A pandemia do coronavírus está levando o Brasil à uma condição que em breve poderá ser batizada de “Mama Mia” – expressão italiana muito usada no Sul do país, entre descendentes de europeus, que em tradução livre pode ser entendida como um espanto, ou pânico igual à “Minha Nossa!”, ou “Meu Deus”! O absurdo começou quando um país assiste Ministro da Saúde não obedecer e nem ser obedecido pelo (des)presidente em assuntos relativos ao combate do coronavírus. Um manda ficar em casa, outro vai comer pastel na padaria. Um quer usar coronavírus em larga escala, o outro recomenda o remédio apenas em casos de internação hospitalar e em pacientes considerados graves…Não bastasse o imbróglio em pleno governo federal, em Santa Catarina, mesmo com previsão de agravamento de casos da doença para esta semana e a próxima, o governo do estado manda liberar quase tudo nas atividades comerciais que havia proibido há cerca de três semanas, pedindo à população para ficar em casa. Agora o governo libera quase tudo e espera que a população cumpra protocolos de prevenção…Muitos nem sequer sabem o que é protocolo ! Caso se confirmem as previsões de agravamento, teremos em poucos dias um caos instalado em cima dessa, por enquanto, mamma mia!
Na nota abaixo, do Blog de Luiz Nassif, notícia divulgada ontem dá mostras de que o (des)presidente tende a levar esse país para o buraco, caso o número de pessoas contaminadas aumente muito nos próximos dias. Fanáticos admiradores dos Estados Unidos, o (des)presidente e seus seguidores fazem olhar de paisagem quando são provocados a responder porque os norte-americanos NÃO estão usando a cloroquina nos milhares de casos da doença em seu país, e principalmente em Nova Iorque – recordista mundial de mortes pelo Coronavírus ? Aqui, caso o número de casos aumente muito, alguns inescrupulosos poderão defender o uso indiscriminado de um remédio para curar a doença A, que foi desenvolvido para curar a doença B…
Bolsonaro, de forma pessoal, defende a medicação e vem estimulando o seu uso, fugindo do protocolo de receita de um médico especialista. Jornal GGN(14/04/2020)
Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro ordenou a produção de 1 milhão de comprimidos de cloroquina por semana pelo laboratório do Exército, para o tratamento do coronavírus no Brasil, e contra a recomendação do Ministério da Saúde de seu próprio governo. Até agora, o laboratório do Exército já produziu 2,2 milhões do medicamento, segundo o Painel, da Folha. Em entrevista nesta segunda-feira (13), a equipe técnica do ministro Luiz Mandetta voltou a dizer que não há comprovação científica para a eficácia da cloroquina em casos de Covid-19.
Bolsonaro, de forma pessoal, defende a medicação e vem estimulando o seu uso, fugindo do protocolo de receita de um médico especialista. O Ministério da Saúde, contudo, alertou que o medicamento deve ser recomendado por um médico e liberado para casos graves e de internação. Mas com o ordenamento de Bolsonaro, será o Ministério da Defesa e não o da Saúde que irá definir o destino destes comprimidos produzidos pelo Exército(grifo de Quirera). A pasta dirigida por Mandetta divulgou uma análise de 33 estudos sobre o uso do medicamento para o tratamento no combate ao coronavírus, mas informou que nenhuma das teses ainda é validada do ponto de vista científico, impedindo que ele, como ministro da Saúde, recomende o uso.
Conhecendo o obscuro raciocínio e o grau de fanatismo de alguns, não é de duvidar que a estas alturas da mamma mia muitos já estejam argumentando que “morrer pelo vírus ou pelo uso indevido de um medicamento dá no mesmo”. Ou de que “o risco de morrer é o mesmo”. Mas não é! O percentual de mortes causados em pessoas infectados pelo coronavírus NÃO é alto. E ser contaminado pelo vírus NÃO é uma condenação inapelável, muitas pessoas contaminadas fazem tratamento e se recuperam, sem problemas. O nível de gravidade da doença depende da situação de saúde e da resistência orgânica de cada pessoa. “Pegar o vírus” NÃO é uma sentença de morte! E o problema não é o simples uso ou não da cloroquina. O problema é desacreditar no que dizem médicos e cientistas. Se mais essa verdade incontestável – a de que a medicina, a ciência, é o melhor remédio para tratar de doentes cair por terra…será um verdadeiro risco de vida informar que a terra é redonda!
Ataques histéricos de homens e mulheres fora de seu uso normal da razão estão aumentando nas redes sociais. A maioria pedindo “a volta da normalidade”, porque senão muitos “morrerão de fome”! Cá para nós, isso NÃO tem o mínimo de verdade. E é só para pressionar, usando a mentira – artifício que muitos brasileiros se habituaram a usar, e consideram correto – para fazer valer a sua vontade e os seus desejos. Não importa no caso, o brasileiro quer levar vantagem e, ultimamente, quer TER RAZÃO EM TUDO! Empresários e empresas bem planejadas sabem muito bem que não irão passar fome. Esse risco é possível virar realidade para quem depende de vendas diárias e NÃO TEM QUALQUER RESERVA PREVISTA PARA USAR EM EMERGÊNCIAS como essa do coronavírus. Isso deixa sob risco de passar fome um número bem menor de brasileiros e brasileiras. E mesmo para estes, não acredito que a sociedade brasileira vá permitir milhares ou centenas de pessoas morrer de fome – por conta do coronavírus. Por outros motivos, muitos já morrem…. Nosso país é um dos mais ricos do mundo – e isso a imprensa e muitos preferem esconder. Não vai ser uma pandemia que literalmente e aos poucos está ficando sob controle, que haverá de causar tamanho absurdo. A não ser que realmente esse país vire uma mamma mia!