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22/09/2020 às 08:22
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Quirera Gourmet – 22/09/2020

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

Sobre Candidatos, Campanhas e Algumas Falsas Verdades…

“Xanxerê tem seis candidatos? Deve ser bom ser prefeito… ”. A reação que ouvi de um amigo diante do número dos possíveis candidatos, ou pré-candidatos a prefeito de Xanxerê, guarda uma ironia quanto, provavelmente, à honestidade e correção no exercício do cargo. Mas também é uma boa pergunta, independente de embutir ou não ironia ou crítica. Que eu lembre nunca se viu eleição xanxerense com seis na disputa a prefeito, o recorde era quatro, acho que em 1988. Acredito que a resposta a essa curiosidade tem a ver com a vitória na eleição conquistada por nomes “novos”, tipo Moisés, Bolsonaros e outros.

O sonho de ser prefeito da cidade onde se vive também dá lastro aos críticos ferozes de chefes de executivos municipais, aqui e em muitas cidades. Críticos com ou sem razão é o que não falta no cenário político nesta segunda década de Século XX. E tem também o indisfarçável – e saudável – desafio que muitos cidadãos sentem de comandar uma prefeitura, para poder contribuir diretamente com a história e a melhoria da vida de seus conterrâneos. E tem ainda, a alta proliferação de novos partidos, o que também facilita o surgimento de candidatos, especialmente alguns, teoricamente, com poucas chances.

Direito ao Sonho

Correr atrás do sonho de ser prefeito é legítimo, como qualquer sonho. E – Li isso nas redes sociais – para um país que elegeu um presidente que é fã declarado de torturadores, todo cidadão comum em dia com a lei tem todo o direito de sonhar em ser eleito, e não só como prefeito. Bons ou não os candidatos, também está na parada o fato de muitos deixarem o cérebro em casa, ao se dirigir às urnas, como lembrei aqui mesmo, ontem. Então não é racional, nem válido, e muito menos recomendável criticar candidaturas vistas com “poucas chances”. Em cidades com dois turnos para prefeito isso até serve como massa de manobra, num eventual segundo turno. E em municípios menores também existe a possibilidade de candidato, em cima da hora, direcionar seus hipotéticos votos para alguém. Algo bem brasileiro, pode-se dizer…

Saudades

Ainda há que se aguardar o prazo final de registro das candidaturas, nesta semana, para se confirmar o número oficial, mas acredito que serão os seis mesmo. Uma curiosidade extra é também o número de partidos embarcados em cada coligação, indicativo que às vezes é associado ao maior ou menor favoritismo dos candidatos, o que também nem sempre se revela verdadeiro, na apuração dos votos. De garantido até agora, na campanha que se avizinha acho que apenas a saudades – para os mais antigos – do fuzuê que se criava antigamente a cada campanha política, especialmente nos tempos dos showmícios, mecanismo que possibilitava, digamos, generosos canais para “distribuição de renda” entre o pessoal que organizava e operacionalizava as campanhas. E muito tititi. A restrição ao uso do poder econômico pela Justiça eleitoral acabou com showmícios e outras práticas, em boa hora, diga-se. Mas que aquelas campanhas deixaram saudades, não há dúvidas

On Line

Nesta campanha, acredito, os cuidados com as redes sociais e outras novas ferramentas de conquista de eleitores devem ser o foco principal, ainda mais com a Pandemia em cena. Já participei de campanha política “on line” e confesso que o resultado, nas urnas, ficou bem abaixo do esperado. Um eleitor clicar lá que “curtiu” a postagem do candidato, ou aceitar acompanhar a campanha pela Internet não assegura voto algum, em geral.. Ainda mais numa eleição municipal, onde o eleitor conhece pessoalmente dezenas, talvez centenas de candidatos a vereador, e cada um destes também pede, ou deveria pedir, o voto para o candidato a prefeito de seu partido ou coligação. A eleição municipal sem dúvidas é a que oferece maior número de variáveis a serem analisadas. E dentro da eleição para prefeito e vereador, a de vereador certamente é a mais difícil. Além da campanha on line, outra prática antiga – e permitida, vai ganhar espaço: O corpo a corpo, trabalhosa ferramenta da visita casa a casa. Prática que é, a rigor, uma oportunidade honesta do eleitor ouvir os candidatos.

Popularidade X Votos

Daria para se escrever um livro com aventuras e desventuras de candidatos a vereador. Em Xanxerê tenho vários amigos e amigas muito populares, queridos por muita gente, admirados e elogiados por sua atuação profissional ou comunitária, voluntária, “gente do bem”, enfim, e dignos de terem um mandato de vereador, que não conseguiram se eleger. Alguns nem gostam de falar nisso, seja pela frustração de promessas de eleitores que não viraram votos, ou por manobras de última hora – nada democráticas – que acabaram por inviabilizar totalmente sua vitória nas urnas, muitas vezes dada como líquida e certa! Penso que tais candidatos não devam sentir-se menosprezados, nem diminuídos. Ao contrário, admiro e aplaudo suas decisões de disputar o voto. Descobriram, porém, de modo rude, que muitas vezes a popularidade não se traduz em votos!

Oficialmente nunca fui convidado e nem fui mordido pela mosca azul de me tornar candidato a qualquer coisa, nem de presidente de sala de aula, nem de grêmio estudantil. Amigos uma vez chegaram a cogitar nisso, diante da popularidade de uma coluna que escrevi, tempos atrás. Mas fui eficiente em tirar, imediatamente, seus cavalinhos da chuva: Aleguei que era fácil enxergar pessoas que gostavam do que eu escrevia na coluna, difícil era enxergar os que gostavam nadica, ou odiavam, as mal traçadas. E na minha opinião, esses também eram muitos. Vai daí que na maioria das vezes ser conhecido, ou popular, pelo trabalho ou atividade que se exerce não quer dizer que se tenha a almejada marca de ser “bom de voto”.

Só Uma Certeza

Prefiro assistir e comentar, com a pretensão de ajudar em alguma coisa, tanto eleitores quanto candidatos. Ou, até poucos anos atrás, trabalhar para tentar ajudar algum candidato se eleger. E acredito que ajudei sendo assessor de campanha, escrevendo e criando o que me pediam e fazendo jus à remuneração que me pagaram. Além é claro, de ter simpatia e de votar no candidato. Para mim isso significava um compromisso com o assessorado, compromisso que sempre honrei, nas vitórias e nas derrotas. Em tais andanças e estrepolias eleitorais aprendi muitas coisas, mas a maior revelação foi uma ratificação do que eu já sabia, é que numa eleição só existe uma certeza: O candidato ganha ou perde. Ou se elege ou fica de fora..Não existe meio termo. E os dois resultados são, sempre, perfeitamente possíveis! Outra certeza revisitada, que continua valendo, é a de uma previsão que nunca existe, nem vai existir, em qualquer eleição: É a tal certeza do “Já ganhou”! Se o (a) amigo (a) é candidato (a), rejeite e bote para correr quem vier com esse tipo de “agrada”. É fake! Fuja!

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