O ano da Pandemia pelo jeito vai acabar antes que ela, com risco de chegar o verão sem zerarmos os casos, ou reduzir seu número ao máximo. Desde que o homem pisou na lua – e muita gente jura até hoje que isso é pura mentira – os negacionistas não eram tantos, ou ao menos tão visíveis. Negar o que está visto, revisto, comprovado e confirmado de várias formas mostra um traço de ignorância política da humanidade que não é novo, o que garante que não foi o PT quem inventou no Brasil, como muitos juram, a corrupção. Negar o óbvio vem desde a Bíblia e talvez de antes dela. O que fazer diante dessa nova Pandemia de negacionismo é uma indagação que daria um bom debate filosófico e sociológico. Mas particularmente prefiro agir como teriam agido os gregos: Deixar rolar! Até porque tentar demover esse pessoal é perda de tempo. Mesmo agora com a Covid 19, e mesmo que tal negação coloque em risco quem se cuida e acredita na gravidade da situação. Fazer o quê? Para os que tem fé, rezar pode ser uma saída, acompanhada de seguir as recomendações prescritas!
Dois Países na Mesma situação
Uma razoável parcela de brasileiros que não votou no atual presidente também não acredita na gravidade da Pandemia. Já os eleitores e fãs do despresidente seguem o que seu líder recomenda. Desta forma não há como associar automaticamente negacionistas com os seguidores do que chamam de “mito”. Mas entre estes os que não dão bola para essa “gripezinha” são maioria, com certeza. Andei lendo um pouco e pensando outro pouco sobre essa ligação entre eleitores da desgraça que nos governa e os que negam a Pandemia. E não há dúvidas de que há muitas semelhanças entre eles. É óbvio que não se pode culpar o despresidente pela Pandemia. Mas se mudarmos o foco para o número de mortes, as coisas começam a se complicar. Hoje o mundo inteiro assiste dois países se vendo loucos com o aumento de casos e de falecimentos: O Estados Unidos e o Brasil. Ambos – e negacionistas acham que isso é mais uma pequena coincidência – têm como líderes duas pessoas muito parecidas, que se amam! E que adotaram a mesma postura diante da Pandemia. Negaram, minimizaram, recomendaram remédios que não fazem efeito algum e seguem sem reconhecer o que o mundo inteiro já viu e já sabe!
“E daí” ouvi esses dias que os Estados Unidos, o país mais rico e poderoso do mundo, também é um epicentro de casos. A constatação veio acompanhada de uma pérola do pensamento negacionista: “Se eles, um país rico, tem problemas, porque o Brasil não teria”? A resposta é óbvia: Vários países mais pobres que o Brasil, países com população maior ou menor, mas que adotaram as recomendações da Organização Mundial da Saúde já estão saindo da Pandemia. Tem uma outra conta bem simples que a imprensa brasileira evita fazer e quando pode, varre para debaixo do tapete: A comparação, entre diversos países em situações parecidas, ou bem diferentes, quanto ao número de casos de pessoas contaminadas e de mortes para cada mil habitantes…Se o (a) amigo (a) leitor (a) quiser pesquisar na internet, ou fazer essa conta, vou logo avisando para não haver ataques de pânico: Estamos – de novo -perdendo para a Alemanha e não só para ela, para muitos outros países, alguns bem mais pobres e mais atrasados. Porém o placar está bem maior que 7 a 1! “E Daí” que não restam dúvidas de que esse alto percentual de infectados e de mortos tem, sim senhores, muito a ver com as práticas de combate à doença adotadas pelos dois países, sob a batuta e o comando de seus despresidentes. Falta agora alguém responsabilizar só governadores e prefeitos, como se presidentes não influenciassem ninguém. É claro, de novo, que os despresidentes, como diria um negacionista, não mataram ninguém. Eles “apenas” mandaram fazer a coisa errada. “E Daí”…
Renan Antunes de Oliveira, competente e talentoso Jornalista gaúcho que trabalhou nos maiores jornais e revistas do Brasil, premiado em diversas oportunidades por reportagens realizadas mundo afora – até na China, e meu amigo, morreu este ano, lá por abril/maio em Floripa. Renan era cardíaco, passou por cirurgias mas estava bem, se recuperando em casa. Porém sentiu-se mal, com falta de ar procurou o hospital e, como faltavam testes para a Covid19, foi medicado “preventivamente” com Cloroquina. Colheu material para o teste e foi mandado de volta para casa. Infelizmente acabou morrendo de enfarte um dia depois. Logo após seu falecimento veio seu exame para a Covid: Negativo! Pode até ser que a Cloroquina não tenha provocado sua morte, mas se eu pegar a virose, Cloroquina não tomo! Não sou médico e não gosto de me auto medicar, embora tenha cursado alguns anos da faculdade de medicina, na Ufsc. Lá aprendi a respeitar as prescrições médicas, mas nem todas. Tenho que confiar no médico. E se eu tiver problema cardíaco, vou no cardiologista. Se tiver algum problema com doenças infecciosas ou viroses, vou procurar um médico infectologista. E assim por diante. Por enquanto ninguém me convenceu que Cloroquina cura. Prefiro acreditar que eventuais curas registradas aconteceram pela própria resistência e defesas orgânicas de cada indivíduo curado. Os portadores assintomáticos – aqueles que não manifestam a doença, apesar de abrigarem o Coronavírus – podem se curar sem qualquer medicação. Mas alguns tomam a cloroquina. E passam a acreditar que ela os curou da doença…Cloroquina? Eu passo, doutor!
Não existe melhor notícia nesta Pandemia do que a restauração de algumas verdades incontestáveis, apesar e mesmo com todos os negacionistas. Exemplos não faltam e abrangem desde a ironia (e grandiosa saia justa) de ver “fazedores de milagres” ou “filiais de Deus” procurando médicos e hospitais para se curar…. Até o último exemplo, que ainda veremos acontecer quando a vacina contra o Coronavírus estiver disponível: Como é amplamente difundido, um certo país do hemisfério Sul – que comporta o estado do Amapá, táóquei? – é recordista mundial no quesito “Pessoas que não acreditam em vacinas”, segundo pesquisas. Se não me falham Tico &Teco tem até igreja que condena o uso de vacinas. Elas seriam nada mais nada menos que um complô (comunista, na certa) para os mais terríveis e inimagináveis objetivos satânicos. E daí começo a acreditar que quando pintar essa vacina esse pessoal vai se jogar num precipício, num perau igualmente muito famoso por estas bandas – bem aquele que você está pensando, e não é o das Flores, em Xanxerê. É aquele que fica logo ali, no barranco onde termina a terra plana! Mas até chegar a vacina, cuidemo-nos!