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06/08/2021 às 07:19
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Quirera Gourmet – 06/08/2021

Quirera Gourmet
Por: Romeu Scirea Filho

Herança

Que a pandemia desestruturou e bagunçou o coreto de todo mundo, estamos cansados de saber. E ainda que tenhamos que ficar de olho nela, a estas alturas nada impede que tentemos reagir, já que estamos vivos, embora mais gordos – a maioria. É inacreditável que já passou mais de ano e meio, e nada indica que os efeitos do novo Corona vírus estejam indo embora, ou sob controle total. Como não se acreditou no começo – e muitos continuam não acreditando até hoje, o Bicho Homem herdou – dos seus próprios exageros, cruzados com suas ignorâncias – uma nova e desconhecida doença. E num desses golpes de sorte, conseguimos a vacina rapidamente, graças a Ciência!

Dias Melhores

Andei matutando sobre como estaria o mundão velho sem a vacina. E sem os cuidados e protocolos recomendados pela Ciência e adotados – pela maioria, não por todos, que ajudaram e ajudam impedir desgraça maior. Mesmo negacionistas de vacinas e da pandemia – que ando consultando – arregalam o olho e gaguejam antes de responder como estaríamos, sem os cuidados exigidos, e principalmente sem a vacina?? Embora a própria Civilização humana esteja contaminada por vasto ceticismo, infectada de descrédito e contaminada por variadas desilusões, ainda sobrevivemos (não todos) com razoável segurança, algum conforto e a imortal esperança de dias melhores!

Levando

E se somos um fracasso – ou se essa visão é rigorosamente correta, se olharmos para nosso umbigo – nada impede que sigamos acreditando que a “a vida vai melhorar”. Até porque nossos antepassados também acreditaram nisso, há milhões de anos! E ainda mais numa sexta-feira, resta proclamar e incentivar: Aproveite a vida! Porque só temos essa e porque não se sabe com certeza o que pode vir depois. E se não for pedir demais, também é bom lembrar o que aquele baiano falou, que gente é para ser feliz, não para morrer de fome! Então, mesmo com toda lama e com todo o drama, a gente vai levando!

“A Contento de Todos”

E neste final de semana comemora-se – para os católicos – o Padroeiro da abençoada Paróquia do Senhor Bom Jesus da Coluna! Ele mesmo – que com a pandemia teve sua data de orações e louvores privada da tradicional Festa do Padroeiro, ou melhor: Da aglomeração tradicional que a festa causa, sempre. Mas tem assados, rifa e outras atrações. Talvez não todas as delícias de uma cozinha “a contento de todos”, como anunciava, antigamente, o “Serviço de autofalante” da festa, sob competente condução e talento do Sr. Nilo Munaretti, o primeiro comunicador nato e originalíssimo, da então “Capital do Gatilho”.

Bares e Bailes

Que me desculpem os que não gostam muito de velharias e lembranças dos tempos “D’antanho”. Mas Xanxerê – e acredito que qualquer cidade com mais de 50 anos – tem muitas, engraçadas, divertidas e saudosas dessas passagens hilárias, inocentes e muito gostosas de serem lembradas. Passagens e riquíssimos personagens da nossa história – que já se foram dessa para outras, tomara que melhores, paragens. Mas é uma parte que nos resta, os com mais de 60 anos rodados por aí, relembrar e comemorar artes e artistas que dividiram conosco os palcos – e os bailes e os bares – da vida!

Vila Sapo

É que encontrei na quinta um velho amigo, companheiro e “conterrâneo” da Vila Sapo – talvez ao primeiro Bairro de Xanxerê, que hoje pertence ao centro. A Vila Sapo abrangia da Fidêncio de Souza Melo, ou do Grupo Joaquim Nabuco (“entra burro e sai caduco”), até a então “Hípica” – hoje Bairro dos Esportes. E era um grande banhado, bom para pescar no Rio Xanxerê e caçar rãs, em um extenso gramado alagado, sem ruas, com raras moradias, mas com bosques de guamirim e potreiros cercados de arame farpado, onde pastavam bucólicas vacas e alguns cavalos. Meu amigo Maragiba Ruas – o “Giba”, veio levar sua mãe, a Dona Edi, até sua última morada. Descansou, aos 95 anos…

Giba

Conseguimos em minutos recapitular rapidamente algumas passagens da trajetória na Vila Sapo, de saudosa memória, de banhos de rio, de caçar e pescar e de jogar futebol no pátio do Nabuco – quando a Diretora, Dona Neusa Marques, não nos botava para correr…Bolas quebram vidros! E escolas, naqueles tempos muito mais que hoje, eram espaços sagrados, de interesse público e muito importantes. Para formar xanxereenses educados, inteligentes e preparados para enfrentar as batalhas da vida! E formou, como podemos observar hoje, olhando a atual “Campina da Cascavel”. Giba me lembrou que estamos de cabelos brancos, com mais de 60! E que precisamos aproveitar essa vida!

Do Petróleo!

Na mesma volta fui parado pelo amigo Agenor, mui conhecido e antigo entregador de jornais – que lá no século XX eram chamados de “Gazeteiros” (distribuíam gazetas). Ele me contou que evoluiu para entregador de gás: “Romeu, mudei de ramo, graças a Deus! Dizem que todo mundo que mexe com petróleo fica rico! Tô distribuindo gás! Pega aqui meu cartão e faz propaganda”. Agenor conta que em Xanxerê hoje o único jornal que chega é o Correio do Povo, e que só tem umas 80 assinaturas… Assim, se você precisar de gás, liga pro Agenor, a sua empresa fica ao lado da sua casa. E ele sempre foi rápido e prestativo:99824- 5200 e 9984-6200!

Pedaços do Mundo

É uma pena, eu acho, que os jornais impressos tenham virado artigo de museu, ou nem isso mais. Não apenas por ter trabalhado em jornais com edições diárias, tipo O Estado, de Floripa, de segunda a segunda, os jornais impressos anexavam todo um gostoso ritual! E para mim isso remetia à Praia de Xangrilá, no litoral gaúcho – onde passei uns dias em dois verões da década de 1960 – onde acordava, bem cedo, com os berros do jornaleiro chamando as manchetes da Zero Hora e do Correio do Povo! E também depois saindo da redação d’O Estado, de madrugada, mas sabendo o que o mundo iria ler nas manchetes do dia seguinte. Jornais impressos eram pedaços do mundo, em nossas mãos…

Saúde e Sorte!

Temos o mundo todo na tela do celular hoje, mas não tem o mesmo gostinho de abrir o jornal e ler o que interessava. Muitos começavam pelo futebol, outros pela polícia, ou no horóscopo. E eram raros os que liam o jornal inteirinho mesmo. Mas o tempo passou e mesmo assim continuamos aqui e queremos saber das notícias, das novidades, dos ti-ti-tis e das desgraças, que também nos acompanham. Mas estamos vivos, bem vivos, com pandemia e todo o tal “novo normal” –  que de novo tem muito pouco e de normal, menos ainda! Resta celebrar – e agradecer – a vida… Porque ninguém quer a morte! Só saúde e sorte!

Um bom final de semana a todas(os)!

 

 

 

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