Nas redes sociais crescem as críticas ao (des)governo federal e, mais ainda, aos que votaram nele. Acredito que criticar quem votou nele não resolve mais nada, o mal já foi feito. Mas tomara que os que fizeram tamanho disparate com seu voto livre e consciente – apesar de muitos avisos – revejam seus critérios na próxima eleição para presidente. Já vira uma ladainha, muito grande, falar das inúmeras ações de governo que contrariam e/ou prejudicam a maior parte da população. Mais que isso, não se vê uma ação, nem projeto, nem ideia de governo, por exemplo, que gere uma expectativa de reativar a economia. Tem a Pandemia, lógico. Mas em outros países também tem a mesmíssima Pandemia, e eles andam para frente. O Brasil, para trás. E todos estamos só assistindo, quietos, criticando, até ontem apenas nas redes sociais. Mas neste final de semana já surgiram panelaços e carreatas. A falta de oxigênio em Manaus pode ter sido a gota d’água…
A estas alturas nem interessa mais em quem se votou para presidente. Interessa a meu ver retirar, afastar, fazer qualquer coisa para esse despresidente não continuar destruindo a nação e revoltando a maior parte dos cidadãos – menos os xiitas radicais, seus seguidores. Ou cegos. Aqueles que não conseguem entender o que está acontecendo simplesmente por que não querem entender. Deve ser algum orgulho doentio, que invadiu suas cabeças, junto com a Pandemia. Na semana que passou o que aconteceu em Manaus de novo estarreceu o mundo, não só os brasileiros. Nem dizer que “acabaram com a corrupção”, ou “com o comunismo” – duas vergonhosas mentiras, resolve mais. E culpar Lula, Dilma e o PT é argumento com validade vencida…
Falta, e sempre faltou nesse desgoverno, planejamento, em tudo. Principalmente com algo que não se deve brincar: a saúde do povão! E isso que o próprio general Ministro da saúde, em pelo, esteve no Amazonas dias antes de faltar oxigênio. O General – que foi rebatizado de “Pezaduello” – disse que estava tudo certo por lá. E receitou cloroquina! É desesperador: Quando o governo pode, tem oportunidade de evitar o pior, vai lá, olha, e diz que está tudo certo. Mas está tudo errado. Isso tem nome: Incompetência. E irresponsabilidade! Mas o ministro é general. Fosse um civil, estava na rua! Outra confusão foram as demissões no Banco do Brasil: O despresidente culpa o presidente do banco, um civil. E disse que desconhecia as medidas anunciadas…
E o ministro General Pezaduello foi indicado por sua decantada expertise em logística…O que nos permite acreditar que o governo, mais uma vez, tentou mentir para a nação. Mas nem isso conseguiu. E o rastro da incompetência leva a todos os ministérios do (des)governo. A Ford foi embora e só depois dela anunciar que iria embora o governo descobriu isso. Ninguém sequer lembra quem é o Ministro da Indústria e Comércio, só do Posto Ipiranga, o senhor Paulo Guedes. Este, com todo respeito aos postos Ipiranga, vendeu só falsidades até agora. Se vendesse gasolina, seria batizada, com certeza. É possível constatar, para não criticar muito, um governo ridículo. Cômico, se não fosse trágico! Só dá bola fora e tiro no pé!
Não existe mais qualquer país do mundo civilizado governos democráticos que empreguem militares na complicada e exigente esfera de trabalho da administração pública. Existem hoje escolas, cursos, faculdades e o escambau para ensinar administração pública. Nenhum desses instrumentos consta do ensino ministrado aos militares, nem mesmo a generais, que conhecem absolutamente nada de governo, muito menos de política, boa ou má…. Sabem e foram preparados para mandar.E para serem obedecidos, sem questionamentos ou diálogo… Mas quem manda sem saber o que está fazendo, nem com o que e com quem está lidando… o resultado é bem conhecido: Dá merda! Foi o que aconteceu em Manaus, com a Ford e em muitas outras vergonhas mundiais! General ministro é pessoa errada, no lugar errado! Lugar de militar é no quartel. E olhalá!
Não acho graça nenhuma em ver tanta coisa errada num só governo, em apenas meio mandato. Isso, me parece é o que está começando a pegar: O Brasil e principalmente os brasileiros vão aguentar, quietinhos como ficaram até agora, tanta incompetência? Tanto desgoverno e tantas barbaridades se sucedendo, uma atrás da outra, todo dia, toda semana, sem dar uma folguinha para respirar. Depois de faltar oxigênio em hospitais de cidade onde a pandemia vinha crescendo há semanas – sem ninguém fazer nada e ainda com líderes governistas tentando esconder a gravidade – a pergunta é: qual será a cagada do governo nesta semana? Isso é terrorismo legítimo. Ultimamente dá medo conferir as notícias…
Me fazem rir os poucos amigos – só eleitores dele – que ainda tem a coragem de arriscar dizer que “ele ganha de novo em 2022”. Deveriam se preocupar em torcer para ele conseguir se manter no cargo este ano. Porque do jeito que começou o ano, em menos de um mês as coisas só pioraram, e muito. É inflação comendo solta, desemprego, alertas de que sem auxílio de emergência vai ser o caos…E nesta semana caminhoneiros ensaiam uma greve geral – que não acredito que aconteça, pois a classe, quase que de forma unânime, é e sempre foi uma das mais radicais defensoras do (des)governo. De qualquer forma, o alerta é grave: Se os caminhoneiros, seus apoiadores, estão desse jeito, outras classes de trabalhadores também vão berrar. E logo.
E por pior que sejam as notícias, nada consegue abalar a confiança desses que acreditam na reeleição do (des)presidente. Não enxergam (porque não querem enxergar) que seu apoio popular hoje deve andar na casa dos 30%, com clara tendência de queda. E daqui uns dias, sem auxílio de emergência e sem comida em casa, não haverá notícia boa capaz de segurar a insatisfação, por mais anestesiados que estejam os brasileiros. Para mim, a rigor, a maior decepção, eu diria até vergonha mesmo, é ver esse país eternamente deitado em berço esplêndido não ver seu povo protestar e exigir seus direitos, antes que seja tarde demais…
Espero – há semanas – poder ouvir uma notícia positiva, de impacto, que ao menos nos anime uns 5% com relação ao futuro deste riquíssimo – e desesperador – Brasil. Não acredito em inferno astral, mas se estivermos num deles é notícia ruim: dizem que inferno astral termina no aniversário. E se for o 21 de abril ainda está mais perto. Mas se o aniversário a considerar for o Sete de Setembro, melhor nem pensar. O fato é que daqui a pouco vamos acabar tendo saudades do mal falado 2020, infelizmente. Tomara que ao menos nesta semana comecem a vacinar…Mas aí também já deu chabú: A Índia disse que as vacinas que vendeu “não são pra agora”, que ainda precisa fabricá-las e isso, é óbvio, não é do dia para a noite. E o (des)presidente agora quer requisitas as vacinas do Instituo Butantan – que até ontem ele criticou e renegou, e que o Governo paulista havia encomendado para aplicação no seu estado…
Mesmo assim, uma boa semana a todos!
(Correspondências para Quirera Gourmet: romeujornal@gmail,com)