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11/03/2020 às 09:16
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Quirera Gourmet – 11/03/2020

Quirera Gourmet

Desabitar Hábitos

Expressões novas ou nunca antes navegadas abrem novas trilhas na caixa de caraminholas. São caminhos, que levam a lugares desconhecidos e atraentes, capazes de injetar adrenalina e turbinar a cachola, para alegrar minhocas e outros bichos que a habitam. Daí descobri que hábitos são os mais antigos aplicativos, baixados nas cabeças, usados. Costuma-se habitar hábitos por acreditar que trazem confortos, vantagens, ou porque nos deixam bonitos, do jeito que queremos, ou gostaríamos de ser. A nóia começou quando li “desabitar hábitos”- uma produção da amiga Márcia Gomes, competente Epagriana! E concluí que já desabitei alguns deles, sem saber que estava fazendo isso.  Ao compará-los a aplicativos comecei a habitar um novo hábito. Sempre é possível deletá-los, digo, desabitá-los e depois baixa-los novamente. Mas esse também é um hábito a ser desabitado: É preciso andar para frente, progredir e cuidar para desabitar alguns hábitos. E considere que alguns desses aplicativos, os genéticos, vieram de nossos ancestrais – alguns lá da idade da pedra – e nos habitam clandestinamente. Tipo ratos de navio, sorrateiros e poderosos, que só aparecem quando lhes convém, e quando menos esperamos… São os tais que provocam a famosa pergunta: “Como é que eu fui fazer isso”?  E hábitos, perdão, aplicativos da idade da pedra seguem disponíveis por todos os lados, camuflados de modernos, é claro!

Desapegar é bom para a saúde

É sempre bom lembrar que um copo vazio está cheio de ar, cantou Gilberto Gil. E que o ar do copo ocupa o lugar do vinho; que o vinho ocupa o lugar da dor…As palavras, por mais velhas que possam ser às vezes compram roupas novas, cortam o cabelo, dão um trato no visual, para ressurgir como novidades, lançamentos da estação. Uma atrativa proposta de marketing que geralmente emplaca. É o caso, por exemplo, da palavra desapego: Se nada levamos dessa vida não tem por que a gente se apegar tanto, se achar dono de coisas, tralhas, objetos, equipamentos, ferramentas, e até mesmo de ideias que possam ser classificadas de brilhantes. Nada disso nos pertence, apenas estamos nos beneficiando de seu uso, mesmo que tenhamos pago para isso, não somos seus donos. Foram produzidos pelo conhecimento humano acumulado através de gerações, centenas de séculos, milhares de anos, até chegarem a nós. Pagamos para usá-los, mas isso não nos faz “donos”. Na verdade, às vezes enxergamos que somos donos apenas do próprio nariz. E em certos casos, nem disso… Daí porque se achar dono do mundo é pura alucinação, visagem, loucura ou utopia. Se fôssemos donos MESMO, tudo isso seria levado por nós, após a morte. Talvez por isso a máxima “nada é eterno”…

Filosofia não engorda!

Leitores (as) desta Quirera não precisam assustar: Não desabitei dos comentários sobre política (ou do que restou dela), nem das críticas ou elogios, ambos quando merecidos e/ou necessários. Também não se trata de encher o copo vazio de linguiça; trata-se de tentar exercitar uma hoje desabitada vocação de filósofo de boteco, praticada em muitas mesas e balcões de bares pé sujos – um hábito que não pretendo desabitar. E que deve ter vindo de meus ancestrais da antiguidade, pois parece impossível desapegar deles. É igual a vontade de escrever, não acaba nunca, e aí nem a filosofia explica! É um hábito impossível de ser desabitado…

Ondas vem e vão…

Como sempre ocorre, a Femi deve ser o marco zero da campanha política para eleger prefeito e vereadores, em Xanxerê. Como é norma, vários balões de ensaio, candidatos, chapas, coligações, pesquisas, disque-disques, acertos e pactos surgem na pré-campanha. De novidade – pelo que deu para ver  – apenas a expectativa de quem, será o legítimo representante, nas urnas, do cara que ocupa o cargo de presidente deste desolado país. O PSL, que o elegeu, foi abandonado por seu filho… O Aliança pelo Brasil, que ele fundou para ser só dele, parece não vai vingar. Ao mesmo tempo é fácil observar que vários, para não dizer QUASE TODOS os candidatos (e partidos) a prefeito aplaudem e sonham em encarnar o papel de candidato apoiado pelo despresidente deste desgoverno…. Porém, com o passar dos dias brasileiros (a segunda-feira,09/03, foi péssima!) a avalanche de votos que elegeu em 2018 o atual chefe da manada pode virar fumaça, ou até desaparecer até outubro. Ou virar marolinha…

Filme velho…

Na eleição municipal de Xanxerê em l992 o então presidente da república – nadando em alta popularidade – fez megacomício na Praça Tiradentes. E Fernando Collor viu seu candidato a prefeito perder de goleada. Moramos num município e a eleição é municipal geralmente reflete o que a população local acha, olhando aqui de longe. Nesse quesito cumpre observar que esse ‘quirereiro’ escrevinhador andou dançando, nos últimos sete anos, lá pelos salões de Floripa. E não me sinto informado o suficiente para dar pitacos sobre os atuais prefeito e vereadores. E por enquanto, nem sobre prováveis candidatos.Voltando ao começo, a repetição do “fenômeno eleitoral” de 2018 já é colocado em dúvida por muitos experts em eleições…Não é desejo reprimido, garanto. É apenas pela observação do baile: Ou o Brasil começa a ter um governo de verdade, ou o que aconteceu naquela eleição com Collor aqui na praça, pode ter repeteco. Semelhanças não faltam: Collor também chutou o balde do congresso, desagradou companheiros e apoiadores e mostrou uma intragável arrogância: Era o cara que tinha “aquilo roxo”, alguém lembra? Muito parecido com alguém que não sabe e não quer aprender a ouvir críticas. Só elogios. Daí fica difícil…Collor renunciou em dezembro de 1992, menos de dois anos depois de tomar posse.

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