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26/01/2021 às 07:24
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Quirera Gourmet – 26/01/2021

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

De Brasileiros, Vantagens, Sabedoria e Ignorância

Top!

“Levar vantagem em tudo”, meta e objetivo do brasileiro, segundo um antigo e famoso comercial de cigarro anterior à Internet, motivou até estudos e teses acadêmicas.Volta e meia a famosa “Lei de Gérson” é lembrada para explicar ou para justificar acontecimentos e comportamentos de brasileiros, fumantes e não fumantes, colorados e gremistas, de todos os credos, torcidas, classes e saldo bancário. Querer levar vantagem, sempre, remete à ideia de gente superdotada de inteligência, mas também de malandragem, esperteza e, logo ali, de jeitinhos, ou desonestidades. Na vida, sabemos bem, não é possível levar vantagem, sempre. E não raramente entramos pelo cano, ficamos no prejuízo, damos co’s burros na água! Mas ainda assim, levar vantagem continua sendo “top”!

Donos da Razão

Outra dessas sentenças também com o cheiro e a pegada do brasileiro é bem visível, hoje, nas redes sociais, mas igualmente em rodas de bate papo, ao vivo e a cores. Ela também é meta de quem supervaloriza a inteligência: “Estar sempre com razão” deve ser irmã, ou filha, ou prima da ideia fixa de “levar vantagem em tudo”. Ao menos na teoria quem sempre está com razão habilita-se a levar vantagem em tudo, e ambas dão um ar de superioridade. Há muito tempo o “mundo é dos espertos”. Lograr, passar a perna, dar golpes, “enganar trouxas” é um atributo muito usado, por muitos, para buscar a fama ou fortuna rápida  Isso quando não dá cadeia…

Cada Um na Sua

O povo inglês ao menos na literatura, é enaltecido por sua “pontualidade britânica”. O Norte-americano é decantado por ser um exímio negociante, daqueles que “vende até a mãe, e entrega”. Por um bom tempo – hoje não mais – o Portugues era menosprezado em piadas politicamente incorretas como o povo que fazia tudo ao contrário: Gol contra era coisa de Portugues! Os Irlandeses e Escoceses carregam a fama de beberrões e brigões, os Espanhóis e Italianos são considerados falastrões, papudos, contadores de vantagens, marca também atribuída aos nossos “hermanos”, os Argentinos. E tem os Alemães, gente de poucas palavras, fechados e facilmente irritáveis. Os Franceses são vistos como orgulhosos, gente fina, que não se mistura. Assim, não há porque nos sentirmos diferentes, nem melhores ou piores. Até porque ninguém é santo…

Rótulos

O suposto perfil do brasileiro, é verdade, tem seus 520 anos, ou bem menos, se excluirmos o período colonial. É pouco tempo, se considerado aos povos europeus, e mais ainda se compararmos com orientais. Chineses e japoneses carregam “a marca” de pessoas calmas, extremamente metódicos, sábios dedicados, e respeitosos com a sabedoria dos mais velhos. São perfis que logicamente não podem ser generalizados, muitas vezes são vistos como “rótulos” de embalagens, cujo conteúdo, muitas vezes, não tem nada a ver com a realidade. Isso, obviamente, também serve para o brasileiro que “gosta de levar vantagem em tudo”. Mas alguma coisa de verdade, tem!

Juízes e Deuses

Chamam de estereótipos, os desenhos que fazemos em nossa mente de pessoas, lugares ou de situações. Podem estar bem fora da realidade, muitas vezes, pois generalizar sempre é um erro. Então, atribuir rótulos para vários ou muitos é, fatalmente, incorrer em erros de avaliação, ou de impressão, ou de conhecimento. Mesmo assim os estereótipos são critérios utilizados em julgamentos, ou para formar opiniões. Não é, hoje, considerado algo “politicamente correto” avaliar pessoas ou atitudes com base em estereótipos. Sem falar que julgar quem quer que seja, por qualquer motivo, também não é, ou não deveria ser, tarefa para simples mortais. Pelo menos entre os que não se consideram deuses, nem juízes…

Superioridade

Mas, afinal, será verdade que o brasileiro, além de querer levar vantagem em tudo, é também aquele cara que “sempre está com a razão”? A conquista da superioridade uma vez dava-se pela sabedoria. Ou pela força. Hoje muitos dão como certo que superiores, os que sempre tem razão, são os que tem mais dinheiro, os mais ricos. Vivemos no tempo em que o dinheiro compra tudo. Ou quase tudo – segundo os mais otimistas, os que ainda acreditam em honra, ética, valores morais inatacáveis e invendíveis. Acredito, sim, que estes seres ainda existam, embora em pequena escala, e correndo sério risco de extinção.

Menos no Futebol

A atual conjuntura (ou pandemônio) da política nacional nos leva a matutar sobre estar sempre com a razão. Particularmente me surpreendo, hoje, com o grau e a incidência de ignorância política de muitos brasileiros. Somos sinceros o suficiente para concordar que o grau de conhecimento do brasileiro médio, da maioria da população, pode-se dizer, não é nenhuma Brastemp. Falo de conhecimento de política, da história do país e de conhecimento em geral..Talvez aí excluído o conhecimento sobre futebol, em que pese o sete a um da Alemanha, pois sobre bola na rede somos, quase todos, exímios conhecedores. É o que dizem, os brasileiros.

Exemplo de Cima

Mas não incluo nesse conceito de ignorância a ideia de burrice, nem de menosprezo, nem de discriminação. Enxergo essa ignorância como desconhecimento, ingenuidade, e até a velha “boa fé”! Porém, não há como negar: É ignorância mesmo e também! E os exemplos disso abundam. O mais visível vem do próprio líder maior do país, que insiste em pregar “tratamento precoce” para a Pandemia, com medicamentos que – o mundo inteiro comprovou e sabe – não tem qualquer possibilidade de ajudar na cura da Covid19.

Pura Ignorância

Mas o presidente – e milhares de seguidores dele – teimam, xingam e brigam se forem contrariados. No mesmo raciocínio, não existe no mundo inteiro outro presidente (despresidente, no caso) que insista em dar péssimos exemplos à nação, com atitudes simples, tipo usar máscara, ou evitar aglomerações, adotadas e recomendadas, também, em todo o planeta. Para mim, isso não é levar vantagem em tudo, e nem é ter razão, sempre. O nome disso está escrito em letras garrafais, bem visível a todos: É pura ignorância!

 

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