Pode ser sonho, mas espero que em 2021 as pessoas sejam mais autênticas, que assumam seus erros e consigam pedir desculpas e reconheçam suas falhas. Que deixem de querer e parecer ser, sempre, melhor que as outras, que sejam elas mesmas. E que parem de discriminar e disseminar preconceitos contra mulheres, gays, indígenas, negros e pobres em geral. São “melhorias” que custam zero reais, e que não dependem de prefeito, vereador, governador, deputado, presidente e senador, nem muito menos de qualquer governo. Dependem só de nós, de mim e de você, pra começar! Se quisermos que o mundo melhore, acredite: Temos que começar por melhorar nós mesmos, cada um! Só esperar “pelos outros”, e reclamar, nós já sabemos: dificilmente dará certo….
Acho injusto e de uma grande falsidade, quando se fala em melhoria da qualidade de vida, que as pessoas pensem apenas no dinheiro, no emprego, na renda ou nos boletos a pagar. Poucos, quase ninguém, prega mais que haja mais amor (parece que ficou brega isso), mais diálogo, maior entendimento entre as pessoas, mais união, mais solidariedade e maior soma de esforços para lutar pelo chamado bem comum, que beneficie a todos, ou a maioria. Somos extremamente egoístas e somente quando alguma catástrofe atinge a todos conseguimos mostrar solidariedade – que deveria estar presente em muitos outros momentos, mas não está. Pensar grande – e lembrar que daqui nada se leva, e que estamos todos no mesmo barco, será muito bom!
Também espero que 2021 sejam encaminhados um menor número de pedidos de ajuda a Deus. Falo de pedidos para ele resolver problemas que nós mesmos criamos, por querer ou por incompetência, ou ignorância – e que nós mesmos podemos e devemos resolver. Evidentemente que há muitos casos onde somente a interferência divina pode, mesmo, solucionar. Então acho que deveríamos deixar que Deus cuide desses casos mais graves. E que nós, humanos imperfeitos, porém “construídos” à imagem e semelhança do Senhor das Esferas, saibamos usar melhor nossa inteligência e, principalmente, os bons sentimentos que, acredito, muitos ainda não jogaram no lixo! Fazer a nossa parte é algo que anda esquecido.
E se não for querer demais, gostaria de ver, em 2021, as pessoas sorrindo mais, contando piadas, jogando conversa fora. Ou, ao menos, sendo menos taciturnas, negativas, azedas, mau humoradas e desagradáveis, difíceis de lidar mesmo. Tais pessoas parecem que vivem de mal com a vida e, dessa forma, é impossível que achem bom, ou agradável, qualquer coisa que passe diante dos seus olhos. A preocupação excessiva com o dinheiro e com as coisas materiais e até supérfluas, que ele consegue comprar, bem que poderia ‘dar um ladinho’ para a valorização dos bens não materiais, tipo as amizades sinceras e desinteressadas, que em 2020 e mesmo antes dele, ficaram trancadas em casa…
Também é grande a expectativa, para 2021, sobre os novos prefeitos e vereadores que iniciam um mandato de quatro anos. Prefeitos e vereadores – Isso não parece – são bem mais importantes que deputados, senadores, governadores e presidentes. Prefeitos e vereadores são “o governo” da cidade onde vivemos, trabalhamos, criamos os filhos e onde temos direitos e responsabilidades, estas absolutamente intransferíveis. Porém, se prefeito e vereadores são o governo do lugar onde vivemos, é bom também não esquecer que nós, os cidadãos e cidadãs que vivemos nesse mesmo lugar, não podemos simplesmente cruzar os braços e esperar que prefeito e vereadores façam tudo, sozinhos! Então, antes de sair chutando o balde, que tal conferir se o senhor ou a senhora está fazendo a sua parte!
Também espero que em 2021 essa naba de Pandemia possa dar uma folga. Que as vacinas sejam eficientes e, pelo menos, tragam algum alívio na neurose coletiva que especialmente nós, os brasileiros, estamos atolados. Quero acreditar também que os ‘nacionais’ ainda recalcitrantes e negativistas em relação à gravidade da Pandemia possam reconhecer que ela é um mal que atinge todo o planeta, todos os países, e que nós sejamos os capitães do time “do contra”. Basta lembrar que, no mundo inteiro, os dois países em piores condições e com o maior número de contaminados e de óbitos são os Estados Unidos e o Brasil. E em ambos países tentou-se minimizar ou desacreditar a Pandemia, que aqui foi taxada de “gripezinha”. Deu no que deu. Isso prova, também, que nem tudo o que possa ser bom para os EUA deva ser bom para o Brasil….
E com um despresidente que além de não incentivar a vacinação ainda faz campanha contra – e vai pescar em dia de trabalho – 2021 é um momento que pode ser muito especial para a nação brasileira: É que não dá mais, já deu, acabou essa história de ficar única e tão somente esperando por ações de presidentes, governadores, prefeitos, de governos, sejam eles quais forem. É hora do coletivo, de todos cidadãos e cidadãs, tomarem mais as rédeas do destino da comunidade onde vivem, e fazer com que os governos venham trilhar os caminhos que essa comunidade quer e precisa trilhar. E não ficar apenas esperando, de braços cruzados…. Tomara que o brasileiro comece a (aprender a) andar com as próprias pernas. E que não fique sentado, esperando…
Para o próximo ano xanxereense minha torcida começa por desejar êxito aos novos vereadores e ao novo prefeito. Que eles consigam, realmente, unir a comunidade em torno de interesses coletivos; que cumpram o que prometeram fazer e – falando sério, em vista de experiência anterior, que prefeito Martarello e Vice Biasus não se desentendam, nem briguem politicamente (como já ocorreu com prefeito e vice de partidos tradicionalmente adversários). Ontem ouvi o futuro prefeito Oscar Martarello adiantar, em boa hora, que não tem mais essa de partido político, que daqui para frente o partido será Xanxerê! Oxalá isso seja realidade. Pode parecer pouco, mas em se tratando da Campina da Cascavel, já será um bom começo!
Também gostaria de ver essa Xanxerê de muitos apelidos – carinhosos ou hilários – começar a assumir com mais energia positiva e efetividade sua condição de polo regional do Alto Irani; Que os 14 municípios da microrregião possam começar a desenvolver e valorizar uma identidade regional, potencializando as oportunidades de desenvolver sua economia, seja através de sua significativa força no agronegócio, da indústria e do comércio, seja através do crescimento de novos nichos de promoção do desenvolvimento, especialmente do turismo, para citar só um exemplo. Porque nossa microrregião tem sim vários locais que poderiam desenvolver infraestrutura para promover o turismo de lazer, especialmente. E opções de lazer em condições de receber e atrair visitantes e moradores locais são poucas, atualmente. Existem muitos pontos com potencial para isso. Falta acreditar, projetar e investir na área!
Quirera Gourmet