Os políticos tupiniquins nunca estiveram tão desacreditados, não apenas por serem políticos que ignorar os interesses do povo que os elege, e defender nos seus interesses e dos seus amigos. Mas principalmente por meter a mão no baleiro público, no dinheiro do povo. Entretanto, o número de candidatos a vereador em Santa Catarina e em muitos municípios é recorde nessas eleições. A pergunta é óbvia: Esse boom de candidaturas representa uma reação popular para resgatar a dignidade e a honestidade da política? Ou é mais uma Corrida do Ouro, onde muitos resolveram tentar a sorte para, também, passar a levar vantagem em tudo?
Os eleitores catarinenses surpreendentemente elegeram em 2018 um governador considerado como um “político novo”, sem os velhos vícios da corrupção endêmica que empesteia a classe política. E com menos de dois anos de mandato o novo governador está “pela bola sete”, pode ser cassado, acusado de corrupção! Seus algozes são políticos “modelo antigo”, descartados em 2018, a banda podre, os mais corruptos da política nacional e estadual. A pergunta de novo, não tem resposta fácil: Não existem mais políticos honestos? Ou a corrupção cresceu tanto que mudou de nome e agora é uma “nova variedade” de honestidade e dignidade do ser Humano?
Há um silêncio profundo, sepulcral, entre xanxereenses e brasileiros em geral que votaram na “nova política”, nos mitos e nos salvadores da pátria. Estes se revelaram, no mínimo, despreparados para governar e, no geral, tanto ou mais corruptos que os anteriores. Mas não se fala nisso…. No cenário nacional, substitui-se a investigação de supostos corruptos pelo acobertamento das acusações de corrupção e até pelo engavetamento das investigações. Pior que isso, tem acusado e condenado por corrupção ocupando cargo de Ministro, mais exatamente de Ministro do Meio Ambiente. Outro ministro, acusado de caixa dois, teve seu “pecadinho” perdoado por outro ministro tido como honesto, sob a alegação de que ele “já pediu desculpas”!
Enquanto a Amazônia e o pantanal pegam fogo, o Exército Brasileiro faz olhar de paisagem e gasta bilhões em manobras militares para entrar em guerra contra a Nicarágua – e ninguém sabe sequer o motivo da guerra – o despresidente do país proclama do alto de sua desmedida cara-de-pau que a corrupção…acabou! O mesmo triste personagem já havia declarado, em 2019, que tinha acabado com o Socialismo no Brasil. E foi apenas uma das centenas de mentiras que pregou e prega no traseiro da nação: Como é exaustivamente sabido e reconhecido, nunca existiu socialismo no Brasil. O que o despresidente não disse e nem vai dizer é que a única coisa que ele está conseguindo acabar mesmo, é com o Brasil e com sua imagem de país inteligente.
O mau-caratismo da imprensa brasileira, com raríssimas exceções, ignora totalmente os descalabros cometidos a cada dia por um governo que nega ser de extrema direita, mas é. E é também de extremo entreguismo, quer dar o Brasil de presente, se não conseguir vender a preço de banana. Mas a gloriosa Rede Globo uma das empresas de comunicação mais poderosas do mundo está, como sempre esteve, mais preocupada com seu faturamento do que com o país: Caiu em desgraça com o desgoverno e passou a adotar a tática do morde-e-assopra. Para não passar vergonha demais, faz de conta que critica o desgoverno… Mas segue firme ignorando, omitindo ou dando a mínima importância para fatos gravíssimos. Na semana que passou deu, em menos de trinta segundos e sem nenhum comentário, a notícia de que a inflação de março foi a maior do Brasil dos últimos 17(dezessete) anos. E ninguém mais falou sobre isso. Nem a imprensa, nem os brasileiros…
Por essas e por muitas outras verdades incontestáveis, existe um enorme ponto de interrogação quanto ao resultado da eleição municipal, daqui a 30 dias: Com “a nova política” naufragando na lama, em Santa Catarina e em vários estados onde os eleitores embarcaram no conto do bilhete premiado, quem serão os políticos municipais a serem eleitos, desta vez? Os eleitos em 2018 – pelos mesmos eleitores – acumulam muito mais fracassos que sucessos. E os eleitores seguem falando de futebol, de belas mulheres, de novelas (agora as reprisadas), e negando fatos incontestáveis, como a prosaica e elementar necessidade de usar máscaras, na vigência de uma pandemia. E isso, com certeza, não vai acabar bem…
Há um mês do dia da eleição a campanha na ex-capital do gatilho segue aparentemente calma e tranquila. Prognósticos óbvios apontam a vitória da coligação que reúne a maioria dos considerados maiores partidos do município. Mas são, por enquanto e na falta de uma pesquisa devidamente registrada e nos conformes com a lei, apenas prognósticos, palpites, em bom português popular. Igual a 2018, vigora somente a expectativa de que os que já se consideravam eleitos podem, novamente, colher uma desagradável surpresa, ao contar os votos. Pessoalmente meus botões assinalaram na agenda, até agora, apenas um indicador a ser considerado, na análise da campanha: São raros (nunca vi tão poucos) os veículos adesivados com propagandas de candidatos, tanto a prefeito como de vereadores. O que isso pode significar? Não sei. Mas certamente não indica a certeza de vitória, para nenhum dos candidatos…
Entre intermináveis silêncios sepulcrais e vastos olhares de paisagem diante de muitos descalabros diários que são ignorados – pela grande imprensa e pela população deste inacreditável Brasil – resta a certeza de que melhorar, não está melhorando. Os ainda otimistas já acreditam até que a Pandemia já acabou. E aglomeram incautas multidões sem máscaras, nem precauções, nas maravilhosas praias brasileiras. Os eternos pessimistas rezam para estarem errados, e tem medo até de falar, porque agora a Democracia brasileira só admite elogios aos governos. Criticar não pode mais! A não ser – e por enquanto – em algumas poucas colunas e blogs que teimam em não esconder e falar sobre os absurdos que estão vendo desfilar, belos e formosos, diante dos nossos narizes, todo santo dia! O assunto do dia, na quarta-feira (14/10) não foi a eleição, nem a pandemia e nem a “nova política”. Foi um abraço que um narrador de futebol mandou, no ar, para o despresidente. E ainda dizem que o mito estaria subindo nas pesquisas. Se estivesse, não precisaria de descarado puxa-saquismo, em plena transmissão de jogo da seleção, e ainda por cima em canal de TV estatal. Para mim, não há dúvidas: Vamos indo. De mal a pior….