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18/10/2021 às 07:50
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Quirera Gourmet – 18/10/2021

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

Desde a Bíblia

Tirar a vida – de quem quer que seja – com as próprias mãos, é crime dos mais bárbaros que um ser humano pode cometer…. Nada justifica isso, e ninguém deve ser perdoado, se acabar com a vida de outro – diz a Lei dos Homens. E embora a lei de Deus mande perdoar pecados e pecadores, está lá nos mandamentos: “Não matarás”! Desde Caim e Abel, homicídios cometidos entre membros da mesma família são os mais chocantes e impactantes, pois presume-se que em famílias predomine o amor, não o ódio mortal. Mesmo assim, desde que escreveram a Bíblia, tais barbáries jamais deixaram de acontecer.

Barbárie!

O assassinato de um policial pela própria filha adolescente e por outra menina, da mesma faixa etária, noticiado no final e semana permite muitas reflexões, muito além da natural curiosidade em querer se saber “o, ou os motivos” que, a estas alturas, não evitarão a morte, nem aliviarão a dor de quem perdeu um familiar. É justo que a sociedade saiba os motivos – presumivelmente para evitar repetir erros que, porventura, tenham sido cometidos, talvez, pela vítima. Mas os motivos são menos importantes, nos dias em que vivemos, do que pensar e debater um pouco sobre “fazer justiça com as próprias mãos”. Porque essa é a verdadeira barbárie!

Ódio

Em sociedades organizadas como (dizem) a nossa, quem tem direito de aplicar as penalidades previstas por crimes cometidos, é o Poder Judiciário, e ninguém mais! Mas basta uma rápida leitura nos comentários de muitos seres ditos “civilizados”, postados nas redes sociais sobre o crime da filha que matou o pai, para se entender porque o ódio continua autorizando a “fazer justiça com as próprias mãos”! Continua e vai continuar – o que significa dizer outra obviedade, dura, mas verdadeira: Não foi a última vez que um filho mata o pai, infelizmente. Porque o ódio continua sendo plantado e cultivado! E por pessoas que se acham “normais”! E até “do bem”!

Pelos Poros

O único consolo visível, na minha opinião, é que muita gente tem alertado – não sei se com resultados positivos – sobre a atual escalada do ódio entre os homens e mulheres, inclusive os ditos “do bem”, no Brasil e fora dele. O empoderamento geral – conferido pela Internet ter dado voz e vez a quem nunca teve – é apontado como um dos motivos para tanto ódio. Mas com certeza a Internet não é a única responsável por vermos hoje tanta gente espumando ódio por todos os poros. Perdoar, ou mesmo conversar antes, saber as circunstâncias em que os fatos aconteceram, sem prejulgamentos de qualquer espécie, é algo que caiu totalmente me desuso. Em 90% dos casos muita gente sai dando, prenhe de ódio e em segundos, a sentença de morte ao (s) acusado (s)!

Nos Dias de Hoje

Não que as circunstâncias que levaram uma filha matar o próprio pai possam aliviar a gravidade do crime. Mas a JUSTIÇA manda ouvir, antes, todos os envolvidos. E a mesma JUSTIÇA condena qualquer tentativa ou intenção que seja, de tirar conclusões sem analisar, bem analisado, como foi que os fatos aconteceram. Ou seja: Fazer Justiça com as próprias mãos é crime! Tão ou até mais bárbaro que matar o pai ou a mãe. NINGUÉM tem direito de tirar a vida de NINGUÉM. E até tirar a própria vida é um ato que, em sã consciência, todos devem, ou deveriam evitar. A vida nos foi dada para que seja usufruída. Mas alguns entendem que é para ser destruída…Dizer essas coisas pode parecer “chover no molhado”. Mas nos dias de hoje, acho que não é mais…

Sabem Tudo!

Por outro lado, a arrogância e o complexo de superioridade amplamente visível nos comentários de centenas de internautas nas redes sociais (me diverti no fim de semana) são reveladores: Muitos Oestinos (as) são a favor da barbárie! E não é a primeira vez que isso aparece estampado nos “feicebuques” da vida. Penso também que esse pessoal tem bastante tempo ocioso, para ficar fazendo tantas observações totalmente vazias, sem pé nem cabeça e absurdas, impregnadas de ódio…mas é direito deles, inclusive, falar besteiras, grosserias e ignorâncias! E meu direito rir, ou discordar das opiniões – porque muitas são tão irracionais que é impossível calar. Vivemos um inacreditável tempo em que todos sabem tudo!

Outra Morte

Foi interessante navegar atrás das notícias e comentários sobre o trágico e terrível homicídio do policial, em São Miguel do Oeste, atividade que me dediquei, para matar as saudades do Jornalismo, neste final de semana. Divertido, mas também decepcionante, triste mesmo, por – também mais uma vez – verificar que o bom e velho Jornalismo (com jota maiúsculo) continua sendo… trucidado! E igualmente, e barbaramente, por …seus próprios filhos, os (as) bravíssimos (as) repórteres! E com total apoio dos patrões, como sempre! Só vou dar um exemplo para fundamentar mais esse assassinato do Jornalismo: Nenhum site, portal, rádio, flash ou live… disse alguma coisa, até a manhã de domingo, sobre as possíveis motivações do bárbaro crime das duas adolescentes. É correto a Polícia não querer falar sobre os motivos, num primeiro momento. Mas também é correto, necessário, imprescindível, indispensável o REPÓRTER informar: “A Polícia declarou ainda que, por enquanto, não vai se manifestar sobre as motivações do crime”. Mas, NINGUÉM falou isso… Mais: Ninguém ouviu um familiar, ou amigo, ou colega da vítima! Pareceu que a vítima não tinha esposa, nem familiares, nem amigos…Colegas, tinha, e foram filmados no ato de sepultamento. Mas nenhuma entrevista…

Ordens Superiores?

Deu a clara e a nítida impressão que alguém deu uma ordem, e todos cumpriram: Não fale com a imprensa, nem sobre os motivos! Tudo bem, para a Polícia! Mas devem ter “ordenado” isso também aos repórteres, daí ficou bem claro: O Jornalismo do Oeste foi, mais uma vez, cruelmente assassinado! E tal ordem é com certeza um “segredo de polichinelo”. Nas internas, a verdade sempre aparece, e nestes casos de grande visibilidade, espalha-se muito rapidamente. É possível – e saudável – fazer um Jornalismo decente, profissional, e não atrapalhar, de maneira alguma, o trabalho investigativo, fundamental, da polícia. O que não pode é confundir o Jornalismo com o trabalho policial. Até porque essa associação – existem milhares de comprovações disso – nunca deu certo. Polícia é Polícia e deve fazer seu trabalho sem que ninguém atrapalhe. Mas o Jornalismo também é Jornalismo…E pode – e deve – fazer seu trabalho, sem atrapalhar, nem se misturar, com o trabalho da polícia…

 

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