A polêmica da semana foi o Ministro da Saúde, Henrique Mandetta e sua permanência no cargo. Ele foi substituído ontem pelo Médico Oncologista Nelson Teich. As atitudes de Mandetta no combate ao coronavírus são as mesmas que o mundo inteiro adotou, consideradas corretas sob o ponto de vista da medicina e da ciência. O que esteve em jogo, mais que o combate à pandemia – e isso é vergonhoso – foram vaidades pessoais. E que hora para pensar em vaidades, não? O despresidente – que entende pouco de ciência e de medicina, como até as pedras já sacaram – chamou seu Ministro da Economia de “Posto Ipiranga”, e disse que entende nada de Economia, o que também é verdade. Se fosse uma pessoa razoável, o despresidente diria a mesma coisa sobre saúde e sobre o seu agora ex-ministro da saúde.
Então deveria ter chamado Mandetta de Posto Ipiranga 2, e deixava Mandetta fazer seu trabalho. Mas Mandetta apareceu demais, e isso mexeu na vaidade do pai dos três patetas. Uma personalidade controversa e obscura, que já reconheceu não ser uma pessoa que nasceu para ser presidente, como ele mesmo disse no começo de 2019. Se o despresidente tivesse UM, apenas UM conselheiro com boa cabeça – e não desse bola para as abobrinhas de seus três patetas, perdão, três filhos – daria carta branca para Mandetta. Além disso, também seria bom parar de ir comer pastel nas padarias de Brasília. Mas o ego do despresidente está inflado até não poder mais. Isso fica claro pela sua declaração – feita pela décima quinta vez : “Quem manda sou eu”! Quem manda mesmo não precisa falar isso a cada três dias… 1) Deixar de comer pastel na padaria e 2) deixar o Mandetta cuidar do seu Posto Ipiranga. Pronto, resolvia um falso problema de tira-e-bota-deixa-ficar Mandetta! Resumo da ópera: Vaidade. Moral da história: Dois bicudos não se beijam!
O Ministro, político experiente, ex-deputado e com maiores possibilidades de seguir carreira após a Pandemia, sabia que estava numa baita vitrine, daquelas em que nunca esteve antes e, talvez, nunca mais estará no futuro. E isso mexeu com vaidade do ministro, que já é cotado até para ser candidato a presidente. Exagero, mas deixa para lá, o Brasil adora adotar o primeiro salvador da pátria que aparece…. E o ministro, usando demagogia barata não largou do cargo, mesmo sendo humilhado, alegando que “médico não abandona paciente”. Conta outra, ministro! O senhor estava cuidando sim é de sua e inesperada popularidade. É cria política de Ronaldo Caiado, Governador de Goiás. Mandetta não nasceu ontem, conhece bem a roça onde está carpindo. Ele estava é cuidando de sua carreira política. Como ficou demonstrado pelo próprio Mandetta, a equipe que o acompanha é do próprio Ministério da saúde, não foi ele que levou para o ministério. E pelo andar da carruagem, a equipe do ministério tem totais condições de continuar lutando contra a pandemia. Com ou sem Mandetta. Então, vão trabalhar e parem de encher o saco do país inteiro!
A “entrevista coletiva” que Ministro Mandetta cometeu na tarde de quarta-feira (15), ao lado de um dos seus assessores-que-pediu-demissão-mas-ele-não-aceitou foi puro teatrinho! Mas já ganhou o título de “melhor do ano” no campeonato mundial de péssimo teatro pastelão! A retórica do ministro, confesso, quase me fez chorar: ”Entramos juntos e vamos sair juntos”. Melhor ainda foi a fala de seu assessor-demissionário na sequência: “Tenho 40 anos de ministério e não vou jogar isso no lixo”, dando a entender com todas as letras de que com Mandetta ou sem Mandetta ele continua na equipe do Ministério, inclusive à disposição do próximo ministro, o Oncologista carioca Nelson Teich, anunciado na tarde desta quinta-feira (16). Segundo a Globo, Teich é alinhado com o Ministro Paulo Guedes e é contra o aborto(?), condição esta que seria do agrado do despresidente…
A passagem de Mandetta pelo ministério lhe rendeu polpudos dividendos políticos e cogita-se que ele será o secretário de saúde de São Paulo, no Governo Dória! Mandetta virou herói e salvador da pátria – numa pátria que elege facilmente falsos heróis. E isso aconteceu não porque tenha adotado medidas revolucionárias ou inéditas no combate à pandemia. Virou herói porque num governo de cegos, quem tem um olho é rei! As medidas adotadas seriam adotadas por qualquer ministro da saúde com um razoável conhecimento de saúde pública, pandemias e coisas do gênero. Tem nada de genial, ou de salvador da pátria. É carência de boas cabeças no governo. E bota carência nisso! Espera-se agora que o novo ministro, ao menos, não libere geral as restrições que atingem a economia, como quer o despresidente da “gripezinha”.
Jornal GGN – Em artigo divulgado em 3 de abril, o novo ministro da Saúde Nelson Teich, que assume a Pasta no lugar de Luiz Henrique Mandetta avaliou a condução da crise do coronavírus como “perfeita”. “Felizmente, apesar de todos os problemas, a condução até o momento foi perfeita. Pacientes e Sociedade foram priorizados e medidas voltadas para o controle da doença foram tomadas”, comentou. Segundo ele, “a opção pelo isolamento horizontal, onde toda a população que não executa atividades essenciais precisa seguir medidas de distanciamento social, é a melhor estratégia no momento. Além do impacto no cuidado dos pacientes, o isolamento horizontal é uma estratégia que permite ganhar tempo para entender melhor a doença e para implantar medidas que permitam a retomada econômica do país”, defendeu.O isolamento vertical, que é o ideal do presidente Jair Bolsonaro, “tem fragilidades e não representaria uma solução definitiva para o problema”, ponderou o médico. No mesmo texto, ele defendeu estudos para equilibrar o isolamento com a retomada da economia e também exaltou o modelo coreano de enfrentamento ao vírus. Para Teich, o isolamento deveria ser “personalizado”, “semelhante ao da Coreia do Sul. Essa estratégia demanda um conhecimento maior da extensão da doença na população e uma capacidade de rastrear pessoas infectadas e seus contatos.”(Fonte: Jornal GGN/Cíntia Alves -16/04/2020).
Quirera Gourmet