Não é de admirar que em Xanxerê – e acredito que em outros municípios da região – o número de pessoas que até agora procuraram tomar a vacina anti – Covid tenha ficado um pouco abaixo das expectativas, quando deveria até superar os números (estimados) …lembro que foi intensa por aqui a propaganda pelo tratamento precoce. Porém a mesma insistência não aconteceu em relação a tomar a vacina. Além disso, não se pode ignorar que o Oeste inteirinho votou em massa no atual Presidente da república… A mesma triste figura cujo discurso, durante todo o ano de 2020 – e se vacilar até hoje de vez em quando – bateu na mesma tecla: A de negar tanto a pandemia, quando a gravidade da doença, e principalmente a necessidade de se vacinar. Ele é o Dr. Cloroquina! É irritante, senão por outros motivos, pelo simples fato que o mundo todo, sem exceções descartou tal tratamento precoce, por ser enganação! Mas por aqui, ainda defendem…
E é fácil observar que por aqui muitos seguem as orientações daquele que, na campanha, chamavam de “mito”. Por isso, nenhuma surpresa, para nosso azar, porque as consequências são e serão, para todos, sem exceções. No final de semana Xanxerê e região voltaram ao grau máximo de gravidade na Pandemia. Para piorar – tanto a Pandemia quanto a imagem (já decadente) do chamado “mito” – a visita presidencial ao Prefeito João Rodrigues, em Chapecó teve, até agora, apenas um resultado: Chamou a atenção do país para uma região que, além de insistir com medicamentos não recomendados pelo mundo todo, resolveu rebatizar o tal “tratamento precoce”. Agora chamam a enganação de “atendimento precoce”… Nos consideram um bando de imbecis! E tem gente (daqui mesmo!) que aplaude… Cômico, se não fosse trágico!
Existem pessoas corajosas: Elas negam qualquer responsabilidade de Bolsonaro, tanto em relação mais de 350 mil mortos, quanto a liderança – mundial – do Brasil em número de contaminados. Somos 3% da população mundial, e temos 33% dos casos, no mundo inteiro, a desproporção só não vê quem não quer. Também só não veem os que teimam em defender o indefensável que, se o Presidente desse país tivesse efetivamente assumido as responsabilidades (mal) confiadas a ele nas urnas, o quadro seria outro: Se um líder pede e insiste em recomendar a vacina, os cuidados preventivos e as medidas recomendadas pelo Ministério da saúde – de seu próprio governo – é óbvio que um grande número, senão todos os seus seguidores, aceitarão o conselho.
E o inverso também é verdadeiro. Se o Presidente desdenha, faz piadinha e não recomenda, nunca, que se faça o que a ciência recomenda – no mundo inteiro – é natural, e esperado, que muitos façam olhar de paisagem. E que não acatem orientações para não aglomerar, usar máscaras e álcool gel e tomar todos os cuidados. O comportamento destes brasileiros é visível: “Se o presidente não toma, porque eu vou tomar cuidado”? Porém, vale frisar: É balela apontar exclusivamente a negação da gravidade do caso, pelo presidente, como causa única da explosão de casos e de óbitos no Brasil. Os brasileiros, muitos deles, “deram uma forcinha” também para que o caos se estabelecesse. E esse mesmo caos continua a nos ameaçar. Os referidos (péssimos) brasileiros no caso são os negativistas, de todos os partidos políticos, e de todas as religiões. E são muitos!
Vai daí que eles – os chamados “piores cegos” – continuam “alegres e fagueiros” entre nós. Não só divulgam a Fake News que “o pior já passou”, como teimam, dão piriri e até choram, se você insistir em negar que “já está tudo bem”, e que estamos vacinando “todo mundo”! E acreditam que estamos em segundo ou terceiro lugar no mundo em número de vacinados. E mais uma vez, tapam o sol com a peneira: Até ontem o Brasil tinha vacinado pouco mais de 10% da sua enorme população. Números absolutos dizem meia verdade, ou menos: Vacinou-se muitos, mas ainda estamos bem longe de chegar à metade da meta – e a metade ainda não é o percentual ideal, acima de 70%.
Não só pela marcha lenta da vacinação (as vacinas são escassas, porque alguém desdenhou a compra antecipada do medicamento), mas principalmente por muitos insistirem que a Pandemia “já era”, provavelmente Xanxerê e região voltaram à situação classificada como “gravíssima”! Este escriba não tem dúvidas: O crescimento acelerado do negativismo é a pior sequela deste ano e pouco de Pandemia. Também, não tenho dúvidas, infelizmente, que uma outra onda grave de internações e óbitos está a caminho. No último final de semana duas aglomerações (festas) foram flagradas em Xanxerê pela PM… E se duas foram descobertas, é razoável supor que várias outras existiram…
Não se trata de torcer pelo pior, nem de incorporar profetas do apocalipse. Trata-se de (tentar) alertar para evitar outra situação de pânico e desespero, como passamos em março: Sem vagas nas UTI’s e precisando abrir hospitais de campanha. Mesmo que o (a) amigo (a) leitor (a) não concorde, sempre vou defender que prevenir será, sempre, o melhor remédio. E meu pessimismo – se preferirem chamar assim – não é apenas e tão somente “achismo”…Quem faz isso são negacionistas, e não me incluo entre eles. Penso assim porque não vi, mesmo com as UTI’s lotadas e quatro ou cinco mortes por dia, sinais de que finalmente os céticos e os ignorantes mesmo (e não há outra palavra para definir seu comportamento), tenham finalmente se convencido que a Pandemia vai demorar para ser extinta!
E tem outra observação importante: Muita gente esqueceu – ou fez de conta que não viu – que surgiu uma nova cepa, ou nova variante do Corona vírus, aqui mesmo no Brasil, em Manaus, e foi batizada de P2. E que ela já se espalhou por todo o Brasil e até para outros países. Pior: Essa mutação – diz a Ciência e só os negativistas tupiniquins não acreditam – se transmite com maior velocidade e causa mais óbitos que a primeira! Isso é o que já se vê no aumento de pessoas mortas pela Covid, inclusive com idade abaixo dos 50 anos. Posso até ser chamado de pessimista e de errar pelo excesso de cuidados, mas nunca pela omissão. Para complicar, vem aí dias frios e o natural aumento de doenças respiratórias, o que também ajuda em nada. O que fazer? O que tem sido recomendado, há um ano: Máscaras, álcool gel, não aglomerar, ficar em casa. E rezar! Mas em casa mesmo!
Quirera Gourmet