonito, puxa-saco dos norte-americanos e… do agrado da Rede Bobo, é óbvio.
O Brasil e os brasileiros possuem duras e realistas definições, feitas por bons brasileiros – que oxalá um dia a história deste país haverá de reconhecer, embora vá demorar… Lembro de Darcy Ribeiro, por exemplo, um dos maiores conhecedores e estudiosos da “raça brasileira” e desta “terra brasilis”. Ele chamou a elite, os mais ricos deste país de “Elite do atraso” – e foi odiado por isso. Mas falou a pura verdade! Outro odiado e execrado por quem não conhece sua trajetória é Leonel Brizola, também meu ídolo. Brizola falou muitas verdades e foi até hoje o único brasileiro a obrigar a Rede Globo a se desculpar em pleno Jornal Nacional! Eles fazem muita falta. E não eram salvadores da pátria…. Um bom fim de semana a todos (as)!