O anúncio de quatro candidatos na disputa ao cargo de prefeito de Xanxerê tem, a princípio, como novidade a coincidência de ter cinco sobrenomes iniciados pela letra M: Marció, Martarello, Martini e Martins. O que isso significa? Nada! Também olhando os “pareeiros” ainda no partidor, pode-se visualizar que a busca por um nome “novo” deve ter pesado muito na decisão dos partidos, além, das pesquisas de opinião, feitas para “consumo interno”, é claro. E os quatro nomes, uns mais outros menos, podem ser considerados estreantes na política, ou pelo menos em disputas para prefeito de Xanxerê. E todos podem se considerar parabenizados e cumprimentados. Afinal, dispor de seu tempo para dedicar-se ao coletivo não é decisão, nem tarefa fácil, muito menos dos dias atuais. Com os políticos em geral submetidos a intenso tiroteio, o cenário desta campanha definitivamente não é para fracos!
É cedo ainda, na minha opinião, para tentar enxergar favoritismos, rejeições, ou mínimas vantagens. Nisso os pré-candidatos também me parecem bastante semelhantes. Importante frisar e antecipar que todos devem possuir méritos e defeitos, como qualquer outro cidadão – para ficar em mais uma constatação óbvia. Isso, porém, não diminui nem aumenta o valor de suas candidaturas. São cidadãos dignos, aptos para a disputa e usam seus legítimos direitos de pleitear o cargo. Esperamos que a campanha seja desenvolvida num bom nível de debates, onde prevaleça a democracia, a verdade e o respeito – entre candidatos e quanto à legislação em vigor. E aguardo também que cada um dos quase 30 mil eleitores respeite a opinião e o voto de quem não pensa como ele. Algo que imagino ter ficado mais difícil, para esta eleição.
Embora existam, de saída, algumas perguntas pertinentes, de respostas de interesse de todos, ainda é cedo para falar de campanhas, pois elas sequer anunciaram suas linhas de trabalho, muito menos seus slogans ou outras características a serem usadas para conquistar o voto do eleitor. A atração pelo selo de “novo” com certeza estará presente nas bandeiras a serem desfraldadas, e isso pode ser um primeiro fato marcante: Depois de muitas eleições municipais esta, parece, não terá experientes caciques políticos nem ex-prefeitos envolvidos diretamente na disputa do cargo de prefeito para o mandato 2021-2024. No último ano do mandato do prefeito a ser eleito em 15 de novembro, Xanxerê estará completando 70 anos de instalação do município, uma data emblemática, mas apenas mais uma data.
Minha curiosidade também aguarda, com um indisfarçável sentimento de pouca-fé, as propostas a serem lançadas para reforçar, fortalecer e consolidar a, até agora tímida, vocação de industrializar a economia, hoje fortemente apoiada no agronegócio, com destaques para a produção de milho, soja, suínos, aves e leite. Falo em industrialização porque acredito (não sei de pesquisas) que hoje a maior demanda da população seja, novamente, a oferta de trabalho. E as indústrias sempre foram as mais apropriadas para encarar essa demanda. Para quem já passou dos 40, a meta de atrair indústrias é hoje, uma velha meta, nunca alcançada. Mas continua a enfrentar, caso seja encarada por algum candidato,os mesmos gargalos de antes: Suprimento de energia, infraestrutura de saúde (postos de saúde e creches), e operacionalização do aeroporto. No âmbito interno, velhos gargalos também estão presentes: manutenção de vias urbanas e das estradas rurais, mais apoio aos pequenos agricultores. E também avançar em modernização e ampliação de iniciativas para fortalecer Cultura e Esportes.
Além das conhecidas reivindicações pendentes de muitas campanhas atrás, na condição de veterano otimista com Xanxerê, preciso adiantar que considero a minha cidade natal um lugar “bom para viver”! Tem uma ótima universidade, um hospital de qualidade, sólidas empresas comerciais, industriais e de serviços, e uma agricultura que pode ser considerada de primeiro mundo, além de ter conseguido manter, até agora, boas raízes na agricultura familiar. A juventude também reclama – há décadas – da falta de opções de lazer, o que é verdadeiro. Porém, como já disse por aqui, boas opções de lazer existem em cidades que disponham de público – e de renda – para usufruir esse lazer. E em Xanxerê nem precisa fazer pesquisas para enxergar que a maioria dos jovens que reclamam, com razão, da escassez de alternativas para seu lazer, são bravos rapazes e moças que trabalham durante o dia para “pagar a faculdade” à noite. E essa também é uma eloquente qualidade da maioria dos jovens xanxereenses….Tomara que algum dos candidatos visualize alternativas para atender essa importante demanda da rapaziada! Importante frisar “as coisas boas” de Xanxerê. Principalmente em época de campanha política, quando não é raro alguns, muitos, enxergar apenas os problemas. Estes existem, mas também existem muitas coisas boas, e qualidades!
Para mudar de conversa: O forte calor e a escassez de chuvas que acontece aqui no Velho Oeste “ganhou” um agravante: para mim (que não sou especialista climático) não há dúvidas de que estes dias enfumaçados, como o sábado, o domingo e esta segunda (12, 13 e 14 de setembro) tem tudo a ver com o trágico e lastimável incêndio que arrasa o Pantanal, talvez o mais rico e o mais importante dos biomas brasileiros. A dimensão da desgraça é dada pela própria chegada da fumaça até aqui no Sul, distante milhares quilômetros do Pantanal. Mas nem mesmo isso parece comover, mover, mobilizar e provocar uma forte reação, tanto de nós, brasileiros comuns, quanto das nossas “otoridades”. É lógico e natural atribuir o enorme incêndio, essa catástrofe, à falta de chuvas lá na região. As nossas gloriosas – e ociosas – Forças Armadas, por exemplo, poderiam estar lá lutando contra o fogo! O que não é normal é ver governos de estados e o Governo Federal fazer muito pouco ou quase nada, além de lamentar os estragos que passam na TV. E que agora vêm nos avisar, em pleno Oeste catarinense – a vivo e a cores – com o céu enfumaçado e muito estranho…. É o Pantanal, nos pedindo SOCORRO!