Acompanhar abertura de Olimpíadas põe a gente no meio do mundo vasto mundo e das tantas gentes que esquecemos, e vivemos juntos. Gentes que estão, ou estamos destruindo a casa onde vivemos… A ideia do grão de areia perdido no mar lembra que somos uma grande aglomeração. E que somos ninguém. É desperdício que a sensação de uma imensa tribo globalizada e poderosa não se espraie, e se arraigue por todas as demais sensações, não só em abertura de Olimpíadas. E sem jamais esquecer que o importante, mesmo, é competir! Nosso mundo velho mundo virou diuturno campeonato de pessoas e robôs atrás do dinheiro, atrás de vencer na vida, atrás de um espaço nas vitrines! E, no fundo, atrás …delas mesmas …E se matam para ser o melhor, ou o mais poderoso!
O importante é competir, participar, estar junto, somar, dizer a que veio e, como sempre, aplaudir os vencedores! Que lutem por fama, poder ou pelo dinheiro! Mas lutem sem diminuir, nem perder de vista os esforços, nem as virtudes, do conjunto, do coletivo, da massa, ou da imensidão de areia. E salve a puída e gasta cantilena de que somos todos iguais, com vitórias e derrotas, sucessos e fracassos, erros e acertos! Nosso mundo precisa dar medalhas de ouro aos que mantém viva a chama da Liberdade, da Igualdade e da fraternidade…. Os ideais da Revolução francesa – por mais “batidos” que sejam, ainda são atuais, e continuam insubstituíveis! E sonhar sonhos impossíveis é bom, para não esquecer que é segunda-feira!
A ideia de uma tribo com indivíduos habitando a mesma floresta, andando no mesmo barco, no mesmo mar, e respirando o mesmo ar parece esquecido, nos últimos tempos. O que mais se vê é cada um por si e Deus por todos. E acrescentar um bem grande “Fora Bolsonaro”, mesmo sabendo que o Jair já era, só mostra que ele é difícil de derrubar, ou de ‘impichar’ – porque no que restou do Brasil, isso está valendo. E ainda pode piorar: O Centrão em alta e dono da Casa Civil, com um profissional da política em campo, não há dúvidas: A campanha para tentar a reeleição – porque a casa está caindo – começou. O despresidente – finalmente – arranjou o que fazer! Ciro Nogueira é a próxima “distração” do desgoverno.
A competição – bem maior que a Olimpíada – de nós atrás de nós mesmos, para descobrir que raios estamos fazendo aqui, quem somos e onde vamos parar, ainda é a grande disputa. Acho curioso que não exista ainda um órgão universal, ou vários, que se auto proclame porta-voz da Humanidade no planeta Terra. Uma liderança que fale em nome da maioria…. Ainda não conseguimos eleger o líder da raça, em todo o Planeta Terra. Seria bom saber o que a maioria das pessoas – no mundo inteiro – pensa da pobreza, da miséria e de crianças morrendo de fome, sabendo que comida tem de sobra, no planeta. E ninguém gosta de falar nisso. Só fico imaginando a eleição do líder maior, o grande chefão, ou chefona, na raça no Planeta! O rebu!
É fato que a raça nunca esteve tão bem quanto ao desenvolvimento de tecnologias para avanços na qualidade de vida e no modo de viver de todos, ou mesmo só de alguns privilegiados. Nunca a Ciência mostrou tanto serviço, produtos e boas surpresas como nos últimos anos. Parece que entramos num túnel de maravilhas tecnológicas que nunca terminam de nos surpreender. Porém, tirando as Olimpíadas não temos grandes encontros de nações, tribos, países, que sejam manifestação ampla da Cultura do homem, no Planeta Terra. Imagino um extraterrestre chegando aqui e pedindo para ver um documentário – de uns 30 minutos, talvez, mostrando a ação humana e sua Cultura aqui na Terra. Não sei se teríamos, mas acho que não. A Olimpíada é retrato raríssimo do que fazemos por aqui. E o que temos para mostrar.
Porém, se não temos nenhuma das sete maravilhas do mundo para mostrar a ETs, nem tudo está perdido: Podemos mostrar os maiores vexames, as poucas-vergonhas e as grandes erradas em que nos metemos, no planeta ou aqui mesmo do bananão, pois esses abundam! A começar pelas guerras, as inúmeras contradições da Humanidade no planeta contradizem a nossa decantada e gloriosa racionalidade. E os brasileiros mesmo, num documentário com esse ”teor” teriam necessariamente um capítulo especial. Em qualquer país minimamente preocupado com sua imagem, uma organização como o Centrão já teria sido mostrado, nu e cru , no maior programa de TV aberta do país, num domingo à noite. Mas parei aí: Nem imprensa para isso temos…
Neste torrão deitado eternamente em berço esplêndido não há mais fases ou períodos críticos, ou de crises, porque essa situação é a rotineira, o “novo normal” é viver na corda bamba! Embora ainda vejamos povo na rua pedindo para derrubar o presidente, os nossos representantes, as excelências lá de Brasília, desviando dos mortos pela Pandemia tiraram as suas férias de julho, igual ao pessoal do ensino fundamental. E não aprendem, nem dão sinais de estarem interessados em aprender: O país na maior eme e eles…de recesso parlamentar!
Pior: ninguém, diante da devastação causado pelo “conjunto da obra” do atual desgoverno, ninguém da imprensa, ninguém da sociedade civil, ninguém mesmo sequer cogita – e muito menos cobra, ou sugere mandar as excelências deputados e senadores, convocarem um regime integral de trabalho, uma força tarefa, um mutirão para ao menos tentar diminuir, ou minimamente fingir que estão preocupados…Com a inflação, com o desemprego, com a Pandemia, com as denúncias de corrupção na compra de vacinas, com as ameaças à Democracia, por militares da ativa, com ataques à Amazônia e com milícias mandando em grandes centros urbanos do país…O país virou desmanche e os caras de “recesso parlamentar”…
Daí leio indignados e bem situados analistas condenando os xiitas que atearam fogo na estátua do “bandeirante” (leia-se caçador de índios e de escravos fugitivos, para escravizar) Borba Gato, em São Paulo. Uma bravata de inconsequentes. Não acho que isso resolva alguma coisa…. Esse tipo de manifestação, porém, mostra que tem gente disposta à guerra…. Queimaram, dizem os autores, uma homenagem a Borba Gato, não queimaram a História, pois isso é impossível. O ato sinaliza o aumento da temperatura… Mas por enquanto, nada que consiga estragar as férias de nossas excelências!