É difícil retratar ou mesmo ter uma ideia mais ou menos panorâmica da imensa amplitude da realidade brasileira, com fidelidade, diante da Pandemia, mesmo com o esforço que a grande imprensa nacional tem feito. Nas redes sociais essa realidade também é fragmentada e predominam obviamente as visões individuais. Mas conferindo o Facebook na noite de terça (21/07) encontrei uma pergunta inteligente, que motivou em menos de uma hora nada menos que 290 comentários, a maioria deles pertinentes e com visões bem diversas. A pergunta foi postada pela professora (ao que tudo indica) Hellen Magno Sande Rocha, do município de Vitória da Conquista, na Bahia. E foi uma pergunta bem simples, como são todas as perguntas inteligentes: ”O que você aprendeu na quarentena e vai levar para o resto da vida”? As respostas/comentários achei reveladores, e alguns hilários. Talvez sejam uma amostra do coletivo, daí o cuidado de copiar alguns para reproduzi-los aqui. Confira:
“Que vidas são mais importantes que a economia”. ” As pessoas realmente são capazes de tudo. E a ignorância por parte dos brasileiros não tem limites”. ”Comprar só roupas com elástico”. “Ficar em casa sem reclamar”. “Que religião igreja e pastor não cura absolutamente porra nenhuma”. “Aprendi que a vida sempre continua”. Que a burrice mata, que a liberdade de fazer o que se quer não tem preço, que os amigos fazem muita falta”. “Que doce de leite é bom, mas engorda que é uma beleza”. “Que o maior problema do mundo é o ser humano, apenas isso”. “Que a política tem que ser levada a sério. Vamos buscar informações mais rebuscadas quando formos votar”. “Que nós, o povão, é que movimentamos a economia desse país. Que empresários são totalmente dependentes de nós, eles têm dinheiro, mas se não tem o povo e a nossa produção, não são nada! ”. “Aprendi que mesmo numa Pandemia o bolsobosta pode ser mais bosta ainda”. “Aprendi que sou muito consumista, e que posso viver com bem menos” . “Que bozo é genocida”. “A gostar da minha própria companhia”. “ Aprendi que se você quer manter o casamento, fique o mínimo possível em casa”. “Que o egoísta continua mais egoísta que nunca. E que o mundo não mudou em nada para melhor”. Que todos aqueles que prendiam animais em gaiolas sentiram na pele o que é ficar preso em casa”. “Aprendi que é preciso muito pouco para viver bem”. “”Havaianas, bermuda e camiseta é a vida”.
“Aprendi que o individualismo é uma merda: As coisas só funcionam no coletivo. E ter empatia é tudo” . “Aprendi a dizer não”. ”Que liberdade é tudo, mas só aprendemos quando a perdemos”. “Que odeio bolsonarista”. “Que o trabalhador é quem move o país” . “Que tem muita gente solidária, e muita gente egoísta”. “Que esse país é bem pior do que sempre imaginei”. “Aprendi que podemos viver só com o essencial”. “Que a ignorância não tem limites”. “Que vivemos bem com o pouco e o necessário”. “Aprendi a ver o valor da simplicidade”. “Que a corrupção aumentou, e o gado continua dormindo”. “O dinheiro não compra saúde e amor”. “Aprendi que em vez de seis irmãos, só tenho quatro! ”. “Aprendi que a solidão é mais companheira do que se imagina”. “Que vidas são mais importantes que a economia”. “A gostar da minha companhia”. “Aprendi que só dizer juntos e misturados não vale. Tem que se juntar e lutar”. “Que ficar em casa é ruim”. “Que o orgulho dos mais ricos se f (*), somos todos iguais”. “Que os políticos estão se lixando para a Pandemia”. “Rezar! ”. “Nada! ”. “Que necessitamos viver em sociedade. Mas ao mesmo tempo não sabemos viver nela”. “Aprendi o quanto o ser humano é egoísta”. “Que os idiotas ainda vão dominar o mundo, devido à grande quantidade deles”. “Aprendi que a quantidade de babacas metidos a besta que existe no Brasil é absurda! ”.
Depois de apreciar o aprendizado de toda essa gente, impossível não fazer a mesma pergunta para si mesmo. Algumas coisas que aprendi já estão ditas nas revelações acima. Mas não posso deixar de informar que aprendi que o pijama virou roupa de todo o dia. E que a roupa de todo dia virou aquela roupa de domingo, para ir à missa. Mas nem dá para ir à missa. Também concordo que roupas com elástico são as mais indicadas, a partir de certa idade, com ou sem quarentena. Outro reaprendizado foi o de que tudo tem limites, mesmo a paciência de pessoas que são muito pacientes! Outra atitude que não aprendi agora, mas reforcei o que já sabia, é que temos que respeitar as opiniões diversas das nossas. Mas respeitar não significa ficar calado, nem concordar! De tudo, felizmente, acredito que o melhor aprendizado foi mesmo relembrar e reafirmar alguns conhecimentos há muito adquiridos, mas que às vezes a gente esquece. Como o de lembrar que o saber não ocupa espaço, mas a ignorância, sim! E que valerá para sempre a grande sacada de Luis Gonzaga Júnior, o saudoso Gonzanguinha, de que é preciso “cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz…Viver e não ter a vergonha de ser feliz! ”.
No meio da tarde de ontem (22) o presidente da Assembleia Legislativa de SC, Deputado Júlio Garcia, acatou o pedido da Procuradoria jurídica da própria Alesc e determinou abertura de processo de Impeachment contra o Governador Carlos Moisés da Sila e a Vice-governadora Daniela Reinehr. Eles terão agora 20 dias para apresentar suas alegações. Mas ao contrário do que se esperava o pedido acatado se refere à equiparação salarial, determinada pelo Governador Moisés em decisão administrativa, dos salários dos procuradores do estado com o salário dos procuradores da Assembleia. A expectativa maior era de que o pedido de Impeachment acatado se referisse à tumultuada compra de respiradores para equipar hospitais frente à Pandemia, cujos valores teriam sido superfaturados. De qualquer forma, “Habemus Impeachment”. Os respiradores, penso eu, ficaram para uma segunda tentativa, se essa não vingar.
E também pode ser que o Presidente Júlio Garcia tenha poupado a munição “mais grossa” – os respiradores – para mais tarde, também para conferir até onde vai e quantos são os deputados da casa que apoiam o Governador Moisés e sua vice. A dúvida que restou é quanto à velocidade que se vai imprimir ao processo: É para antes ou para depois da eleição municipal de novembro? Meus botões palpitam que é para depois. Isso evitaria maiores “turbulências” nas eleições municipais, onde apoiadores e opositores do atual governo podem e devem estar coligados, em muitos municípios. Outra vantagem é que se a cassação do mandato ocorrer após a metade do mandato (31 de dezembro de 2020), o novo governador deverá ser eleito de forma indireta, pelos atuais deputados estaduais. Manobrinhas típicas da política brasileira….