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06/11/2020 às 08:49
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Quirera Gourmet – 06/11/2020

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

Urnas Avaliam

O desempenho dos candidatos a prefeito e vereador que apoiam ou são apoiados pelo despresidente que desgoverna o país é uma das maiores expectativas dessa eleição. E especialmente aqui em Santa Catarina, onde ele obteve o maior percentual de votos, entre todos os estados, nas eleições de 2018, considerando-se o número de eleitores. Nas últimas pesquisas nacionais confiáveis, a aprovação dele gira em torno de 35%, que considero alta, embora o percentual de votos que recebeu no país todo em 2018 tenha chegado a 55,13% dos votos válidos. Ou, em números absolutos,57,8 milhões de votos, 10,7 milhões a mais que Haddad. Também vale lembrar que naquela eleição, 31,37 milhões de brasileiros se abstiveram de votar (21,30%), 2,4 milhões votaram em branco (2,14%), e outros 8,6 milhões anularam o voto (7,43%).

Mal, nas Capitais

Com praticamente a metade de seu mandato e sem mais poder culpar petistas, esquerdistas, comunistas, socialistas, cubanos, bolivianos e venezuelanos por eventuais dificuldades, a eleição municipal do dia 15 será, na prática, também uma avaliação da performance de Bolsonaro. Além de medir a temperatura para a sua já anunciada campanha de reeleição. Pode-se alegar que o despresidente nem partido, oficialmente, tem. Mas é bem visível quais partidos estão bem, ou muito, alinhados com ele, assim como os indiferentes e os de oposição. Pesquisa da Datafolha no último final de semana apontava que apenas três, entre 26 candidatos a prefeitos de capitais declaradamente apoiados por ele, lideravam pesquisas de intenção de votos. E a maioria dos outros 23 ocupava a lanterna, em pesquisas municipais.

Collor Não Ajudou

Em pequenos municípios de Santa Catarina os aliados de Bolsonaro ainda terão, acredito, votações expressivas, embora não tanto quanto em 2018. Baseio esse palpite olhando para a votação do agora afastado Governador Carlos Moisés, que teve nas urnas o voto de 71,09% dos catarinenses, contra 28,91 dados a Gelson Merísio. Essa enxurrada de votos certamente não terá repeteco. Até porque a eleição municipal tem características predominantemente locais, mas com algumas influências “lá de cima”. Qualquer presidente da república pode influenciar, para mais ou para menos, os seus candidatos a prefeito: Nas eleições de 1992, o Presidente Collor de Mello veio a Xanxerê, já enrolado nas malhas da corrupção que acabou motivando sua renúncia (para não ser cassado), e fez comício na Praça Tiradentes em favor de seu candidato a prefeito, que foi fragorosamente derrotado, por mais de 60% dos eleitores Xanxerenses. Não dá para fazer qualquer paralelo, e nem se pode atribuir à presença de Collor a derrota de seu candidato para prefeito, aqui. Mas pode-se dizer, com certeza, que nem a presença de Collor por aqui, não ajudou.

Moro e Mandetta

E se não há um envolvimento direto de Bolsonaro nas eleições municipais – medo de sair mal na foto? – Existem várias campanhas em redes sociais pregando rejeição a candidatos ligados a Bolsonaro. Se isso vai funcionar ou não, só contando os votos para saber. E nota-se nas redes sociais e programas – inclusive em Xanxerê – pouquíssimos candidatos associando explicitamente o governo Bolsonaro a suas campanhas para prefeito ou a vereador. Acredito que as confusões armadas por seus filhos e, mais ainda, as saídas do governo de ministros como Sérgio Moro e Henrique Mandetta, possam ter feito grandes estragos na popularidade do governo federal e de seu comandante, principalmente entre seus próprios seguidores. Em Xanxerê, para surpresa de muita gente e minha também, o nome do presidente praticamente desapareceu, ou apareceu quase nada nas propagandas de candidatos. A leitura disso é óbvia: Usar o despresidente como cabo eleitoral não é um bom negócio. Ou no popular: tem grandes chances de perder votos…

Jogou Mal

Com a Pandemia – que poderia ter sido uma grande alavanca para unir o país e jogar sua popularidade nas nuvens – Bolsonaro muito mais perdeu que ganhou. No mundo inteiro, o número de brasileiros mortos pela Covid 19 só é menor que o número computado nos Estados Unidos, de Trump, ídolo e aliado de Bolsonaro. Numa Pandemia, onde os sentimentos falam muito, teria sido muito fácil unir a nação, conclamando a todos para o combate à doença. Mas aconteceu o inverso: Bolsonaro contrariou tanto seu próprio ministro da saúde, discutiu publicamente com ele e acabou trocando um médico por um general, que até hoje comanda o ministério. Teria sido muito mais fácil, positivo e favorável ao governo aceitar as recomendações de Mandetta (e da Ciência), ao invés de querer impor sua opinião sobre um tema (Pandemia) onde Bolsonaro e seus filhos conhecem pouco, ou nada! Se tivesse ouvido Mandetta, hoje não haveriam tantos acusadores culpando o governo, e o próprio Bolsonaro, pelo elevado número de mortos. Jogou mal, e agora colhe o que plantou. Outro desestímulo aos seguidores do “mito” é a derrota de Trump nos EUA, que deve ser sacramentada – com esperneio dele e tudo – neste final de semana!

Queimando o Filme

Não bastasse a perda dos ministros mais populares e a Pandemia, as queimadas na Amazônia e no Pantanal reforçaram a certeza de que o governo não é eficiente, não tem aptidão, não gosta e nem sabe enfrentar crises. E estas não foram causadas pela esquerda, nem pela oposição. Além de acentuar e potencializar a oposição interna, as queimadas atraíram críticas de muitos países, do mundo inteiro. O fogo literalmente queimou o filme de Bolsonaro…. As queimadas pintaram com cores berrantes a imagem de um governo inepto, arrogante e avesso ao diálogo. Além de dar voz a militares, que adoram enfiar suas discutíveis meias-verdades garganta abaixo da nação, e de pessoas especializadas, em temas eminentemente técnicos. Mas a esteira de más notícias, digamos, não para por aí: Dois governadores eleitos sob a influência da eleição presidencial, em Santa Catarina e no Rio de Janeiro, acabaram afastados de seus cargos devido a acusações de improbidade administrativa e corrupção.

Preços Comunistas

Para piorar um pouco mais, preços de alimentos básicos, tipo arroz, carnes e óleo de soja, entre outros, tiveram aumentos já condenados pela maioria da população, a classe média – um contingente de eleitores nada desprezível, vale lembrar. As explicações para os aumentos convenceram praticamente ninguém. Isso quando existiram explicações…Só faltou o governo ver, na elevação dos preços, mais uma culpa de quem ele acusa, sempre, de prejudicar o Brasil: Os socialistas, os comunistas, os petistas e a esquerda em geral…. De positivo, até agora no ano da Pandemia, teve o auxílio emergencial para pessoas mais carentes. Ajudou muito e teve reconhecimento popular. Mas não sei se é suficiente para alguém definir seu voto a candidatos apoiados por Bolsonaro, ou que usem seu nome na campanha. E para desanimar um pouco mais os admiradores do despresidente, ao que tudo indica Joe Biden derrotou Trump, deixando os bolsonaristas – e ele próprio – sem o padrinho….

Nem na Véspera

Assim, nos encaminhamos para a eleição municipal mais atípica – deste século e dos anteriores – no Brasil. Nada de comícios, raras carreatas, nem a presença “de grandes nomes” da política estadual ou nacional. Perguntar porque não vieram desta vez pode até ser visto como ignorância de quem pergunta. E provocar respostas tipo “eles já sabem que estão no vermelho”, embora eu, particularmente, não acredite que os corruptos tenham aprendido a ficar com vergonha na cara. Vergonha é sentimento que eles escondem, disfarçam, ou não têm…. Devem estar dizendo que não vieram por conta das restrições da Pandemia, mas isso também “não cola”. Uma vez os políticos “graúdos” só apareciam nas vésperas de eleição. Nesta, nem isso! Então, os resultados das urnas de 15 de novembro geram grande expectativa! Diante de uma nova política que já está ”fazendo água” – e que na prática nem existiu – seria razoável supor um refluxo dos votos aos velhos políticos tradicionais. Mas também não é essa a impressão que se pode ter, principalmente olhando as pesquisas das capitais dos estados. Em Xanxerê, a estranhar, também, a total ausência de pesquisas – situação que pode sinalizar, talvez, um inesperado “empate técnico” entre candidatos…Ouvi dizer que nesta sexta (06/11), hoje, a TV Record estaria para divulgar uma pesquisa para prefeito, em Xanxerê. Aguardemos…

 

 

 

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