É sexta-feira, faltam dez dias para setembro, o inverno virou verão, preciso voltar a caminhar – e emagrecer. A filha mais nova faz 31 anos, os Norte-americanos ajudam a ferrar outro país que prometeram ajudar, a inflação volta a atacar – e ninguém faz nada. A variante Delta preocupa, morre todo dia gente que não se vacina – e muitos não querem tomar, e o ódio, o preconceito, o racismo e a discriminação só crescem. Mesmo assim a sensação é de que a vida segue sem novidades. Mas hoje é sexta-feira…
Nada de novo do lado de baixo do Equador e eu vou pescar, enquanto isso, porque manter distância da sociedade humana, e não aglomerar, se for possível, é um ato de resistência. Além de saudável! Resistir também significa combater a mesmice e a falta de novidades, mais ainda se começarmos a enfrentar os combates sempre adiados – aqueles que fazemos de conta que esquecemos. Fazer diferente e repaginar o conceito de novidade sempre ajuda, se a gente adicionar uma xícara de paciência…
A novidade a rigor é o berro geral do brasileiro em geral contra o preço das coisas, que não para de aumentar. Pior é que não se vê sequer um sinalzinho, nadica, de luz no fim do túnel. Os brasileiros fazem de conta que está tudo bem, mas eu não acredito e acho que a falsidade, o não querer enxergar a realidade, e o negar o que é comprovadamente verdadeiro estão se tornando os males do Século 21. Como está difícil consertar – porque isso exige esforço coletivo, melhor dizer que está tudo nos conformes. E ir levando!
Mas é sexta-feira e a sensação é de justificado alívio. Continuamos vivos, positivos e operantes, embora muitos também de saco cheio, ou putos da cara! Esse aqui ainda é um dos melhores países do mundo, então para de chorar e aproveita a vida! Se roubam à luz do dia e dizem que não há mais ladrões, achamos que isso não nos afeta diretamente. Mas é recomendável, sempre, dar uma conferida e ver se a carteira está no bolso. Porque pode ter caído e pessoas dizem: Roubar, não roubo. Mas se achar no chão, ajunto!
Neste restinho de ano, como diz um amigo xanxeriano raiz, vamos continuar torcendo – e ajudando – a pandemia ir embora, da melhor forma que pudermos ajudar. Esse mundo da peste vive nos provocando para ver se perdemos, de vez, as tais estribeiras – se é que elas ainda nos acompanham. Ver pessoas tentando pegar carona do lado de fora de um avião cargueiro, que voa a milhares de pés de altura, a mais de cem quilômetros por hora, só reforça nossa certeza de que estamos em plena Era da Decadência.
Estranho, por enquanto, que não tenha surgido nenhum gênio vanguardista na arte de ganhar dinheiro, ou fabricante de modismos, para faturar com essa Pandemia de negativismo, ignorância e de varrer a verdade para debaixo do tapete. Ou talvez já exista quem ganhe bons trocos com essa “novidade” – o atraso, que cresce a cada dia, como se isso fosse o esperado, depois da Terra redonda, da vacina com chip, do kit gay, do Brasil comunista e da União das Repúblicas Socialistas da América Latina, a Ursal, entre outros.
Às vezes me puxo as orelhas ao me enxergar acreditando que as pessoas sabem que é tudo mentira. Só não admitem e nem querem dar o braço a torcer, pela simples arrogância e vaidade de não admitir que estavam erradas. Ou que comeram mosca, de boca aberta. Mas é sexta-feira e pode ser que pinte essa novidade capaz de fazer as pessoas voltarem a enxergar o que é verdade e o que existe, há muitos anos, e sempre foi aceito sem a menor contestação: A imbecilidade e a estupidez humana…
Não podemos pedir, muito menos imaginar que tenhamos exatamente as mesmas certezas e convicções, sobre qualquer assunto. Mas é saudável esperar que verdades e conhecimentos comprovados e atestados recobrem, recuperem, o seu status de informações acima de qualquer suspeita. Antes que alguém consiga chegar até a última curva da Terra plana e caia no abismo infinito. Há alguns anos atrás escrever essas palavras soaria como completa demência. Hoje “é normal”. E essa é mais uma prova da nossa idiotice galopante.
Se nesta sexta ou neste fim de semana surgir alguma novidade, tipo um meteoro desgarrado acertar a gente, aqui na parte de baixo do Equador, teremos provavelmente uma pandemia de profetas do apocalipse em ataque verborrágicos, gritando “Castigo de Deus”! “Castigo de Deus”! Impressionante como Deus, cadastrou e abriu tantas franquias aqui na Terra plana. Franquias extremamente lucrativas, vale reconhecer.
Tais franquias são outro dos inúmeros sinais da imbecilização e do negacionismo, males identificados por aqui, ainda antes que o Coronavírus 19 desse as caras. O Coronavírus soube muito bem “preparar o campo”, antes de invadir a Terra plana e o Brasil comunista. Estamos emburrecendo a olhos vistos…. Isso torna-se mais visível a cada dia – a ponto de até moinheiros saírem por aí dando quirera aos pombos. Mas, repito, ninguém está disposto a dar o braço a torcer. E nem a admitir que comemos mosca, típico esporte do famoso “boca aberta”!
A gente precisa se divertir nos finais de semana, nos diziam sempre. Para descontrair e expulsar os demônios, ou as neuroses e outros fantasmas. Esse divertimento que começa quando a sexta-feira também está sendo ameaçada de ser considerada uma mentira da ciência, ou uma falsa verdade dos fatos. Mesmo assim, ainda ninguém conseguiu plainar, nem terraplanar as sextas-feiras, essas lindas. Pode ser que nossa imbecilidade e nossa estupidez poupem nossas sextas, tomara! Mas é melhor não desperdiçar essa de hoje…