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19/11/2020 às 07:57
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Quirera Gourmet – 19/11/2020

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

A Política Partidária E a Política da Vida

Há alguns anos me incomodava a indiferença e o declarado desinteresse de muitos cidadãos, eleitores, para debater ou mesmo conversar sobre política partidária, um assunto que perdia de 7 a 1 para temas como o futebol, gastronomia, música e papos do cotidiano. Me interessa aqui falar da política maior, não apenas o capítulo que trata de partidos, eleições, governos, governantes e representantes eleitos, que fazem parte, mas não é tudo. Essa chamo de política partidária. Quero falar da política que praticamos ao sair de casa para ir ao trabalho, a política que anda nas ruas e conversa com as pessoas sobre qualquer assunto. Da política em nossas relações com as mulheres, ou com os negros, os idosos, os gays, as crianças, os heterossexuais, com os animais, com a natureza, com o mundo e com.…a vida! Falo da política que exercemos, queiramos ou não, ao viver numa cidade, numa comunidade ou numa vila, ou mesmo com quatro ou cinco vizinhos.

O Ser Gregário

O jeito de ser de cada um, as coisas em que se acredita ou não se aceita, os amores e desamores, as preferências e as rejeições, os vícios, ódios e manias, as qualidades e os defeitos de cada um, as vitórias e as frustrações, os sonhos e os pesadelos são peças de um mosaico que se encaixam bem, ou mais ou menos, ou mal, para formar a personalidade do ser Humano como um todo. Conseguir enxergar a si mesmo, e se enxergar também enquanto uma peça que deve se encaixar noutro quebra-cabeça maior, que é a vida na comunidade em que vivemos e da qual somos dependentes e participantes ativos – é a política da qual, mesmo que não gostemos ou nos julguemos acima dela, fora dela, é a política à qual me refiro. O bicho homem sobreviveu milhões de anos por aqui porque aprendeu a viver em grupos, tribos, povos, exércitos e nações. Se não fosse a força coletiva, a vida gregária, em grupos, nenhum de nós teria chegado até aqui…

Dever de Casa

Essa  política é o cada um e o todos juntos. Ou, ao menos todos os que vivem num mesmo local, ou nos arredores, valendo também lembrar que estamos na famosa aldeia global, todos no mesmo barco! Se quisermos que a rua onde moramos tenha saúde, segurança, iluminação, trafegabilidade, esporte, lazer e seja um lugar agradável, isso com certeza não vai cair do céu! A gente precisa meter a mão na massa e se virar nos trinta para fazer, pelo menos, a sua parte. Depois de fazer essa nossa parte – que inclui os deveres de cidadania – aí sim é hora de cobrar nossos direitos! Primeiro, como aprendemos de calças curtas, é preciso que façamos o dever de casa. Sem ele bem feito, cobrar o dever dos outros é pura hipocrisia! E é bem isso que a gente enxerga por aí, todos os dias.

Os Outros que se…

Falo porque hoje a política de milhares de brasileiros resume-se em criticar, cobrar e esperar, tudo, dos governos, dos governantes e de Deus! Mas muitos desses irados cobradores não fazem a sua parte enquanto cidadãos e seres que vivem em uma comunidade, ou na aldeia global. Por exemplo, todo mundo defende o ambiente natural, mas são poucos os que efetivamente são corretos, quando ninguém está vendo…Da boca para fora, ninguém tem preconceitos, ninguém é racista, ninguém se acha, ninguém admite que gosta de dar um jeitinho naquela multa, de furar a fila, de conseguir pela amizade, ou com propinas, alguns favores, facilidades, agrados e salamaleques que não estão disponíveis para os outros…”Esses aí, os outros”, que se lasquem, porque cada um quer “é se arrumar”, não me importa como, se a lei não me proibir, ou me pegar!

Sem abrir Igreja!

E se a vida rola por aí com essa política de cada um por si e ninguém por todos, a equação fica com uma solução bem visível: Se ninguém se preocupa com o coletivo, não se interage com os outros para melhorar a vida de todos, essa vida de todos só pode mesmo virar essa eme que muitas vezes a gente vê que, efetivamente, virou! E que chega a dar um desanimo…. Daí o brasileiro, muitos brasileiros nos dias atuais, geralmente apelam para duas únicas saídas: criticar muito os outros, todo mundo, incluindo governos, ou implorar a Deus, mudar de religião, ou, em último caso, abrir uma… igreja. E enganar alguns incautos… Se ao invés de criticar tudo e todos as pessoas se reunissem e resolvessem solucionar seus problemas comuns com a união de todos, ou do maior número possível de seres vivos e atuantes, a vida estaria bem melhor, mais feliz! Além disso, acredito eu, também estaríamos bem encaminhados para uma vaguinha no céu. Sem precisar abrir igreja, nem mudar de religião

Modo Coletivo

O problema é exatamente essa política de não somar forças, de pensar que pode fazer tudo, sozinho, de achar que vai mostrar para o “resto do mundo” com quantos paus se faz uma cangalha, de se achar melhor que os outros! Existem inúmeros estudos, livros, pesquisas, teses e teorias que falam do egoísmo humano, das desumanidades crescentes e cada vez mais aceitas, do empoderamento e da ostentação de quem se considera diferente, superior, genial, jovem, rico, bonito e famoso! Muitas vezes essa vontade de se sobressair, de vencer a qualquer custo e a qualquer preço é chamada de empreendedorismo, ou de capacidade de liderança de alguns seres iluminados, gênios. E estes modelos de seres humanos existem, são merecedores de seus méritos. Mas essa capacidade de fazer sucesso raramente é construída no modo coletivo. Porém nada impede que daqui a pouco mais esse degrau seja alcançado, se Deus quiser!

Jeito, ainda tem!

Hoje no Brasil e em Xanxerê as cooperativas de crédito – para citar um exemplo – estão demonstrando a força e os resultados da soma de forças. No passado, em Xanxerê, cooperativas agrícolas foram à falência, várias delas, por conta de malversação, má administração e desvios de finalidade, digamos. O cooperativismo mesmo assim sobreviveu e hoje se apresenta como uma ferramenta muito necessária e apreciada, mesmo com opiniões de que nem tudo ainda esteja funcionando como deveria funcionar. Essa constatação mostra que nem tudo está tão ruim, que existem iniciativas coletivas que podem, ainda, convencer o brasileiro que tudo tem jeito, se todos fizerem a sua política e, principalmente, fizerem a sua parte na vida coletiva. Reclamar, criticar, apontar erros é imprescindível para se alcançar o sucesso. E sempre serei favorável ao ato de criticar! Mas a reclamação, o protesto, a crítica, quando falsas, ou apenas com segundas e terceiras intenções (político-partidárias, especialmente), para conseguir vantagens individuais…não ajudam e prejudicam. E o mesmo vale para quem gosta de atirar pedras nas vidraças dos outros, mas não faz sequer o seu dever de casa!

Qualidade e Quantidade

Hoje temos, eu penso, uma maior e crescente parcela da população que se interessa, debate, e tem opinião, também, sobre a política partidária, e isso é um saudável, um baita avanço. Melhoramos em quantidade, mas ainda temos que melhorar muito o conceito da qualidade na política. Muitos apostam em salvadores da pátria, outros enxergam bons empresários da iniciativa privada como futuros administradores públicos infalíveis – e isso não existe! Mesmo assim e apesar de o brasileiro ter eleito (para mim, com certeza) o pior presidente da sua história, há dois anos, enxergo evolução na mentalidade do cidadão/eleitor. E o erro de 2018, ou os erros, pois novos governadores, os nomes “novos”, também não estão conseguindo bons resultados, todos estamos pagando – e vamos pagar, bem caro. Não digo que os “novos “ não prestam. Digo apenas que o fato de ser “novo”, por si só, garante coisa alguma, não é passaporte para alcançar as metas prometidas…E errar com o novo dá um desânimo ainda maior. Mas serve de lição!O novo não pode, nem deve, desprezar as experientes positivas e eficientes, dos mais experientes. Receitas para escolher bons políticos existem à vontade, e muitos eleitores estão aprendendo a escolher. É um processo lento e sofrido, mas ele está em andamento!

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