São grandes as possibilidades de Xanxerê ter cinco ou seis candidatos a prefeito na eleição de 15 de novembro, a julgar pelas manifestações partidárias e de pré-candidatos. Tanto os partidos que tradicionalmente lançam candidatos quanto alguns considerados estreantes, ou criados mais recentemente, manifestaram intenção de entrar na disputa. Inicialmente cabe observar que em eleições anteriores esse alto número de candidatos também foi cogitado, mas na hora do vamos ver ficaram apenas três – acredito que o número de candidatos que disputaram a maioria dos pleitos municipais. E nada impede que neste ano novamente apenas três estejam na disputa. Ninguém me disse, mas é de lei, em tempos de pré-campanha, os partidos realizarem pesquisas de opinião “para consumo interno”, não divulgadas ao público. Elas são importantes no convencimento de siglas não tradicionais, menores, sobre suas chances de conquistar a sonhada vitória, nas urnas.
A possibilidade de cinco ou seis candidatos na disputa permite várias leituras, à primeira vista. Uma delas é a saudável disposição democrática de participar da política, num tempo em que a maioria dos políticos não são vistos com bons olhos, digamos. Outra motivação para virar candidato a prefeito é o desejo, ou vocação para liderar uma comunidade e de contribuir para o desenvolvimento do município. É um tradicional desafio, especialmente para quem deseja provar que é possível fazer mais e melhor, no cargo de prefeito. Um terceiro motivo para candidatar-se a chefe do poder executivo municipal vem do sucesso que o cidadão alcançou nas suas atividades empresariais. Teoricamente e aos olhos de muita gente, esse sucesso na atividade privada credencia o cidadão a ser um bom prefeito, embora a esfera pública ofereça, sempre, mais dificuldades que facilidades. Porque agradar a maioria da população é bem mais complicado do que pode parecer.
Nem todos os candidatos, infelizmente, é preciso admitir, buscam o cargo de prefeito “apenas” para contribuir com a coletividade, ou melhorar qualidade de vida da maioria da população. É onde entra a menos nobre, mas também válida e juridicamente legal busca de um lugar ao sol. A tal fogueira das vaidades é uma potente turbina, capaz de impulsionar tanto os longos voos de aviões de carreira, quanto curtos e acidentados passeios de monomotores, ou de asa delta, pelo disputadíssimo hall da fama. A história política brasileira é pródiga em criar e exibir ambos modelitos, bem ao gosto de muitos brasileiros, embora haja discordâncias, como diria um velho caudilho. E tem também os desejos impublicáveis, dos quais hoje em dia não se pode, de jeito algum, ignorar e nem varrer para debaixo do tapete. Veja bem um, que não estou dando a entender que algum pré-candidato a prefeito de Xanxerê “jogue nesse time”. Acredito que, pelo menos entre os já cogitados, todos possuam boas intenções ao entrar na disputa!
Pelo que vi e ouvi nas últimas semanas, “os parelheiros”, ou pré-candidatos, mais citados e seus respectivos partidos são (por ordem alfabética de seus nomes) são Adenilso Biasus (MDB), Adrianinho (PT), Edson Marció (Podemos), Oscar Martarello (PSDB) e Wilson Martins (PSL). E resta ainda a possibilidade de o atual Prefeito Avelino Menegolla entrar na disputa pela reeleição, ou o seu partido PSD indicar outro nome, ou coligar com algum dos citados. Acho muito difícil, a estas alturas do campeonato, dizer quem é favorecido ou quem é prejudicado, entre os partidos e nomes, pelo elevado número de candidatos na disputa. Também considero mais provável que surjam coligações com dois ou mais partidos, do que serem mantidos candidaturas de partidos, individualmente. E como era de se esperar, na “Rádio Corredor” as possibilidades de coligações e ajuntamentos são várias, muitas, tantas que é melhor nem cogitar sobre elas: É bem provável que nem os pré-candidatos, nem os partidos saibam, neste momento, afirmar qualquer coisa sobre coligações. Ou, se sabem, preferem aguardar em silêncio. É do jogo.
A se confirmar cinco ou seis candidatos na disputa, isso será apenas mais um exótico ingrediente a ser adicionado à receita dessa já inédita eleição, por conta da Pandemia. Tenho especial curiosidade em aguardar qual será “o jeitinho brasileiro” a ser tirado da cartola dos partidos, nessa eleição. Não falo de armações, ou de qualquer ilegalidade diante da Justiça eleitoral – até porque as que já existem são bastante numerosas. Falo de maneiras que a criatividade brasileira (não só xanxerense) provavelmente há de encontrar para “dar um Up” nas campanhas, diante de tantas restrições quanto a aglomerações e concentração e pessoas, para prevenir a Covid19. A continuar como está hoje, restará aos candidatos os meios de comunicação eletrônicos (Rádio, TV e Redes sociais) e o prosaico trabalho do (famoso) “voto formiguinha”, com visitas de candidatos de casa em casa…Dureza, sem dúvidas. Mas tudo é possível, até, como já disse, a descoberta de alguma “receita mágica”… Aguardemos!
Entre os dias 31 de agosto e 16 de setembro (próxima quarta-feira, fora hoje) os partidos devem realizar suas convenções para indicar candidatos e selar coligações. Os registros de candidaturas a prefeito e vereadores devem ser feitos até o dia 26 de setembro, e a propaganda eleitoral em rádio e televisão inicia no dia 27 de setembro. Segundo o Tribunal Superior eleitoral nesta eleição serão escolhidos 5.568 novos prefeitos, em todo o Brasil. Nas eleições municipais de 2016, o Brasil teve os mesmos 5.568 candidatos a prefeito e 57.931 candidatos a vereador. Em Santa Catarina na eleição municipal de 2016 foram eleitos 295 prefeitos e 2.898 vereadores. Assim, as definições de candidatos a prefeito, especialmente, devem acontecer durante esta semana. Ou seja, de hoje até a próxima quarta-feira, 16 de setembro. É a famosa reta final dos acertos partidários com vistas a coligações e lançamentos de candidatos! Poderia ser chamada de semana do ti-ti-ti! Rsrs.