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19/02/2021 às 07:43
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Quirera Gourmet – 19/02/2021

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

Sextas Bem Melhores Virão… Não Aglomere!

Gosto de me definir como bicho do mato e acredito sou mesmo. Tenho muitos, queridos (as) e valorosos (as) amigos (as), dos (as) quais tenho maior orgulho e muita saudade. Mesmo assim sempre fui muito amigo também da solidão. Ainda de calças curtas levava uns cascudos por ser flagrado falado sozinho, tara que, acredito, transformei em vontade de escrevinhar. Descubro cada dia mais que a solidão é ótima companhia, e que trago sempre comigo uma tribo de seres da floresta, escondidos na selva da companheira solidão. Vivi muitos anos solteiro e agora, namorando a melhor parceirinha de todas que encontrei no caminho, a felicidade aumentou. Ela não tem ciúmes e tornou-se, também, grande amiga da minha solidão!

Onze é Multidão!

Daí porque aglomerar nunca foi um verbo que eu tenha exercitado muito, nem criado dependência, ou vínculos. A não ser em passeatas e movimentos de protesto. Nessas, estamos juntos!…Fora isso, com no máximo dez pessoas por perto já estou com lotação total. Mais que isso é aglomeração e sempre que posso, fujo. Nos tempos de repórter colegas me xingavam, porque após eventos de trabalho nunca “ficava para o jantar”… Não era mais trabalho e tinha uma multidão “filando boia”, geralmente de primeira! Minha fome era de voltar para a redação e terminar o trabalho. E depois sim, vadiar! E muitas vezes até a madrugada, se possível com alguma solitária dama da noite – pelas quais sempre tive o maior respeito. Algumas são minhas amigas, até hoje!

Baladas

Fico observando a galera de agora e seu furor por baladas barulhentas, superlotadas, onde não conseguiria ficar cinco minutos. Mas entendo a zoeira. Nunca como agora a juventude precisou tanto e deu tamanha importância para se superar e se sobrepor, ostentar, conquistar seu espaço e pendurar seu nome em algum hall da fama. É justo e não acho que se deva criticar ou fazer oposição…Mesmo que muitas vezes a zoeira nos dê vontade de mandá-los para aquele lugar. Faz parte, e lembro bem das vezes em que uma singela, afinada e descontraída roda de viola incomodou vizinhos e, por reclamações, diante da PM na plateia, tivemos que ir dormir, mesmo estando só em três ou quatro.

Meu Bloco

Durante mais ou menos uma década fui feroz carnavalesco. Mas a cada carnaval botava o meu preferido bloco do “Eu Sozinho”, na rua. Foi a única etapa e o único momento da vida em que eu apreciei e curti a aglomeração, por lazer ou diversão. Até hoje sou a favor e aplaudo o carnaval – pela empatia de ver gente alegre comemorando a vida, a alegria gratuita, sem motivo, e saudando o descompromisso com relógio, aparência, protocolos, salamaleques e viseiras. E por ser o carnaval, acredito, a maior festa popular do planeta! Também acredito que o carnaval, muito mais que o futebol, é a maior marca e o maior totem que o brasileiro construiu. Ambos, entretanto e infelizmente, foram mercantilizados, viraram fábrica de dinheiros…Mas atire lá a primeira pedra aquilo que hoje em dia não virou “corrida do ouro”…

Mal Necessário

Porém, apesar de fugir das aglomerações, e mais ainda de multidões, não achei graça na necessidade de ninguém poder aglomerar. Dar e receber abraços, confraternizar com amigos, festejar a vida em grupo é tão necessário quanto saudável – menos nessa pestilenta Pandemia, é claro. Daí, não deixo de ficar triste, decepcionado com essa temporária proibição de se juntar gente e aglomerar ao redor de uma mesa de amigos. Seja para falar besteiras, seja para criticar ou contar causos…Não aglomerar é um mal necessário – e estes trastes, mal-amados e estorvos – também fazem parte da vida! E não acho bonitos, nem inteligentes, pessoas acreditando que na Pandemia a aglomeração não irá prejudicar os outros. Prejudica a todos, porque o ar que respiramos – e contaminamos – é o mesmo!

300 Atendimentos/Dia

Nos privarmos de alguns costumes e hábitos aos quais juramos amor eterno nunca é fácil. Mais difícil ainda é perder pessoas queridas… Ao ler, ontem, que a procura pelo ambulatório anti-Covid de Xanxerê pulou de 60 pessoas para mais de 300/dia, passei a considerar que é hora de radicalizar! É hora de todos e de cada um dar sua parcela de colaboração. Se não quisermos amargar, daqui a alguns dias, perdas ainda maiores de vidas de pessoas amadas, importantes e amigas. Já vimos e sabemos o que acontece quando faltam leitos em UTIs, e ninguém quer passar por uma situação dessas. E se estamos numa situação “de guerra”, é mais que justo, é imprescindível, inegável, que todos, mas todos mesmo, entrem nessa luta!

Sextou. Mas…

Aglomerar, festejar, comemorar, beber e reunir amigos é muito bom, insubstituível e necessário. Mas pode esperar mais um pouco… Depois, também é uma grande satisfação cada um poder bater no peito e dizer – sem Fake News – “eu tô fazendo a parte que me cabe”! Vencer mais essa forte onda de aumento de casos é urgente, isso não pode esperar, nem ser adiado. Mesmo que hoje seja sexta-feira! Todas as semanas têm sextas-feiras, e precisamos preservar nossa saúde para assistir e participar de muitas sextas-feiras com aglomerações monstros, com multidões nas ruas, comemorando o fim dessa peste – que não foi convidada para a festa!

“Dar Uma Olhadinha”…

Também é absolutamente verdadeiro que as sextas-feiras tem sua magia, seus mistérios e seus segredos e proibições. Ou tinham…. Há alguns anos, por exemplo, as noites de sexta eram proibitivas, para pobres e pés-rapados xanxereenses, frequentar (eu era solteiro) o Salão Paris, ou a Boate Luana, de saudosas e divertidas lembranças, além de porres homéricos…Porque era a noite de aglomeração, mas aglomero de coronéis, fazendeiros, gente da bufunfa – que obviamente tinham primazia entre as damas da noite. Mas ainda assim era bom ir – só para “dar uma olhadinha”!  E não raramente, a noite era abrilhantada com a presença de autoridades, próceres e representantes da fina flor da sociedade Oestina e até do Estado. E quando a “otoridade” era muito graúda (deputado, senador, governador…) ficava “guardada” em camarotes, longe vida vista de fofoqueiros. E foi numa sexta-feira que levei esse corpinho, pela última vez, até aqueles “ambientes de perdição”: Mas já tinha parado de beber e avisei ao parceiro que não via mulheres bonitas por lá naquela noite. E fui alvejado, ao vivo e a cores: “Também, queres o quê? Bebendo Coca-Cola”!!!Nunca mais fui!

Um bom fim de semana a todos (as)!

 

 

 

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