Quirera Gourmet passa a oferecer a partir de hoje espaço para opiniões, broncas, críticas e sugestões dos (as) leitores (as), mediadas, é claro, pelo “munhêro” que desenha e tenta colorir estas mal traçadas. Mediar, no caso, é sim uma odiável, porém imprescindível, censura diante de muitos mal-acostumados a dizer o que lhes dá na telha, sem ligar a mínima para ofensas e agressões desnecessárias ou inúteis. E muitas vezes injustas… Daí a necessidade de filtrar exageros… Quirera pode parecer uma pedreira, mas não está aqui para fornecer pedras. O caminho é dar opiniões, críticas ácidas ou elogiosas, sem o compromisso de agradar. E nem de desagradar! As manifestações já podem ser encaminhadas para o e-mail romeujornal@gmail.com
A publicação ou não dos textos será definida pelo Colunista, mas vou tentar deixar nenhuma mensagem sem o respectivo retorno.
A imprensa local, regional, estadual e nacional anda bastante desacreditada, penso eu. Mas Jornalista não pode, jamais, deixar de ouvir a tão famosa quanto famigerada e criticada “voz do povo”. Repórter não dá opinião, ele apenas conta, relata o que vê e escuta, de preferência sem dar palpite. Mas Jornalista que assina coluna de opinião é, sim, para dar os pitacos que julgar necessários, mesmo que desagrade a muitos. Ou apesar de agradar a poucos. Na outra ponta, aceitar ou rejeitar opiniões é direito inalienável e intransferível do leitor! De todos e de cada um. E repito pela milésima vez: Se não gostar, não leia. Ou, agora, critique, e nos envie. Mande ver!
Com quase onze meses de exposição, esta Quirera Gourmet informa aos que a acompanham que os acessos andam na casa dos quatro a seis mil, diários. Um bom começo, sem dúvidas, boa parte dele obtido pela popularidade própria do Site Ronda Policial, sempre atento para informar com rapidez e credibilidade as notícias mais importantes da região e do Estado. Ao abrir espaço para a participação maior do leitor, buscamos estabelecer um imprescindível feedback, ou retorno, das impressões e opiniões dos (as) leitores (as). Como já falei, ninguém aqui é, ou se acha, dono da verdade. Mas não abro mão de expressar críticas e elogios, sempre que merecidos! A participação do leitor faz parte de mudanças que aos poucos irão aparecer por aqui…
Com menos de duas semanas de trabalho, mas já ‘aclimatados’ – presume-se – à limitada paciência de muitos, por conta, também, da Pandemia, prefeitos que assumiram em primeiro de janeiro já começam a “ser enxergados” por cidadãos ávidos e sedentos para fazer sua crítica. Para cobrar o cumprimento das famosas “promessas”. E por mais apaziguador e paciente que o prefeito capriche ao desempenhar sua função, impossível agradar a todos, é claro. Porém convenhamos: Ainda é cedo para se dizer qualquer coisa, sobre qualquer prefeito. Como dizia-se até antes da peste, melhor deixar baixar a poeira. E dar não apenas um crédito para quem está começando, mas também um voto de esperança e de fé para que todos consigam fazer um bom trabalho!
Lá na década de 1970 e com saudosos 20 e poucos anos a moda mais adotada, praticada e “chic,” da juventude xanxereense, eu junto, era, nas tardes de domingo, “dar umas voltinhas” de carro pela Passos Maia (à época só entre a Caixa Econômica e o Posto Siviero, mais ou menos), Victor Konder e Avenida Brasil, para passar o tempo e conferir “as gatinhas”… No domingo passado, à tarde, dando umas pernadas pelo centro lembrei daqueles gloriosos tempos… o antigo hábito segue viçoso, forte e corado. Ganhou o novo nome de “rolê”, e o roteiro – a cidade cresceu bastante – é mais extenso. Mas basicamente é o mesmo hábito de 50(CINQUENTA?!) anos atrás….”Você não sente e não vê/mas eu não posso deixar/de dizer meu amigo/ que uma nova mudança em breve/vai acontecer comigo… A gente cantava Belchior e sua “Velha Roupa Colorida”. E constatávamos que nós “ainda somos os mesmos e vivemos/ como nossos pais”…
Não vou aqui criticar a falta de opções de cultura e lazer em Xanxerê – uma velha e gasta tecla atrelada, na verdade, ao limitado poder aquisitivo da juventude, que precisa estudar e trabalhar, em primeiro lugar – embora isso seja rigorosamente verdadeiro. Hoje além das voltinhas a bordo, o costume se espraiou para os passeios, com cadeiras, cervejinha gelada e rodas de bate-papo das “galeras” e “tribos”, apesar das contraindicadas aglomerações. É óbvio que os não admiradores desta modalidade de lazer das tardes de domingo sempre podem criar suas próprias – e diversas – opções. Ou alguns deles, pelo menos, podem. Mas o “não tem onde ir, nem o que se fazer” nas domingueiras à tarde, mais as voltinhas, são sem dúvidas um traço cultural da cidade. Afinal, são raros os hábitos que sobrevivem a tantos anos, e a tantas mudanças de padrões de comportamento. Então, salve as voltinhas!!
No “nosso tempo” – lá no longínquo Século XX – as voltinhas dos domingos às vezes davam lugar a “festinhas dançantes” na casa de alguma “gatinha” ou mesmo no Clube Xanxerense, versão dos “bailinhos” atuais…Mas até aí a Pandemia se intromete no meio…E também não sei dizer se um bailinho, hoje, daria mais ibope que os rolês de carro pela Passos Maia e redondezas. Outra alternativa nossa naqueles verões dos velhos tempos eram excursões e banhos de Rio e de cachoeira no Chapecozinho e na Cascata Manella. A cidade não possuía clubes com piscinas, muito menos sítios ou pesque-pagues aprazíveis. E a Manella era de graça…
Foi por conta desse “não ter nada pra fazer” que num daqueles vazios domingos de verão, lá em 1970 e poucos, uns amigos mais velhos da turma em que eu era “calouro” inventaram “opção de lazer” que deu o que falar: Uma competição para ver quem conseguia esticar, e soltar, a corda do sino da Igreja Senhor Bom Jesus (que ficava de portas sempre abertas), sem que soassem as conhecidas badaladas…Foi assim que naquele domingo, lá pelas quatro da tarde, ouviram-se claras e fortes badaladas do sino da igreja – que ninguém entendeu! E um bando de rapazes, bem conhecidos, foi visto saindo correndo a mil da Igreja, para casa, trocar a roupa, para não ser reconhecido depois!! Ganhamos o domingo, é claro! A gente tinha criatividade porreta! Ainda bem que hoje o sino nem tem mais corda para puxar, e a igreja não fica mais de portas abertas… isso poderia sugerir alguma arte…