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19/08/2021 às 05:35
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Quirera Gourmet – 19/08/2021

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

Inaceitável

De janeiro a julho deste ano mais de 11 mil mulheres catarinenses conseguiram medidas protetivas para se proteger de agressões e ameaças, a maioria de maridos, companheiros e ex – companheiros. Isso significa cerca de 1.500 medidas concedidas por mês, ou cinquenta (50) por dia! No mesmo período, três filhos mataram suas mães. E o número de medidas protetivas ainda foi em torno de 20% menor do que o registrado em 2020, no mesmo período.

50, Por Dia!

Fico pensando, ao ver esses números, que a Santa e Bela é considerada uma das terras mais evoluídas e modernas do bananão verde-amarelo, com povo culto, economia diversificada, forte e invejável, que vive batendo recordes de exportações. E frequentemente lidera no país, proporcionalmente, a geração e empregos fixos – dizem. Temos vários outros indicadores em destaque nacional. Mas bater e ameaçar mulheres – 50 vezes, todos os dias em média – é “muito significativo”, ou “pra acabar com o cheque do leite”!

A Santa e Bela

Na década de 1980 lembro de ter feito reportagem em Floripa abordando um aspecto que passava despercebido por muitos, mas não por todos: Santa Catarina apregoava aos quatro ventos que era o maior produtor nacional de oito ou nove produtos agrícolas, liderava a exportação de alguns e tinha uma economia que dava inveja a outros estados. Tudo com apenas cerca de 6% do território nacional. E por isso reivindicava maior retorno de recursos federais.

Governo Falido

A reportagem, porém, tinha outro foco: As empresas e a economia catarinense eram máquinas eficientes para gerar riquezas, tributos e vagas de trabalho. Mas o Governo do estado… vivia quebrado! Eternamente falido, conseguia sequer pagar reposição da inflação ao servidor público…. Aí a reportagem indagava o óbvio: O que está errado? Como pode um estado com economia forte ter um governo sempre no vermelho, “mal das pernas”, financeiramente?

Muito Roubo

Não cheguei a escrever, pois não teria como comprovar com os números disponíveis o que me pareceu, na época, a mais pura realidade: Roubava-se, perdão, desviava-se ou gastava-se onde não se deveria gastar, muito dinheiro. E os mecanismos de defesa e principalmente de fiscalização do famoso ”erário”… eram nem 10% da parafernália que existe agora. E, hoje, cumpre frisar, ainda se rouba. Até para comprar respiradores…

Grana em Caixa!

Agora, decorridos 40 anos, acredito que não somos mais líderes em tantos produtos, embora a economia esteja até mais forte. E também, ao que consta, não houve qualquer aumento nos repasses federais para o estado. Mas o atual Governador sente-se um gênio por, segundo ele mesmo, ter muitos milhões “em caixa”, fruto de redução e gastos e de economia – feitos maiores da sua administração, para ele.

A Realização

Mas apesar desse maravilhoso caixa, é difícil enxergar por toda a Santa e Bela, alguma obra de vulto, ou mesmo de média monta, bancada pelo Governo do Senhor Moisés, o salvo das águas, por nossas excelências, os deputados estaduais. Acredito que essa “realização” de Moisés – o cofre recheado de grana – deva ser seu trunfo para a sua campanha à reeleição, em 2022, que ele deve estar costurando.

Vacas de Presépio

E ano que vem também elegeremos deputados e senadores que, na atualidade, nem falam mais em fazer justiça à Santa e Bela. Muito menos em conseguir recursos federais compatíveis com o peso da Economia catarina. Não se fala nadica de nada. Nenhuma crítica ao governo federal foi ouvida da bancada federal catarinense menos o PT) desde a posse desse desgoverno. Os interesses do estado? Balela, conversa mole. A bancada federal catarinense é composta por aquelas conhecidas figuras chamadas, no popular de “Vacas de presépio”: Só dizem sim!

Crioulo Doido

Vai daí que se a gente misturar tudo, as 50 mulheres com medidas protetivas a cada dia, um governo “lovável” porque encheu o cofre, mas fez quase nada, mais o fato de sermos considerados “uma gente evoluída”, com perfil de europeu, estado de primeiro mundo, com economia forte e diversificada e, também, o estado recordista percentualmente em votos ao atual despresidente, Santa Catarina é um “Samba do Crioulo Doido”! Mais ainda se levarmos em conta o rebanho daquelas(es) ditas do presépio…

Racismo

Em Joinville, a maior e mais importante cidade do Estado, Ana Lúcia Martins, 54 anos, a primeira vereadora negra (e do PT) eleita em 2020 sofre retaliações, preconceito e logo após a eleição chegou a ser ameaçada de morte. Mesmo que muitos torçam o nariz quando se fala em racismo em Santa Catarina, a grande leva de Italianos e Alemães que, com muita bravura e muito trabalho, colonizaram os três estado do Sul, também trouxeram da Europa esse lamentável perfil…Que muitos tentam esconder, mas que é cada dia mais visível: Convivemos “de boas” com rasos preconceitos e atitudes inaceitáveis.

Só Boas Notícias

Flávio Cavalcanti – o polêmico apresentador da TV Tupi nos anos de 1970 a 1980 tentou criar, certa vez, um quadro de seu programa, onde só se “divulgavam notícias boas”, e era proibido criticar qualquer coisa. Uma maravilha! O quadro, porém, caiu logo em desgraça. Porque “descobriu-se” que a vida é feita de notícias boas, mas também por más notícias. E que seria grande falsidade esconder os fatos negativos. E muitos também acham que apontar ações equivocadas, erros ou maracutaias significa “ser do contra”. Assim como acreditam que criticar Bolsonaro significa ser petista, comunista, socialista…Aí já se trata de Atrasos catarinenses, e brasileiros!

Fiasco

E assim, até hoje há os que acham que a vida é apenas de notícias positivas, que os maus exemplos, os malfeitos, os fatos que denigrem uma gente, ou um estado, devam ser varridos para debaixo do tapete. Falsear ou maquiar a realidade é atitude normal em regimes ditatoriais, onde é proibido criticar o rei, os amigos do rei, os parentes e vizinhos e até os cachorros do rei. A crítica com fundamento e de importância comunitária e/ou social, é indispensável, e imprescindível. Santa Catarina – a sociedade catarinense e o governo –  deveria fazer alguma coisa para conter, ao menos, a violência contra a mulher.  Ter 50 pedidos de medidas protetivas, por dia, é um fiasco!

Atraso de Vida

Em Xanxerê especificamente as críticas também não contam com um histórico de aceitação, infelizmente. Até hoje muitas cabeças tidas por muitos como abertas, modernas e politicamente corretas fazem cara feia quando alguém faz qualquer tipo de crítica. A norma é esperar só elogios, principalmente em cabeças de agentes públicos… Não enxergam, nem entendem que a crítica não quer diminuir, nem rebaixar quem quer que seja. A crítica é feita quando existe algo que pode ser melhorado! Mas tem também o time do “assim tá bom, não precisa melhorar”, o que é simplesmente uma vergonha mundial!

 

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