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09/11/2020 às 07:55
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Quirera Gourmet – 09/11/2020

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

“Ganharum Porque Robarum”

Ao acompanhar o esperneio do Trump e o chororô dos bolsominions porque o ídolo do “mito” foi para o lixo da História lembrei de um quase slogan xanxeriano, nos anos de chumbo da ditadura lá na década de 70. Naqueles tempos escuros só a Arena (Aliança Renovadora Nacional, o partido dos milicos e dos adesistas) ganhava eleições municipais. Na Campina da Cascavel, e em muitos municípios do Brasil. Foi nessa época que ouvi falar pela primeira vez em comprar votos, ou melhor, comprar eleitores. “Ganharum porque robarum” era o slogan de vingança dos derrotados nas urnas. E muitas vezes tinha – ao contrário da atual eleição dos EUA – fundamento. À época a Justiça Eleitoral tinha “sérios problemas de visão”, digamos. E quem ganhava eleições, especialmente em municípios pequenos, eram os defensores da ditadura que, invariavelmente, eram os que tinham mais dinheiro. Ou apenas eram os que tinham ,ou arrumavam, dinheiro para comprar eleitores – muitos deles desempregados, ou ganhando miséria…. E todos se curvavam aos “amigos do rei”: Os amigos dos militares!

“No Grito”! Lá, Não Pega!

No caso de Trump, além do esperneio normal de perdedores, não há indícios nem provas de que Biden e os Democratas “ganharum porque robarum”. E lá, compra de votos não existe, embora possam, sempre, existir fraudes na apuração. Mas até agora, pelo menos, não há provas. E nas terras do Tio Sam, ao contrário do que ocorre em um “grande país” latino-americano, não se condena alguém apenas “no grito”, sem provas! E não serão gritos de “ganharum porque robarum” que Trump vai conseguir convencer a imprensa e a opinião pública, como também acontece no país supra desenhado. A eleição Norte-americana, entretanto, forneceu bons subsídios para a análise do que está rolando naquele triste país desgovernado pelo mito, e o que poderá acontecer no tal país na eleição de 2022. E também, acredito, já nessa eleição do próximo domingo. Se a derrota de Trump não interfere diretamente na eleição municipal, também ficou claro que o fanatismo xiita de seguidores do chamado “mito” começa a fazer água. E isso, obviamente, deve preocupar candidatos a prefeito e vereador que já davam como certa a reeleição do tal “mito”, daqui dois anos. E há uma semana da eleição, muita coisa pode acontecer…

Semelhança Não é Coincidência!

Trump perdeu a eleição, de acordo com várias análises, porque não cumpriu promessas, especialmente na economia. E pela gota d’água: Sua teimosia em negar a pandemia, inclusive ao receitar cloroquina, ao invés de escutar e recomendar os procedimentos de médicos, cientistas e da Organização mundial da Saúde. Igualzinho ao que vimos naquele país sul-americano…. Lá nesse mesmo país a reforma previdenciária geraria zilhões de vagas de trabalho, além de turbinar a economia. Nada disso aconteceu…Mas, sem falar na pandemia, até agora o atual governo continua botando culpa do PT e fazendo fiascos, toda semana. Na última todo o Estado do Amapá ficou sem energia por cinco dias. No Amapá a estatal de energia elétrica (a Celesc deles) foi vendida em 2018, para uma mal conceituada empresa espanhola, na esteira dos “jênios” (com jota) da economia neoliberal. Em Santa Catarina, familiares e amigos dos mesmos “jênios”  tentam, há anos, vender a Celesc. O governo Trump, assim como o desgoverno que aturamos, também é fortemente negacionista em vários temas, inclusive quanto ao aquecimento global. Mas lá, pelo menos, não há ministros do governo que acreditam que a terra é plana! E nenhum, até agora, viu Jesus na goiabeira…

Efeito Cascata

As consequências brasileiras com a eleição de Joe Biden no país mais poderoso do planeta podem começar a ser observadas pela hilária convocação, em várias cidades tupiniquins, de manifestações populares de apoio a Trump! São brasileiros e brasileiras pedindo – é de morrer de vergonha – a anulação ou a recontagem dos votos! Mas, vamos combinar: É preciso, sempre, dar desconto aos seguidores do tal mito. Se eles fossem do PT, ou de partido de esquerda, já estariam rotulados pela imprensa brasileira como ultrarradicais, ou “xiitas”! De qualquer forma, as simples convocações para os atos de protesto dão a temperatura do que significou a derrota de Trump. Especialmente no psicológico dos que ainda acham que o atual desgoverno vai bem. E tais sensações negativas nesse povo querendo ir às ruas é nada, perto do que os grandes empresários – que planejam os passos econômicos e empresariais com bastante antecedência – devem estar maquinando já, para a eleição presidencial de 2022. A continuidade e a credibilidade do “mito” ficaram seriamente comprometidas.

Perdeu, “Mito”!

Assim, o prejuízo pela derrota de Trump no Brasil ocupa seu maior espaço na coluna de “perdas”, do livro caixa do elemento que desgoverna o país. Ele, primeiramente, contrariou todas as recomendações de bom senso, da diplomacia, e até de inteligência, ao atrelar de maneira cega o Brasil aos interesses Norte-americanos. Um vergonhoso servilismo, nunca visto antes por aqui. Depois, certamente guiado pela genialidade conferida aos próprios filhos, apostou todas as fichas na vitória de Trump…. Aí, qualquer filósofo de boteco recomendaria prudência e caldo de galinha. O silêncio do despresidente brasileiro até este domingo é um claro sinal de que ele e os brilhantes filhinhos AINDA acreditam numa reviravolta nas eleições norte-americanas. Tal crença apenas reforça a inabilidade e a incompetência mundial com que esse desgoverno vem conduzindo sua política externa. E o próprio país. Outra perda brutal, é claro, é a de não ter mais o respaldo (mesmo aparente) do presidente do mais poderoso país do planeta! Perdeu, Mito!

Biden, Comunista!

Não por acaso – e por falar nisso – o ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores (que acredita na Terra plana!) e o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, (nem apagar fogo consegue) devem cair do cavalo já-já. Isso se o chefe deles quiser içar a bandeira branca para pedir paz ao futuro presidente Norte-americano. Mas esse recuo também não é garantido: Talvez o mito resolva, agora – e não seria surpresa – bater o pé e chamar Biden de comunista, como vários energúmenos brasileiros já fazem. No mais, sobre as mudanças, vale citar um jornalista amigo meu, conhecedor da política dos Estados Unidos: “Lá não existe nada mais parecido com governos republicanos do que os democratas no poder. E vice-versa”. Nos “isteitis” quem manda é o dinheiro, não os partidos políticos! Ou, como disse Bill Clinton, em sua campanha vitoriosa: “It’s the economy, stupid”! Biden, aliás, é Democrata, mesmo partido de Obama. Pois então: Durante o governo Obama, os EUA apoiaram o golpe para afastar Dilma, e impedir a candidatura de Lula! Amigos dos Americanos? Conta outra! Amigos deles, só a grana! Money!

 

 

 

 

 

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