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20/04/2021 às 07:48
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Quirera Gourmet – 20/04/2021

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

A Nossa Liberdade

Depois da própria vida, nosso maior bem é a Liberdade. Viver em Liberdade, ser livre para escolher, andar por onde bem entender, e voltar quando quiser, são ou podem parecer apenas “normal”. Mas não são apenas, nem normal. A vida já é muito, chamam de dádiva divina e eu prefiro dizer que foi um presentão que Deus nos deu. E a Liberdade é o que herdamos do tempo em que a gente falava com os animais. Voar como pássaros foi onde aprendemos a Liberdade, a lamentar apenas que deixamos de dormir no aconchego da natureza e de acordar empoleirados, vendo o sol nascer. Também em nome da Liberdade alguns, muitos, exageram, tiram vidas, ou não contribuem para que ela, a vida, siga livre. Sem donos, a não ser nós mesmos e o cara lá de cima – que tudo vê e tudo sabe, garantem os entendidos a vida é bem melhor.

Em Cada Um

Fomos programados, manipulados e convencidos a dar pouco valor ao que realmente importa. Com a grana tentam nos vender uma Liberdade sem limites, como se os pássaros pudessem ignorar que mesmo sabendo voar, existem limites para tudo. Até para a Liberdade, a nossa mesma. Ela termina quando começa a Liberdade do outro. Ninguém tem toda a Liberdade do mundo, cada um tem a sua Liberdade e deve respeitar a Liberdade de todos os outros. E a Liberdade ainda assim pode ser infinitamente grande e ela – a exemplo do Deus de Spinoza – mora dentro de cada um. E como tal precisa de atenções, cultivos, manejos, tratos e muitos cuidados, mais que qualquer bem material muito valioso. E é justamente aí onde mora o perigo de se perder a Liberdade. Ao relaxarmos com a Liberdade acabamos presos dentro de nós mesmos.

Negação

Somos presos a conceitos e leis, obrigados a respeitar a ordem combinada e aceita automaticamente para conseguirmos sobreviver juntos, em tribos que nos protegem. E que conseguem nos manter com saúde, porém nem sempre em paz. A paz é outro bem que a Liberdade ajuda a conquistar. Sem Liberdade é difícil sentir a mesma paz que a gente tinha, quando falava com os animais. Conter excessos de Liberdades é o preço que foi pago por nossos antepassados, para que conseguíssemos sobreviver a pestes e pandemias, e a guerras falsamente travadas em nome da Liberdade. Guerras defendem o poder de uns sobre outros, a inexistente superioridade de pessoas sobre outras ou de países e governos, sobre outros. Guerras são a negação da Liberdade, a negação da vida e a promoção da força como o bem maior, algo que ela não é!

Opções

Nossa Liberdade vive sendo – e talvez sempre tenha sido – ameaçada por outros bens, sem os quais podemos perfeitamente sobreviver bem e felizes. Há os que viram escravos do dinheiro e dos bens materiais – direito deles. Tem quem atrele sua vida a uma única luta e viva toda a sua existência em função da conquista de seus ideais – também um direito que precisa ser respeitado. Existem os que empregam sua vida à prática do crime, tentando viver à margem da lei e dos acordos sociais vigentes. E isso também é um direito deles, pois são livres, têm toda a Liberdade para fazer de suas vidas o que bem entenderem. Mas se invadirem a Liberdade dos outros ou infringirem a lei, sabem que podem sofrer as penas previstas. E a maior delas é a perda da própria Liberdade, ou a perda da própria vida. Ainda assim é uma opção que a Liberdade permite….

Para Sempre

Talvez, tomara, torço por isso, a Pandemia da Covid 19 tenha conseguido abrir muitos olhos e reafinar muitos ouvidos para o valor das coisas naturais, as mais simples, da vida. Falo de hábitos despercebidos e menos carregados de penduricalhos desnecessários – que fomos incorporando, com toda a Liberdade, pela vida a fora. A Pandemia mostrou que podemos viver, muito bem, sem atitudes que julgávamos insubstituíveis, imprescindíveis. Nada substitui o abraço de uma pessoa querida, ou de um familiar com profundos laços afetivos e muitas saudades. Mas até disso tivemos que abrir mão, e abrimos, não sem muitas resistências, é verdade. Mas descobrimos que nem esse contato amoroso é – e nada é – mais importante que o valor da vida mesmo! A tristeza de perder um amigo ou parente mostra isso, é uma dor que nunca vai cicatrizar. A morte é para sempre.

Destruição

E vale lembrar: O bicho Homem é o único que consegue se adaptar a todos os ambientes – desde o frio de rachar até o calor de derreter. Também é o único animal que, mesmo de boca cheia, “vive a se queixar da vida”. E a culpar os outros por suas dificuldades, perdas e danos! Aí esquecemos que a Liberdade nos permitiu estarmos prestes a tornar o planeta Terra inabitável, impossível de continuar mantendo vida. Há quase um consenso que os desequilíbrios que a civilização humana causou ao planeta está destruindo, corroendo tipo cupim, a casa em que vivemos. A pandemia é um aviso disso, e antes dela outras doenças graves surgiram, nos alertando sobre a destruição e o profundo desrespeito à natureza – algoz que produzimos usando, sem nenhum respeito à vida, a nossa preciosa Liberdade!

Fome de Poder

Não vejo a possibilidade de que as mortes causadas pela Pandemia, nem o aviso que ela nos deu, sejam suficientes para resultar numa mudança – necessária e radical – na maneira de lidar com a natureza. Continuamos produzindo venenos poderosos para produzir mais alimentos – de altos riscos à saúde… Mas é sabido que com o que já existe seria possível manter todos – não só a maioria da população mundial – alimentados e com saúde. É que existe também a inesgotável “fome” de acumular riquezas e de poder – Liberdades que nos foram dadas, e que desvirtuamos para querer nos autopromover a seres divinos, privilegiados filhos diretos e legítimos de Deus. Muito mais que simples mortais. E os tais “representantes diretos” de Deus existem há muitos séculos, com reis, rainhas, nobreza que foi estendida, hoje, a todos que possuam muito dinheiro, outro nome do poder!

Não Sou Todos

Nesse mundo aí, a Liberdade de poder viver com simplicidade e sem passar por necessidades pode ser visto como uma “vida no paraíso”. E, portanto, nem todos conseguem, acesso, ingresso ou passe livre para poder desfrutá-la. Impregnamos, incutimos, em nós mesmos falsas necessidades, supérfluas, onde a simplicidade da vida não tem mais espaço. Todos queremos mais! Mais dinheiro, mais tempo de folga, mais conforto, mais status e mais poder! Não basta mais ter certeza de ter bons amigos, de saber que se tem casa e comida, que se consegue trabalhar, que se tem saúde, apesar e mesmo com muitos anos de vida. E que se pode voar na imaginação, desde que a Liberdade que trazemos dentro de nós não tenha sido doutrinada e programada para fazer somente aquilo que “todos fazem”. Gosto daquela resposta dada por quem fala que “todo mundo age assim”… A resposta “não sou todos” para mim é como se fosse uma bandeira desfraldada da liberdade “a que me refiro”.

Boas Lutas pela Liberdade

A Vida e a Liberdade são nossos maiores bens. As queixas e mimimis de todo dia podem perfeitamente serem guardadas bem lá no fundo do baú. Porque Vida e Liberdade nos foram dadas para conseguirmos sobreviver, não para nos destruirmos. E acredito que com a luta de todo dia, não precisemos de outras lutas para viver bem. Lutar as boas lutas, com Liberdade de escolha e sem prejudicar os outros é a melhor forma de vida. E cada um tem suas forças, poderes e qualidades para se manter livre, vivo e feliz!

 

 

 

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