Não é crítica, é observação de um fato que requer atenção para que possamos evitar: Se queixar da vida só é justificável – penso aqui com minhas queixas – para quem literalmente não tenha nada no mundo, além da própria vida. Mas todos temos nossa vida e muito mais, e muitas vezes não valorizamos o que temos. Li esses dias que deveríamos, assim que abrimos os olhos a cada manhã, agradecer por estarmos vivos. E isso – abrir os olhos e respirar – já é um grande motivo para celebrar, comemorar e enfrentar mais um dia. A vida, ela mesma, sem mais nada nos bolsos ou nas mãos, é a melhor “coisa” que podemos ter. E nessa vida podemos fazer o que acharmos melhor, mesmo que tenhamos que arcar com as consequências. Por isso nesta quinta, alegre-se: estamos vivos. E isso é muito bom. E além de tudo, na vida a coisa mais feia, é gente que vive chorando de barriga cheia! O que também é um gostoso samba de Zeca Pagodinho…
Se eu quiser fumar eu fumo……..se eu quiser beber eu bebo. Eu pago tudo que eu consumo, com suor….de meu emprego. Confusão eu não arrumo……mas, também não peço arrego Eu um dia me aprumo………. eu tenho fé no meu apego Eu só posso ter chamego……..com quem me faz cafuné. Como o vampiro e o morcego……..é o homem e a mulher…..O meu linguajar é nato, eu não estou falando grego Eu tenho amores e amigos de fato……….nos lugares onde eu chego Eu estou descontraído…….não que eu tivesse bebido Nem que eu tivesse fumado, pra falar……da vida alheia Mas digo sinceramente…na vida a coisa mais feia É gente que vive chorando de barriga cheia É gente que vive chorando de barriga cheia.. É gente que vive chorando…De barriga cheia. Teto baixo e útero caído?
Nestes tempos inéditos aqui na Terra vale fazer aquela velha lista de coisas boas e nem tão boas. Tipo tenho roupa para vestir, tenho casa para morar, comida para me alimentar, tenho mulher e filhas, irmãos e irmãos, amigos e alguma grana para pagar as contas. É verdade que me incomodo com muitas coisas – e com algumas pessoas – mas a vida seria uma imensa chatice se fosse feita apenas de coisas agradáveis, perdia a graça. Já pensou viver todos os dias só curtindo coisas boas, rindo o tempo todo e sendo tratado como um rei por todos e em todos os lugares? Não gosto de encontrar gente com cara feia, nem aqueles “de mal com o mundo”. Me assusto, mas logo passa…. Desde pequeno ouvi que mau humor faz mal à saúde. Depois que cresci, descobri mais: Mau humor provoca unha encravada, teto baixo, útero caído, impotência sexual, calvície, reumatismo, gases e até soluço. Ria, alto, se puder! Senão, sorria lá dentro para você mesmo (a). Você está vivo (a), e só isso já é uma delícia!
Em outubro de 2008 a pedido do então Repórter (e já Ufólogo) da Rádio Princesa Ivo Dohl, fui até Ipuaçu para cobrir e fotografar, pelo Jornal Folha Regional, o aparecimento de círculos concêntricos em meio a uma lavoura de centeio. Confesso que tive que recorrer ao amansa burro para descobrir que o nome daquilo era “agroglifo”. Mas aprendi muito…Ivo e eu estávamos entre as primeiras pessoas a chegar lá e fotografar, entrevistamos o dono da terra e algumas pessoas que moravam por perto e voltamos com uma bela matéria para o Folha e também para o semanário Gazeta Regional – que Ivo também editava. O aparecimento e as matérias de toda a imprensa regional (e nos dias seguintes na estadual e nacional) causaram uma grande polêmica, de cara: Aquilo era real, ou alguém “fabricou”? Desde que botei o pé no centro do agroglifo e até hoje digo a mesma coisa: Aquilo não era obra de humanos! A perfeição nos acabamentos dos círculos e a inexistência de rastros ou sinais que denunciassem a presença de humanos me convencem até hoje daquilo que vi. Mas o fato rendeu dias de muita conversa de botequim, discussões intermináveis e até uma hilária tentativa – semanas depois – de alguns universitários tentar fazer outro agroglifo. Não foi boa ideia: Tiveram que responder inquérito e indenizar o estrago na lavoura. Da tentativa sobraram escancarados sinais da presença deles no meio da lavoura, o objeto usado para “fabricar” o agroglifo foi recolhido pela polícia – um cano de ferro com litros de refrigerantes vazios enfiados nele) e testemunhos de vizinhos que assistiram a pantomina, em plena madrugada….
Numa das conversas de bar encontrei amigo com quem o gosto de trocar ideias e tomar umas era recíproca. Disse a ele não achar que em todo o universo apenas a terra fosse habitada por seres inteligentes como os humanos. Deus não seria tão mesquinho… E que achava quase certa a existência de seres mais inteligentes que nós, muito superiores. Meu amigo se irritou com a opinião e por acreditar que “aquilo” era coisa de ETs, mas achei normal: O desconhecido sempre dá medo e raiva! Porém, ele era bom perguntador e lascou: “Então, me diga: Se eles são tão mais inteligentes que nós, se somos uns burros, atrasados, o que eles vieram fazer aqui? O que eles querem de nós ??” Respondi sem pensar muito: “Acho que eles estão interessados em duas coisas nossas, aqui na terra! ” …E ele: Mas o quê??? Daí falei algo que quase acabou com a amizade: “Acho que eles querem o nosso petróleo, e …as nossas mulheres”! Porquê fui dizer aquilo! A conversa acabou, e o papo encrespou. O amigo me encheu de palavrões, se irritou, abandonou a cerveja e saiu porta a fora me xingando! Na hora quase pedi para ele voltar, mas não deu tempo. Logo depois um testemunho da conversa me explicou tamanha brabeza: O amigo tinha e tem até hoje duas grandes, imensas, paixões: Carros e…mulheres! Levou uns meses para voltarmos a ter a velha e boa conversa. Mas nunca mais falamos de Et’s, nem ladrões de petróleo e de mulheres!
Os episódios de agroglifos em Ipuaçu e outros municípios próximos, sempre no início de outubro, parecem não ter acontecido nos últimos anos, mas isso tem que um porém: Agricultores com lavouras danificadas por uma enxurrada de curiosos a cada ano podem ter (com razão) simplesmente ignorado o surgimento de novos círculos, evitando a correria no meio de lavouras e os consequentes prejuízos… À época em que apareceram pela primeira vez, um conhecido ufólogo paranaense esteve conferindo in loco os sinais e foi taxativo em informar: Os agroglifos vão continuar aparecendo sempre na mesma época do ano. E isso de fato ocorreu nos anos subsequentes, mas não há relatos conhecidos de aparecimentos nos últimos dois ou três anos. Minha convicção de que aqueles primeiros sinais (os únicos que visitei) não eram obra de humanos veio da perfeição do desenho e do refinado acabamento. Os cortes do centeio pareciam ter sido feitos por máquinas de incrível precisão, não se viam talos da planta amassados ou mascados, eram todos cortados com perfeição. O solo no meio do círculo não estava compactado, como deveria ficar caso tivesse pousado ali alguma nave…o corte poderia ter sido feito do alto. E na vistoria que fizemos ao redor do círculo, não havia qualquer indício de que por ali tivessem passado máquinas, nem mesmo pessoas.