Os números da Pandemia e as notícias de Brasília quanto à preparação para vacinar milhões de brasileiros disputam – pau-a-pau – a liderança semanal de não acredito, não é possível e benzódeus. Enquanto países “normais” já programam campanhas de vacinação em massa, aqui nesse Brasil varonil o governo ainda não publicou o edital sobre materiais e seringas que precisa comprar, sem falar no transporte e conservação as vacinas, previstas para serem aplicadas “a partir” de janeiro. E sem o edital, as fábricas de seringas não encomendaram matéria prima para fabricá-las. E segundo as fábricas só a entrega de seringas pode levar de 20 a 90 dias.Já o Ministério da Saúde, comandado por em general, diz que espera manifestação da Anvisa para mandar publicar o edital. Meu palpite é de que quando as vacinas estiverem prontas, não teremos seringas. E depois, vamos comprar e adaptar espaços para manter as vacinas a salvo. Em tempos bem recentes, e com a esquerda no poder, zilhões de brasileiros estariam indignados, revoltados e batendo panelas – apoiados pela grande imprensa – contra tamanha incompetência. O cidadão político brasileiro – isso fica cada dia mais claro, tem dois pesos e duas medidas.
Que a juventude é a temporada de revolta e contestação de tudo – para a maioria dos jovens – a gente já sabe há muitos anos. A não aceitação dos parâmetros, costumes e comportamentos dos nossos pais, geração após geração, brindaram o mundo com protestos, desde os mais que necessários até os rigorosamente supérfluos e dispensáveis Entre os pais, livrar jovens das drogas e da criminalidade tem sido o combate mais duro e incessante de todos. Mas o combate à ignorância e à falta de conhecimento dos mais jovens em relação à História do país e à própria pátria -hoje tão citada, da boca para fora – não recebe a mesma energia e o mesmo ênfase. Lamentavelmente a epidemia que mais lesa e atrasa o Brasil e os brasileiros é o da ignorância, não a da Covid. E ambas a cada dia que passa parecem aumentar, especialmente entre “a galera”. A insistência de milhões de brasileiros, principalmente entre os da faixa dos vinte aos quarenta anos – mas não só eles – em teimar e persistir se aglomerando, sem máscaras e sem qualquer cuidado com a Pandemia é um claro exemplo dessa epidemia… A da ignorância. E ela cresce bem mais que a Covid19….
A lotação das UTI’s e a possibilidade de daqui a pouco não ter mais como atender os infectados pela Covid19 não produz mais consequências de prevenção e cuidados. É final de ano, a ordem é festejar, reunir, abraçar. E depois ainda teremos o verão queimando e mandando muitos a… se aglomerar, na praia! Esse verão promete, literalmente! Daí, se numa ponta da corda o desgoverno ainda não tem seringas, nem refrigeradores para acomodar vacinas, no outro extremo a população responde à altura: Também está nem um pouquinho preocupada – a maioria dela – com a possibilidade de um caos sanitário, em pleno verão! O Brasil não é um país sério, – igual ao que disse certa vez um embaixador Brasileiro em Paris – é uma das maiores verdades históricas por aqui neste deitado eternamente em berço esplêndido, país! Ninguém torce, nem prevê desgraças. Mas o descaso e a falta de planejamento são os atalhos mais usados para se chegar a elas.
Em particular o que está me deixando curioso é aguardar a reação de inúmeros seres geniais e superinteligentes que duvidam, desde muito tempo, da validade e da utilidade das vacinas. Esses dias ouvi que hoje existem dois tipos de palavra de brasileiros: aquelas disparadas com chumbo grosso, palavrões, condenações prévias e xingamentos nas redes sociais, e aquela outra quase inaudível, que os brasileiros – nesse caso ao vivo e a cores – falam quando a água bate na bunda! Enquanto nos facebuques da vida predominam a valentia e os xingamentos de grosso calibre, na vida real é bem diferente, embora tenhamos que reconhecer que também ao vivo, às vezes, a ignorância fica bem visível. Já comentei por aqui que acredito essa audácia deva ser debitada, em boa parte, da conta da Internet: Pessoas até agora sem voz e vez, agora têm voz. E perderam totalmente qualquer precaução em não falar asneiras. Vai daí que muitas vezes as redes sociais viram um besteirol sem fim…
Reconhecer os próprios erros e rir de si mesmo, dizem, são claros sinais de inteligência, pois revelam a indispensável autocrítica, imprescindível a todos que não se julguem seres perfeitos. Negar a eficiência das vacinas equivale a negar até a própria existência. Os que veem conspiração e outros malfeitos em vacinas deveriam consultar-se com uma autoridade suprema sobre suas infâncias: Suas mamães, papais ou irmãos mais velhos. Não fossem as vacinas que até hoje são obrigação dos pais em relação aso seus filhos menores, muitos daqueles fanáticos negacionistas sequer estariam agora vivos… e duvidando das vacinas! Mas seria muito interessante acompanhar tais céticos e apreciadores da ignorância tomando sua vacina contra a Covid19. Imaginando a cena, acredito que poderia ser até meio perigoso: Tais seres costumam reagir com fúria e agressividade quando são pegos de calças na mão! São os mais valentes, nas redes sociais, por enquanto, mas daqui a pouco também na prática!
Não dá para parar de recomendar que todos sigam tomando todos os cuidados. Agora, além dos alertas sobre esse novo pique na estatística de casos e de mortes pela Pandemia, outro sinal da gravidade dessa doença desconhecida também deu as caras: As sequelas, variadas e às vezes quase despercebidas, começaram a ampliar seu leque de sinais e sintomas: A falta de paladar e a incapacidade de sentir cheiros, os primeiros sinais de sequelas citados, há meses, se somam agora a reações cutâneas, queda de cabelos, miocardite, interminável cansaço físico e outras que nem mesmo os médicos especializados conseguem adiantar. É uma doença nova e isso não pode sair do nosso foco. Se a maioria dos infectados consegue sobreviver ao primeiro contágio, isso pode e deve ser considerado uma vitória. Mas vitória numa batalha, apenas. A guerra contra o Corona Vírus, infelizmente, ainda está longe de chegar ao fim…