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19/05/2020 às 09:29
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Quirera Gourmet – 19/05/2020

Quirera Gourmet

Males que vem para o bem

Não acredito que a causa da pandemia tenha a ver com ira ou castigo dos deuses, e sim com as consequências da ação do Homem ao agredir o ambiente natural. Mas começo a acreditar que as mortes causadas pela Covid 19 irão se traduzir em muitas mudanças nos hábitos de grande parte da população mundial, e também em novas visões de prioridades por parte dos governos das nações. A mais visível delas deve ser revisão e o reforço nas estruturas de saúde públicas, e na própria gestão da saúde pública, tornando-a mais aparelhada a enfrentar situações semelhantes. Ninguém deseja, mas o surgimento de outras pandemias com a mesma ou maior gravidade que a atual passa a ser uma probabilidade concreta, e exige ações já, para evitar males maiores. Como sempre se disse, há males que vem para o bem, e é muito saudável e inteligente começar agora a planejar o futuro, incluindo sempre mais esse risco à saúde humana.

Bola nas costas

Uma das leituras já visíveis das consequências da pandemia é a colocação de freios e de autocrítica na sempre vangloriada capacidade humana de se superar. Embora a reação geral dos povos e de países atingidos seja, até agora, positiva no enfrentamento do vírus, não há como fechar os olhos para milhares de vidas ceifadas da noite para o dia. Nossa civilização que se vangloria dos inteligentes engenhos tecnológicos e dos avanços – significativos e úteis – conquistados pela ciência humana, em todos os campos de atividades. Mas nesse mesmo cenário o novo Coronavírus, olhando as coisas sob a ótica bem brasileira do futebol, soa como a famosa e bem conhecida “bola nas costas”: Quando menos se esperava um “contra-ataque” rápido pegou as defesas do planeta completamente desarrumada e vulnerável diante de um adversário que, à primeira vista não parecia tão perigoso assim….

Juventude não dá imunidade

Li que a maior parte das pessoas positivadas em Xanxerê para o Coronavírus estão na faixa etária dos 20 / 30 anos, e não nas bem alertadas faixas de pessoas de maior risco, como idosos e portadores de outras doenças, as tais comorbidades. Essa importante constatação deixa bem claro mais uma vez o que já sendo dito com necessária insistência, porém sem convencer muitos teimosos: É preciso adotar TODAS as medidas de prevenção preconizadas pela saúde pública e pela ciência. Os de maior risco – tomo por exemplo eu mesmo, com 66 anos e muitos da minha faixa etária – foram os primeiros a aderir às medidas recomendadas, e hoje estão lá em baixo nas estatísticas. A juventude – e isso é uma reação natural e esperada – sempre se julga mais forte e imune a doenças, o que é um fato. Porém, essa vantagem deve ser preservada e não aniquilada por falta de cuidados básicos e necessários, veiculados exaustivamente todos os dias na imprensa e na Internet. Não é porque o time está ganhando que ele deve se descuidar da defesa – para voltar ao “futebolês” – linguagem entendível facilmente pelos mais jovens.

O Perigo: Portadores sem nenhum sintoma

E há também que insistir com a sempre presente parcela da população que teima em negar o que é inegável: A pandemia é uma fatídica realidade, ela está matando e vai matar muitas pessoas, inclusive algumas que tomam todos os cuidados. Mas há, também, um componente muito importante a ser mais valorizado: Pessoas podem abrigar o Coronavírus, não manifestar sintomas da doença e, mesmo assim, transmitir o vírus para outros que poderão sofrer as piores consequências e até a morte. Aí reside a necessidade de se insistir no isolamento social: Simplesmente NÃO SABEMOS e somente com estes testes rápidos que agora começam a ser oferecidos, poderemos ter segurança para garantir que uma pessoa NÃO é portadora do vírus. Por isso a radical necessidade de se evitar, proibir e até criminalizar qualquer aglomeração DESNECESSÁRIA de pessoas. Daí a necessidade de se reduzir ao máximo as idas aos mercados, farmácias e a locais de aglomeração. O Coronavírus é absolutamente invisível. E pode ser fatal. Cuide-se, pois assim também combaterá o alastramento da doença!

Os preocupantes últimos números

Desde o surgimento dos primeiros casos na região, em Ipumirim e Concórdia – dois dos mais afetados e também os primeiros a registrar o vírus na região Oeste – tenho buscado selecionar informações levando em conta as peculiaridades dos municípios. E a primeira coisa que me chamou a atenção foram as agroindústrias, os frigoríficos. Eles mantiveram a jornada de 24 horas de trabalho, e mantiveram também o transporte de operários de casa para o frigorífico, e vice-versa – como se isso não estivesse já mapeado como uma situação a ser evitada. É logico que todos devem ter adotado as medidas recomendadas, de uso de máscara e de luvas (adotadas antes mesmo),etc. Mas é preciso prestar atenção nas tais peculiaridades: Frigoríficos recebem e liberam diariamente , além de ônibus com operários, caminhões Carregados e vazios que trafegam por extensas rodovias, cruzam muitas áreas urbanas e terminam suas viagens invariavelmente em grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e outras capitais do norte do país. Todas hoje com grande número de pessoas infectadas pelo vírus. Ontem, pela primeira vez veio a informação e que um frigorífico de Ipumirim poderá ser interditado: 86 dos 1.500 operários do frigorífico testaram positivo para o vírus. Isso representa cerca de 5% do total dos trabalhadores da agroindústria, e é um número alarmante, pois trabalha-se em locais de aglomeração…. Note-se que não se está culpando as agroindústrias e isso seria um raciocínio totalmente descabido. Serve, porém, para reforçar a principal das precauções recomendadas ao extremo: Evitar aglomerações e ficar em casa, o máximo possível. Ninguém quer desemprego nas agroindústrias. Mas vamos torcer para que a situação de Chapecó, principalmente – a cidade mais populosa da região – não nos traga mais e maiores perdas de vidas, além da disseminação do vírus. E aí a região toda poderia sofrer com isso.

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