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16/11/2020 às 09:17
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Quirera Gourmet – 16/11/2020

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

Para Vencer, Unir

A vontade de mudar o comando político de um lugar, se é para valer mesmo, consegue unir pensamentos, ações e cabeças – atitude indispensável à soma de votos para vencer quem está no poder. Em Xanxerê, dos seis candidatos a prefeito nesta eleição, cinco pregavam a mudança… Mas nenhum dos cinco conseguiu fazer uma coligação forte. E tentaram vencer quem está, há décadas, na prefeitura na base do cada um por si… A prática foi positiva para revelar a força de cada partido. E teoricamente algum deles até poderia vencer. Mas ficaram no “poderia”. Penso assim desde o começo da campanha, não falei antes para me manter longe da peleia. O raciocínio tem nada de original, ele é óbvio, matemático! A vitória de Martarello/Biasus era a previsão da maioria dos que acompanham a política xanxerense, desde que as candidaturas foram oficializadas. E também é uma forte lição para a oposição: Para ganhar tem que somar forças. O maior mérito de Martarello/Biasus talvez seja exatamente essa: Conseguir reunir numa chapa tradicionais e históricos adversários, tipo PSDB, MDB e PSD. Para somar forças! Essa mesma receita já havia vencido com Miri e Saibo. Embora a administração de ambos não tenha dado muito certo, mas essa é outra conversa, com outros nomes. E sempre vale lembrar que cada caso é um caso….

Opção Antiga

O próximo Prefeito de Xanxerê, Oscar Martarello, personifica uma antiga opção política do município: A de eleger um nome que tivesse o lastro de sucesso na iniciativa privada, nos seus empreendimentos particulares. E sem ter sido sequer vereador. Martarello foi o primeiro a materializar essa opção. Antes dele pelo menos outros dois empresários xanxereenses foram muito cogitados para pilotar o município, porém suas candidaturas não foram viabilizadas. Não conheço os motivos de Luis Boni e Danilo Vanzin não terem se tornado candidatos a prefeito, mas muitas pressões para encarar a disputa existiram. Agora com Martarello Xanxerê poderá conferir o acerto, ou não, dessa opção. E sua vitória nas urnas, paralelamente, indica a preferência por novos nomes na política. E não se enganem: Martarello sabe perfeitamente que muitos estarão de olho numa suspeita que seus adversários exploraram na campanha: De que ele efetivamente terá a caneta, e que vai mandar!

Não Brinque com Dinossauros!

Quem não conhece a política e as pessoas da política aqui na Campina da Cascavel tem todo direito de rir e ironizar o descalabro, bizarro e utópico do “arranjo eleitoral” nesta eleição, de oposição ao Prefeito Menegolla e ao grupo ao qual pertencem os eleitos Oscar Martarello e Adenilso Biasus. Ninguém ganha de um time repleto de ex-prefeitos e lideranças testadas nas urnas, dinossauros da política, oferecendo CINCO opções de votos. Isso serve apenas para dividir os votos dos oposicionistas. Na eleição de 1988, a primeira em que eu já estava morando aqui, após vinte anos em Curitiba e Floripa, o candidato Hélio Winckler (PP) integrante do mesmo grupo político hoje no poder, venceu os candidatos José Bell, do PDT, Valdir Colatto, do PMDB, e (se não me falha) Tomás Novello (PT). A soma dos votos – numa coligação que não aconteceu – de quaisquer dois candidatos da então oposição teria vencido a eleição, com folga. É desta época que testemunho esse discurso de mudança, que só venceu uma vez. Não somei todos os votos desta eleição, mas é muito possível que a matemática aponte a mesmíssima coisa!

Para vencer, Unir! Parte 2

Desde 1988, enquanto jornalista cobro, especialmente de líderes do PMDB e do PT – que eram considerados os mais fortes na oposição daquela época – o porquê de não existir uma aliança para concretizar os tais desejos de mudança. A própria eleição de Julio Bodanese em 1992, a única com discurso de mudança que venceu a eleição em Xanxerê, uniu-se com Sady Marinho (PDT), Ex-prefeito e forte liderança com origem no mesmíssimo grupo atualmente no poder, e reconhecido “puxador votos”. Essa coligação se desfez durante o mandato do Prefeito Julião. Porém, mesmo que não tenha sido o fator preponderante no resultado das urnas, foi da maior importância para a vitória. A oposição em Xanxerê pode ter aprendido, agora, essa velha lição, porque se não aprendeu agora, vai ficar mais 30 anos aprendendo. Porém, na condição de Xanxeriano (quase) das antigas, infelizmente não acredito no tal aprendizado. Porque o que se chama de oposição política em Xanxerê é algo que não existe na prática, e nem na teoria, em períodos não eleitorais. É apenas discurso de época de campanha. E faz tempo que é assim. Por essas e outras, jamais assinei ficha de filiação, em qualquer partido político…E não pretendo assinar!

2022, a Prioridade…

Escrevo estas notas não para criticar a oposição atual, em Xanxerê, que não conseguiu coligação entre partidos de maior expressão eleitoral. Escrevo para lembrar: Se realmente se quer alguma mudança, é preciso abrir mão de vaidades pessoais e posicionamentos irredutíveis. É preciso somar no coletivo, e abrir mão de “sonhos de consumo político”, como o de sentar a própria bunda na cadeira de prefeito, ignorando a realidade que muitos conhecem, quando se trata de eleições municipais em Xanxerê. E é preciso também conhecer manjadas práticas da política em Xanxerê. Nesta eleição para prefeito, para citar o exemplo mais recente, o que determinou muita coisa não foi administrar o município. Foram os projetos políticos pessoais de alguns líderes para se candidatar a deputado estadual ,federal, senador, e apoiar nomes para governador na eleição e 2022.Ou seja, a preocupação em resolver os problemas da cidade e interior ficou em segundo plano. Torço para que a futura administração consiga reverter essa prioridade à política partidária. E potencialize seu trabalho em administrar, bem, o município…

Parabéns e Sucesso!

Cabe de minha parte desejar sucesso e parabenizar os eleitos, prefeito, vice e vereadores – em Xanxerê e em todos os municípios. E esperar que, agora, todos esqueçam a eleição e trabalhem para merecer a confiança, tanto dos que lhe deram o voto como dos que não deram. Prefeito que realmente é prefeito governa para todos, não apenas para alguns, ou para grupos de amigos e partidários! E prefeito que é prefeito deve também se acostumar a administrar críticas e cobranças, sempre! Em Xanxerê, especialmente, a dupla Martarello/Biasus vai receber muitas cobranças já na constituição do secretariado municipal e da equipe administrativa: Promessa solene de Martarello prevê mudanças de nomes… E também uma muito discutida autonomia do novo prefeito para mostrar que é ele, e ninguém mais, o dono da caneta, e da tinta! E quem realmente vai comandar a administração. Aguardemos, pois! Parabéns aos eleitos!

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