A marca mais forte que deve ficar da atual campanha para as eleições municipais é a de uma campanha muito, quase completamente, diferente das anteriores. E a diferença inclui um altíssimo grau de indiferença ou “pouco caso” por grande parte dos eleitores. Indiferença que pode significar descrédito, desilusão e até muita rejeição, o que não é bom. Porque bem ou mal, péssimo ou horrível, a participação do cidadão-eleitor é necessária, intransferível. A alta participação dos Norte-americanos na eleição recém realizada – onde ninguém era obrigado a votar – deveria servir de exemplo. No Brasil, muita gente adora copiar os Estados Unidos, mas nem sempre se copiam as coisas boas. Mesmo com voto obrigatório, muita gente votou em branco, anulou ou não compareceu, na eleição de 2018. Espera-se que isso não se repita. Mas…há controvérsias.
A divulgação de pesquisas de intenção sempre foi, em campanhas anteriores, um poderoso aditivo para turbinar as equipes de campanha, os simpatizantes e mesmo os eleitores que normalmente dão pouca bola para eleições. Mas até estes, em eleição para prefeito e vereador, onde os candidatos são conhecidos, muitas vezes amigos ou parentes, não eram tão poucos como são hoje. As pesquisas geralmente jogam combustível na campanha, porém nesta, nem as pesquisas parecem conseguir aumentar a motivação. Há o atenuante de que estamos em plena Pandemia – e com números de contágios voltando a aumentar. Isso ajuda a justificar o pouco interesse, pois aglomerações, comícios e carreatas, igualmente proibidos ou restritos, também embalam as campanhas, o que não se viu até agora. E a eleição está aí…
Outra tradição de eleições brasileiras é o famoso “voto útil”: o eleitor gosta de votar “em quem vai ganhar”, uma herança, provavelmente herdada da paixão tupiniquim pelo futebol. E muitas vezes isso define mais votos do que as eventuais qualidades e aptidões dos candidatos. Essa “opção” para escolher o candidato revela o pequeno grau de politização de muitos eleitores…O futebol é mais discutido e mais comentado do que a opção do voto. Não dá para reclamar dessa preferência: O futebol ainda dá muitas alegrias aos torcedores, enquanto que a política, hoje, está bem longe de gerar qualquer satisfação. E vale tanto para a esfera municipal quanto na estadual ou federal. Assim, muita gente prefere “votar em quem vai ganhar”, sem ter a “perda de tempo” – como muitos pensam – em escolher um candidato preparado para exercer a função que pleiteia. Normalmente o dono desse voto, depois, é o que mais reclama!
… que na próxima semana, lá por terça ou quarta diversas cidades e até regiões do estado catarinense possam decretar o fechamento geral, novamente, o tal lockout, onde apenas atividades essenciais funcionam. Por conta, é claro, da Pandemia…. É que durante a campanha e também com dias de calor que chegaram antes do verão, mais as festas, baladas e a corrida às praias, geraram inúmeras de não recomendáveis aglomerações. Este último final de semana Santa Catarina bateu recorde de casos novos, desde o início da Pandemia…. Se continuar a aumentar nesta semana, não haverá outra saída. E o berreiro vai ser imenso! Principalmente pelas mesmas pessoas que negam a gravidade da situação!
Algo que ainda surpreende são pessoas indignadas, ferozes e agressivas com a possibilidade de a Covid encrespar de novo e a economia tirar, outra vez, o pé do acelerador – que mal começou a pisar… Nas redes sociais é só você cogitar na opção de ter que fechar tudo novamente para furiosos perguntarem se você vai “depositar uma grana na minha conta”. Olha, dá para responder: as dificuldades atingiram, com maior ou menor impacto, a vida e as finanças de todas as pessoas, em todo mundo. E todo mundo está se virando nos trinta para dar um jeito de sobreviver, na luta. Então, podem ter certeza: Ninguém vai depositar na sua conta! É melhor não reclamar, e procurar, ao menos, manter-se vivo e sem o Coronavírus!
Na Europa e nos Estados Unidos o Covid 19 já acendeu a luz vermelha, de novo. Notícias desta segunda-feira (09/11) dão os números preocupantes, como o aumento de 120%, em 20 dias, dos casos positivos nos principais países europeus, onde muitas cidades já voltaram a manter em funcionamento apenas as atividades essenciais. E o Brasil segue, no cenário mundial, colocado entre os 10 mais impactados. E se alguém duvida da tal segunda onda, cumpre lembrar que, no início da Pandemia, muita gente neste país duvidava que a Pandemia chegasse aqui, e também não se acreditava muito na sua capacidade de ceifar muitas vidas. Da parte que me cabe, estou bem longe de acreditar que a Pandemia acabou. E não estou com vontade de ir parar numa UTI, nem em hospital. Se cuidar é obrigação!
Se o (a) leitor (a) tiver um tempo e pesquisar sobre a “Gripe espanhola”, Pandemia que matou milhões lá no começo do Século XX, vai ver que lá aconteceram várias novas ondas de contaminação, mais graves e com mais vítimas fatais que a primeira. Ninguém quer ver isso se repetir, mas para tanto é preciso ter paciência e perseverar na certeza de que o Coronavírus não é uma “gripezinha”. E que manter as medidas preventivas – enquanto não houver vacinas – é, sim, a melhor coisa a ser feita. De preferência com a maior disciplina possível. Porém, conhecendo os brasileiros e brasileiras no verão, e com o calor que se prevê, não tenho expectativas otimistas: O que mais se vê são pessoas acreditando e agindo como se tudo já estivesse “voltado ao normal”. E não voltou…
E contados os votos, conhecidos os eleitos, a próxima terça-feira será 17 de novembro. O que, pela matemática moderna, significa que estaremos há um mês e uma semana do Natal de 2020. E às vésperas das tradicionais férias, viagens e festividades de final e ano. Ninguém dizia, lá no final de março, que a tal gripezinha se estendesse até o final do ano. E muito menos que, conforme já é possível prever, a Pandemia atravessasse o verão inteiro…O ano de 2020 é único e provavelmente, tomara, desse século XXI, em que o mundo inteiro foi literalmente pego “com as calças na mão”. Como já comentei por aqui, não acredito na balela de “vírus fabricado pela China”! Essa desculpa (para minimizar a gravidade da Pandemia e botar a “culpa nos outros”) é tanto ou mais falsa que a tapada crendice de que a terra é plana! O bicho homem, do alto de sua autossuficiência, ostentação, ganância e empáfia ignorante está destruindo o ambiente natural da Terra…E essa realidade tem preço, alto preço: As consequências começaram a surgir! Infelizmente, muitos ainda teimam em ignorar essa grave realidade!