Ferragem Xanxerê 216950
09/02/2021 às 07:37
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Quirera Gourmet – 09/02/2021

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

Fechado Para Balanço

Sei que as análises que faço por aqui sobre o Brasil e os brasileiros estão longe de espalhar otimismo – que também não vejo por aí, a não ser por alguns poucos xiitas, ou cegos, daqueles que não querem enxergar o cenário nacional. Mas também considero que nem tudo está perdido, e isso não é esperança, é só observação. Com a Pandemia não tenho conversado com muitas pessoas, ao vivo, mas aumentei minha leitura de notícias e meu acompanhamento do que ocorre por aqui e “no resto” do país. Resto, porque sempre priorizo minha atenção no mais próximo de onde vivo. Nem sempre consigo acompanhar e não dar opinião, mas tenho procurado observar mais que falar, ou escrever.

Foguetório

Fazem quase dois anos que voltei a viver em Xanxerê, mas visitei a terrinha, esporadicamente. Xanxerê, neste período cresceu bastante, tem muita gente que nunca vi antes. Falo porque antes de sair passei mais de 20 anos trabalhando, diariamente, nas ruas, como repórter, jornalista e colunista. Isso me propiciou conhecer muita gente, tanto que de alguns não lembro o nome, mas conheço. E elas a mim. Pelo que vi até neste curto novo tempo por aqui, muitos chegaram, outras se foram, muitas coisas demoram para mudar. Outras, dá para notar, já estão mudando. Neste final do ano, a tradicional queima de fogos com aquele verdadeiro – e execrável – bombardeio de foguetes diminuiu uns 90%, ou mais, graças a uma lei, acredito. Mesmo assim é uma das pequenas coisas que mostram novos hábitos! Existem outras formas para se demonstrar alegria e contentamento, sem precisar soltar foguetes. Demorou, mas aprendemos!

Solidariedade

Nesse observar a cidade, pode acreditar, é possível (e muito bom) ser otimista e constatar boas novidades. Outra é notar que a saudável solidariedade dos xanxereenses – que sempre existiu – cresceu ainda mais. Talvez tenha sido o tornado, mais a chegada de muitos novos profissionais, em várias áreas de atividades, com mentalidades diferentes; ou por conta da natural – e quase inevitável – evolução do pensamento e do comportamento cidadão digno desse nome. Não que os brucutus e homens (e mulheres) da caverna tenham sido extintos pelo tornado… Estes continuam, aqui e no mundo. E acredito que até ignorância política que nos assola tenha diminuído. Os que restaram estão bem mais falantes e mais dispostos a mostrar e acreditar em sonhos, mitos, milagres, e salvadores da pátria. Faz parte!  E a solidariedade é bem visível, também, nas várias campanhas de apoio e auxílio a pessoas com doenças cujo tratamento custam uma fortuna. Sempre que convocada, a comunidade comparece, e dá show de solidariedade!

Jotaxis

Lembro da primeira vez que voltei a viver em Xanxerê, em 1988 – e lá se vão uns 30 anos: Na época abri o Jornal de Xanxerê (Jotaxis) e, sem nenhuma surpresa, recebi muitas críticas por ter – acredite – enquanto Jornalista, uma visão bastante crítica a muitas coisas que vi e encontrei aqui. Ouvi, por exemplo, que o jornal iria quebrar em poucos meses, porque “falava muito mal da cidade”. Não quebrou, e fez muito sucesso! o Jotaxis durou mais de quatro anos e fechou, sem falir, por livre opção profissional e particular de seus proprietários. Foi muito bom, enquanto durou: Quem leu o jornal – de circulação mensal – algo impensável já na época – até hoje tem saudades. Eu, também. Mas os tempos são outros…E melhores, em muitos sentidos! Temos vários sites, blogs, Tvs e rádios via Internet, embora tenhamos a lamentar a transferência, daqui para Chapecó, da única emissora de TV com sede aqui. Algo para mim ainda inexplicável. Senão ilegal: A concessão para o canal foi para Xanxerê. E continuou acreditando que “aí tem”…

Milho

A agricultura já despontava, nos anos 80. Xanxerê era conceituado polo produtor de ótimas sementes, e até viu-se envolvida em rumoroso caso, com repercussão estadual, por conta da produção de sementes de soja, misturada com isenção de ICMS. Reclamava-se, muito, da falta vagas de trabalho, de indústrias, de opções de lazer, de mais asfalto nas ruas, das insuficientes instalações e serviços de saúde, de creches e…da conclusão da Via de contorno Oeste, entre outras reivindicações antigas. Hoje, o Alto Irani e Xanxerê a meu ver exploram pouco, quase nada, o fato de que muitas lavouras de milho regionais atingem produtividades muito acima da média nacional e do Sul, equiparando-se a produtividades recordes dos Norte-americanos. A Capital do milho merece se apropriar dessa conquista e divulgá-la, muito mais do que acontece atualmente.

Crítica Útil

A cidade que apoiou e leu o Jotaxis tinha, por exemplo, no máximo uns 20 profissionais de medicina, se tanto. Tinha um jornal semanal e duas emissoras de rádio AM, uma FM. Era um tabu criticar prefeito ou vereador, isso era “falar mal”! Eram “bem vistos” apenas os elogios”…Então de cara notei um espaço vago, pronto e necessário para ser preenchido por olhar crítico,  e realista. Mas sem a obrigação de falar bem, nem mal. Essa confusão entre crítica útil e necessária com a mera oposição política ou maledicência gratuita e irresponsável, entretanto, ainda sobrevive, mas diminuiu muito. Até porque a famosa “opinião pública” hoje, é bem mais crítica e está em alta. É possível notar essa mudança para melhor, claramente, nas redes sociais. Criticar, antes, era temerário, desaconselhável. Hoje virou quase obrigação, com alguns exageros, inclusive. Porém nesse caso prefiro o exagero – fácil de ser notado, que a omissão cega, surda e muda…. A crítica para mim sempre teve (e tem) muito mais a intenção de contribuir do que diminuir, esculhambar ou condenar. E quem consegue fazer essa crítica não faz por se achar mais ou melhor. Faz suas críticas quem é bom observador, que pensa com a cabeça, não com o fígado…e quem gosta de participar, buscar contribuir…

Unoesc

E é impossível, seria injusto, tentar analisar as mudanças na cidade sem levar em conta a presença e as consequências de Xanxerê ter se tornado um polo de educação superior. As dezenas de cursos universitários oferecidos presencialmente pela Unoesc (eram cerca de 3.500 alunos lá por 2013) por si só representam um significativo avanço. Mas além de trazer pessoas para estudar e viver aqui, um campus universitário possibilita inúmeros desdobramentos, situações novas e novas demandas – que mexem com a economia e com o próprio modo de vida de muitos. Basta imaginar, para os que conhecem bem a cidade e a gente daqui hoje, como seria Xanxerê sem a Unoesc. Não faltariam frustrações rebaixando a campina para uma cidade dormitório, de Chapecó.

Futuro

Outro diferencial muito visível é o Centro de Referência em Cardiologia, no Hospital Regional São Paulo, e também sua importante ampliação. Isso consolida a condição de polo microrregional para 14 municípios e cerca de 200 mil habitantes, acredito. E acredito que talvez não para já, mas para daqui um pouco, Xanxerê – unindo empresários e poder público – vai conseguir viabilizar mais e maiores indústrias. Seja com a ampliação das já existentes ou com a abertura de novas. Essa é, para mim, a mais antiga meta não atingida. Era, há muitos anos, hoje não mais, um sonho de consumo conseguir atrair um frigorífico par movimentar a economia local. Não deu. Mas há outras possibilidades. Segmentos empresariais como o metal mecânico e a área de inovação tecnológica estão se expandindo. E é possível, ainda, uma indústria de transformação de milho, embora a produção esse cereal em SC sequer consiga, hoje, suprir o consumo de agroindústrias e de seus integrados – a maior força econômica do Grande Oeste. Onde ainda também há muito a se fazer, vale lembrar…

 

 

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