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13/04/2020 às 09:08
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Quirera Gourmet – 13/04/2020

Quirera Gourmet
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Livros. Esses são imbatíveis

Ficar trancafiado em casa – e manter os nervos e o bom humor em seus devidos lugares – decididamente exige um pouco de arte e de ciência. Há que ser criativo, ou buscar essa tal criatividade. As redes sociais e a televisão têm sido úteis ferramentas, mas com o passar dos dias e noites a monotonia parece crescer e mostrar seus dentes. Daí, para quem tem o hábito da leitura mais uma vez as coisas podem ser mais agradáveis. Um bom livro continua uma companhia inigualável. Para os que não têm o hábito, não deixa de ser uma boa oportunidade para tentar gostar de leitura. E hoje todas as bibliotecas estão ao alcance das mãos, via Internet. O livro, gosto de lembrar disso são até melhores que computadores e mais práticos: Podem ser levados para qualquer lugar, são os mais fáceis de “fazer funcionar”, é só abrir. E NUNCA ficam sem sinal!

Fundou o BB. Depois levou o cofre embora!

Ultimamente andava meio preguiçoso para leituras, mas sempre tenho um ou dois livros guardados, na fila para serem abertos e devorados. Já li (e recomendo muito) a trilogia do Escritor e Jornalista Laurentino Gomes, as obras 1808, 1822 e 1889. Nelas, em linguagem descomplicada mais parecida com narrativas atraentes, o autor conta um lado da História do Brasil que não nos contaram nos bancos escolares. É muito curioso descobrir como foi a chegada da Corte portuguesa ao Rio de Janeiro, em 1808, quando Dom João VI, por exemplo, fundou o Banco do Brasil. Mais curioso foi saber que ao voltar para Portugal, 30 e poucos anos depois, ele deixou aqui o Banco, mas o cofre (e a grana) voltaram para Portugal, com ele. Depois de ler as três obras de Gomes é possível se ter uma ideia bem mais rica de como foi construído esse incrível país em que vivemos. Costumo definir os três livros de Laurentino Gomes como a mais completa aula de História do Brasil imperial que já tive. E uma aula extremamente agradável de ler. Vale a pena.

As origens da escravidão

Já gostava muito de Vinicius de Moraes quando li, na letra de Samba da Benção, uma declaração que me deixou ainda mais seu fã: ”…Capitão do mato, Vinicius de Moraes, poeta e diplomata, o branco mais preto do Brasil…”. Não sei porque, mas sempre tive uma atração especial pela saga dos negros brasileiros. Gosto de samba e curto muito a negritude dele, especialmente dos grandes sambistas cariocas, mas não só eles. Então quando vi o lançamento do livro “Escravidão – Volume I – do Primeiro Leilão de Cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares”, de Laurentino Gomes, fui correndo comprar. As obras de Laurentino são resultado de longas e profundas pesquisas, o que confere aos seus livros uma impressionante riqueza de detalhes. E sua leitura tem nenhum resquício de academicismos e outras chatices que geralmente marcam os livros de história. Seus livros geralmente depois de abertos são consumidos com a rapidez típica das obras que a pessoa não para de ler, até terminar! O livro cobre um período de 250 anos, do primeiro leilão de cativos, em Portugal (1444), até a morte de Zumbi dos Palmares (1695). E tenta explicar as raízes da escravidão humana, na antiguidade e na própria África, antes da chegada dos portugueses.

Nem faz tanto tempo assim…

Manifestações populares deste ano, especialmente a partir da chegada da Pandemia, deixaram muita gente surpresa diante da inesperada e inacreditável ignorância científica e histórica de muitos brasileiros ditos “de bem”. A quem me pergunta sobre isso respondo que o “Brasil não conhece o Brasil” – como disseram num belo samba Edu Lobo e Tom Jobim, se não me falha. Há uns 130 anos atrás – o que nem é muito tempo – a escravidão era “coisa normal”, no Brasil. Era amparada por leis e tratada como coisa natural pela maioria. O Brasil foi um dos últimos países a extinguir a escravidão, na frente apenas do Haiti, se não me engano. E os “escravos libertos” não receberam qualquer apoio ou estímulo, muito menos alguma compensação, pelo muito que fizeram pelo Brasil…Quando nos escandalizamos com o desconhecimento histórico de muitos brasileiros, não podemos perder essa triste realidade de vista. Em 130 anos, sofrendo discriminações e vendo negado seu acesso a benesses sociais só disponíveis a brancos, europeus e católicos, os descendentes de negros “cativos” – como redefine Laurentino Gomes – são verdadeiros heróis. Hoje já vemos muitos deles conseguir alguma ascensão social e obter diplomas de cursos superiores, algo impossível até a bem pouco tempo atrás!

Cuidados redobrados

Com previsão de aumento no número de casos positivos do Covid 19, a semana começa com notícias da liberação de atividades econômicas de modo seletivo. É óbvio que muitos não conseguem permanecer sem trabalhar, que precisam ganhar seu sustento, mas o temor de que haja uma escalada de casos é o medo maior, desde o início da pandemia, por conta da escassez de leitos e equipamentos hospitalares capazes de dar conta de uma demanda repentinamente crescente. A região oeste permanece com poucos casos positivos, mas isso não é garantia de nada…O mais recomendado é que continuaremos com os mesmos cuidados e até redobremos nossa atenção, além de usar máscara, principalmente em ambientes onde é impossível não haver aglomeração de pessoas, como os supermercados, por exemplo, mas também ao andar na rua.

O Jogo não terminou

Diversas reações populares contra o isolamento marcaram o final e semana e isso não é bom sinal. Nesta segunda-feira tudo indica que em muitas cidades haverá um grande aumento de pessoas voltando a circular nas ruas. Em alguns casos porque a volta ao trabalho é um imperativo. Mas há casos em que sair às ruas será apenas para quebrar a monotonia de ficar trancado em casa. E aí, resta saber se não há outra alternativa. Até agora acredito que a maioria procurou manter sua rotina mais ou menos isolada de aglomerações, alguns mais outros menos, mas todo mundo tentou. Resta esperar e torcer para que esse retorno à normalidade não seja total, nem abrupto. Que o bom senso continue sendo a melhor companhia de todos (as), especialmente com cuidados ao tocar as mãos em locais ou objetos que possam transmitir o Coronavírus. Manter o foco é fundamental! E usar máscara!

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