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17/02/2021 às 07:23
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Quirera Gourmet – 17/02/2021

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

Vai Demorar

Aos que ainda não acreditam na gravidade da Pandemia – para o planeta inteiro, as últimas manifestações de renomados cientistas não trazem boas notícias. Há previsões de que estaremos correndo atrás do Coronavírus e de suas mutações ao menos por mais alguns anos, talvez uma década. A rigor também é permitido pensar que certeza, mesmo, de quanto tempo a Pandemia ainda vai ser a notícia de todos os dias, ninguém tem. Mas não vai acabar neste ano, isso é certo. A grande esperança é de que dentro de uns dois meses as vacinas mostrem que são eficazes, e que o número de casos comece a diminuir. E o grande desafio é manter as pessoas tão, ou mais, fiéis às recomendações, pois a Pandemia vai acabar assim do nada. É provavelmente  a década da Pandemia!

Parelho

Aos que sobreviverem, os anos de 2020 em diante serão de riquíssimas de histórias para contar aos netos. Histórias de alegrias e de tristezas, de aceitação dos fatos e de negação de evidências incontestáveis. De conhecimento e de ignorância. Seria plausível esperar que a negação da Ciência e de verdades aceitas por séculos fosse mais comum entre as camadas mais pobres da população…Mas até nisso a Pandemia surpreende: Nem a doença, nem a aceitação dela fazem diferença entre ricos e pobres, não faz diferença alguma, muito menos entre homens e mulheres, jovens e idosos… É parelho!As novas mutações, em países europeus aumentaram de incidência entre menores de díade.

Dúvidas

Aos que negam a famosa luta de classes, ou as profundas diferenças entre ricos e pobres, a Covid19 é um forte argumento. Porque ela não poupou os mais ricos, embora entre a pobreza as mortes tenham sido muito mais numerosas, como sempre: A corda arrebenta no lado mais fraco. Porém muitas seguranças também viraram dúvidas. Entre elas a de que a Ciência e a tecnologia, tão decantadas como os maiores avanços da Humanidade, serão suficientes para vencer o vírus e suas mutações? Tomara que sim, mas existem dúvidas. E só o tempo será capaz de responder a elas.

Em Guerra

Diante do agravamento da situação, aqui, no Brasil e no mundo, outro costume comum em momentos assim começa a rondar nosso cotidiano: Estamos hoje literalmente em guerra contra a Pandemia. E em qualquer guerra é bem conhecida (e aceita) a máxima que avisa: “Em guerras a primeira vítima é a verdade”. Governos em geral, sob o discutível argumento de “não gerar pânico”, começam a noticiar meias verdades, ou dez por cento dela, ou nadica de nada. Particularmente penso que o pânico já se instalou, e que é melhor termos informações corretas, verdadeiras, para podermos adotar as atitudes que julgamos mais corretas. E as que conseguiremos adotar. Mas as mentiras para esconder a situação real estão no ar.

Mutações

Também defendo considerar que estamos em guerra, porque é melhor pecar por excessos do que errar por descrédito ou por menosprezo ao “adversário”. E também porque já sabemos que negacionistas não vão ser convencidos por palavrório algum – embora não seja recomendável dar folga, também, nesse combate. E a maioria das pessoas que não acredita na gravidade também ignora que sua atitude não oferece risco SÓ a eles. Não entendem que cada pessoa contaminada multiplica, espalha, fortalece ainda mais a doença, além de favorecer as mutações – que já se transformaram no terrível, e por enquanto incalculável – novo pavor de quem entende de Pandemias.

Amigos

Há dias tento escrever algo que anime e, quem sabe, consiga descontrair e otimizar de alguma forma o pesado clima deste não carnaval da Pandemia. Mas ainda não achei a receita. Há quem considere ser necessário noticiar e louvar os milhões de contaminados que se curaram. Consigo dar a eles os parabéns, desejar saúde, e recomendar que não baixem a guarda. Mas não consigo parar de alertar sobre os riscos, e sobre a eterna tristeza de quem perdeu familiares ou amigos. Perdi quatro amigos inesquecíveis, e a falta que eles fazem, e vão continuar fazendo, nem milhões de pessoas curadas jamais irão suprir…

Mesmo Barco

Assim, resta endurecer a batalha sem perder a esperança, nem perder o necessário, indispensável, alto astral. Mesmo que ele esteja bem escondido lá nos cafundós do judas! Durante nossas vidas somos postos à prova inúmeras vezes, sozinhos ou em grupos, mas até agora é a primeira vez que o desafio é para todos, sem exceções e indistintamente. Nunca antes pudemos ter tanta certeza de que, ao pé da letra, estamos rigorosamente no mesmo barco! Um barco que navega em águas traiçoeiras e muito perigosas, onde precisamos, todos, remar para o mesmo lado. E infelizmente não é isso que acontece.

Na Moda

Por isso não me canso, nem vou parar de bater panelas aqui contra esse absurdo chamado negacionismo – palavra tão nova que nem o corretor do Word reconhece, ainda. Mas lamentavelmente é a palavrinha da moda, acredito que a segunda ou terceira mais falada e escrita, depois de Pandemia e de Covid19. Sabíamos, antes da Pandemia, que o egoísmo e o “cada um por si e Deus por todos” era a realidade por trás de muitos fariseus disfarçados de seres humanos, solidários, fraternos, e autodenominados “gente do bem”. Apenas me surpreendeu que fossem tantos, e tão radicalmente intransigentes, cruéis, desumanos! Talvez seja um “buraco na água” falar isso. Mas calar diante disso é bem pior.

Cinzas

Nesta quarta-feira de cinzas – a primeira sem carnaval, nem ressaca, nem alá-lá-ôôô – outra dúvida me assalta: será que vai ter a cerimônia das cinzas? Aquela, que a gente participava da missa e recebia do padre um xis gravado com cinzas na testa? Não sei se isso ainda existe, e é claro que com Pandemia não tem como, dá aglomeração. Se não me falha a cerimônia era um ritual de purificação para quem pecou no carnaval. Se era para isso mesmo, acredito que não deva ter acabado. Porque mesmo sem carnaval, o repertório de pecados, dizem, nunca para de crescer, mesmo com, ou apesar da Pandemia!

Meu Bloco!

“E a vida continua/ e a vida continua/ esse é o dito/ que todo mundo proclama/ pra consolo dos aflitos/ e a desilusão de quem ama” (Paulinho da Viola). Sempre recorro a letras de sambas que aprecio, quando a vida tenta me colocar para baixo…Deve ser porque acredito que “Quem canta seus males espanta”. E porque não há nada melhor que um dia após o outro…. Quando alguma situação me deixa aflito, escolho um samba e canto! Ainda mais em pleno carnaval…. Pode não resolver os problemas e riscos reais, concretos e ameaçadores. Mas assim acho possível dar uma folga à minha tribo dos “neuróticos neurônios”! Há quem consiga transformar tal tribo num bloco de carnaval. Eu mesmo tenho um que fundei e cuido, desde sempre. E mais ainda em tempos de Pandemia, para fugir de aglomeração: É o bloco do “eu sozinho”! Alá-lá-ôô-ôôôô!

 

 

 

 

 

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