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22/06/2021 às 06:48
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Quirera Gourmet – 22/06/2021

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

Yankee Go Home!

Ao chegar em Curitiba (para fazer o “científico”) em março de 1969, com 14 anos, uma das muitas coisas que perguntei ao meu irmão mais velho foi sobre o significado na frase, escrita em muitos muros da cidade: ”Yankee, Go Home”! Rolavam os anos de chumbo da ditadura militar e muitos brasileiros, via o movimento estudantil/UNE especialmente, já repudiavam o golpe que derrubou João Goulart, em 64. E criticavam – por trás das bombas, para não ser preso –  os militares e o dedo do “Tio Sam” por trás do golpe e do governo militar – então chamado pela imprensa nacional de “Revolução redentora”, que nos salvou (bem assim) do comunismo!

Guerra Fria

Mentiras de imprensa (já então) vendida, à parte, o fato é que a partir daí comecei a “me inteirar” sobre o papel dos Norte-americanos, dos EUA, e dos militares no Brasil e no planeta inteiro. Em 1969 a guerra em vigor não tinha campos de batalha, era chamada de “Guerra Fria”. Ela opunha, em conflitos registrados em muitas áreas da economia mundial, a então União Soviética e os EUA…. Ambos tentando impor sua liderança ao resto do mundo. Para isso, os russos colocavam ostensivamente tanques na rua para derrubar governos, no Leste europeu, seu “quintal”. E os Estados Unidos da América fazendo a mesmíssima coisa, também no seu quintal, onde ficava, entre outros países o… Brasil! Porém sem colocar tanques nas ruas, só atuando por baixo dos panos.

Comiam Criancinhas

A partir daí comecei a me aprofundar na história contemporânea – mais dos Norte americanos, por serem nossos “patrões” (segundo os militares), donos do quintal, e também “vizinhos queridos” que nos protegeriam do comunismo! O comunismo, dizia-se já naquela época, escondia espiões atrás de vasos sanitários das casas de inocentes cristãos, pais e avós da “gente do bem” de hoje em dia. E, entre outras enormes maldades, comiam criancinhas, via oral mesmo! Enquanto muitos acreditavam nessas balelas, outros tantos brasileiros eram expulsos, ou precisavam correr para longe de seu país, para não serem presos e torturados, ou mesmo mortos! Mas oficialmente apenas ”desaparecidos”.

Sem Ódio!

Cumpre notar que naqueles tempos vergonhosos e obscuros, um dos torturadores-chefes era um tal Coronel Brilhante Ustra, hoje ídolo do atual despresidente do Brasil! Com um quadro desses eu não poderia ter virado um fanático fã dos Norte-americanos, de jeito nenhum! Mas também não virei russo, nem comunista, graças a Deus! Aprendi a ler as linhas tortas da imprensa brasileira, sempre tentando esconder verdades, claríssimas e históricas, dos mais incautos! E ainda bem que também não desenvolvi um ódio cego – que nunca, jamais, serviu, nem serve para coisa que preste – contra o “Tio Sam”, ou contra os Norte-americanos! E, embora não me identifique como fanzoca do Estados Unidos e de seus métodos de mandar no mundo, reconheço: São o país mais poderoso e mais rico do planeta!

Méritos a Quem Merece!

Digo isso e adianto: Não se trata de agradar, muito menos de tentar “puxar o saco”. É a mais pura e inegável verdade: O povo Norte-americano soube construir um poderoso país, projetaram esse país para liderar o mundo e conseguiram alcançar sua meta! Méritos indiscutíveis, dignos de muitos aplausos – é preciso deixar isso bem claro! Concordar ou não com os métodos empregados para ser a maior potência mundial é outra história. O fato é que eles dominam o mundo, até hoje, e vão dominar ainda por muito tempo, apesar de China e de qualquer outro que ouse se intrometer nessa peleia! Ao se analisar uma conjuntura – qualquer conjuntura – uma regra indispensável é deixar paixões, preferências e torcidas de lado: O povo Norte-americano construiu o país mais poderoso do mundo! E ponto!

Lá e Cá…

Não é a primeira, nem a segunda vez que escrevo sobre essa distinção, que sempre fiz: Pode-se criticar os EUA, por muitos motivos, mas seu povo soube construir um baita país! Esse ponto-de-vista me atropelou, de novo, na noite da última sexta-feira (18/06), ao assistir trechos do Globo Repórter onde uma reportagem mostrou caminhos turísticos e algumas atrações para quem se dispor a percorrer, de moto home, o imenso país do “Tio Sam”. E simplesmente não há como fechar os olhos, nem deixar de aplaudir, a maravilhosa e eficiente organização que a sociedade norte-americana implantou, para receber seus próprios cidadãos e turistas do mundo inteiro. Tudo funciona, e muito bem, sempre! E também não há como não fazer alguma comparação com um certo país, latino-americano, onde muitos “cidadãos de bem”, gostariam de ser anexados aos EUA…

Guerra Civil

Ao (imaginar) fazer essa impossível comparação – pois as diferenças são muitas e enormes – a primeira lembrança que vem na memória, para mim, é que a população lá entrou em guerra civil, guerrearam entre si, mataram-se muitos cidadãos e cidadãs, para acabar com a escravidão. Guerra, qualquer guerra, para mim já é a última e a mais grave demonstração de ignorância. Uma guerra entre membros de um mesmo país é algo tão cruel que nem consigo definir, ou dar nome. Mas eles fizeram a guerra e se mataram, entre eles mesmos, aos montes! Porém, e ainda bem, isso não foi em vão: Construíram um país que os orgulha e que desperta inveja, no mundo inteiro, especialmente pela eficiência de seus governos e pela imbatível disposição do povo em defender, construir e proteger seu país!

Lamentavelmente!

Daí chegou onde queria, desde o início: Não defenderei, jamais, uma guerra civil no Brasil. Até porque em nossa história sobram referências e exaltações à pacífica índole do brasileiro. Pacífica até demais, para muitos estudiosos, mas é o que temos! Contudo, mesmo sem defender, é preciso colocar na balança, da história dos EUA, a cruel e sanguinária guerra civil, que vitimou milhares. No Brasil não tivemos e nem teremos algo semelhante, ainda bem! Porém, entre o povo brasileiro não encontramos nem rastilho do orgulho nacional que o povo norte-americano ostenta e, principalmente, ajuda a manter, para assegurar a liderança mundial do país…. Mesmo indo para guerras, em qualquer ponto do planeta. E matando muita gente, inclusive muitos inocentes, para fazer valer sua hegemonia. Mas essa conversa, como falei antes, é assunto para outra hora. Eles fizeram muitas guerras e construíram uma potência. Nós, sem guerras, construímos um país que, hoje, assim como eu, muitos brasileiros têm vergonha dele… Lamentavelmente!

 

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