Acho impressionante a falta de sintonia do desgoverno e do Manda-Chuva mor com os brasileiros. Dá a impressão de buscar ser antipático e de gostar de dar as costas, desagradar ou frustrar a nação. São atos e declarações infelizes, desnecessárias, impróprias ou despropositadas – isso quando não são prejudiciais…. A última foi vetar a obrigatoriedade do uso de máscaras em igrejas e estabelecimentos comerciais. Isso bem na semana em que especialistas alertam para o pico máximo da Pandemia, até aqui. O que ele ganha com isso? A simpatia de pastores e fiéis? Mas esses já não são majoritariamente deles? A impressão que fica é que o despresidente confunde governar com dar tiro no pé…Na visita relâmpago a Santa Catarina, sábado, mais decepção: Deu umas voltas de helicóptero e retornou a Brasília, para almoçar com embaixador dos EUA e comemorar a independência dos EUA. Ficou a impressão que veio apenas para dizer que veio. Espera-se que, ao menos, libere recursos para os atingidos pelo ciclone. E a imprensa catarinense? Nem um pio. Vergonha!
Posso até ser considerado “secador”, ou ser acusado de torcer pelo quanto pior, melhor. Mas acredito nas previsões funestas de que, nesta semana, os números da Covid 19 no Brasil e aqui mesmo no Oeste catarinense tendem a piorar muito. Meu palpite não vem de bola de cristal, vem de especialistas, vários, em todo o país e fora dele, que nãos e cansam de alertar: O combate brasileiro à Pandemia deixa muito a desejar. Curioso é que o país tem no seu governo uma pessoa que adora guerras, mas não declarou guerra ao novo Coronavírus. Fez o que pode ser considerado o pior que poderia ter feito: Menosprezou e negou o adversário, mesmo vendo com o mundo inteiro – e até seu maior ídolo, Trump – adotar medidas de guerra. Uma Pandemia é como uma guerra: É preciso a conscientização e a participação de todos para derrotar o adversário. Isso o governo não incentivou e fez exatamente o contrário: Dividiu nosso “exército” em pelo menos duas partes. E hoje temos uma multidão de céticos e de negacionistas, que negam a gravidade e fortalecem o “adversário”.
Com hospitais próximos à saturação de leitos destinados ao atendimento de portadores do novo Coronavírus, as capitais dos três estados do Sul brasileiro devem ganhar as manchetes nacionais, nesta semana. Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre poderiam estar hoje em situação epidemiológica bem melhor, não fosse a pressa em reabrir as atividades não essenciais. Essa afirmação não é achismo. É apenas um olhar sobre o que aconteceu após cidades e países europeus terem “jogado pesado” com o fechamento total – e prolongado – das atividades não essenciais. Em Santa Catarina o locaute durou duas semanas. E se tivesse durado um mês as perdas da economia não seriam muito maiores do que foram. Mas os efeitos da Pandemia seriam bem menores. Agora, queira Deus que não seja necessário fechar tudo de novo. Isso traria pânico em muita gente que já está assustada e só aprofundaria as críticas do time que acha que a Pandemia é um “comuna vírus”. E esses, infelizmente, se multiplicaram muito!
O ano de 2020 já entrou para história com apenas seis meses de duração…. Não sei se houve algum ano com tantas notícias preocupantes de março até agora. O mundo inteiro afetado praticamente pelo mesmo temor, milhares de mortes todos os dias, as maiores economias do planeta contabilizando perdas e prejuízos gerais e incalculáveis. A Ciência e os cientistas numa corrida inédita e relâmpago atrás de remédio e vacina, enquanto falsos milagreiros e enganadores da boa fé do povo mais humilde e iletrado são internados em hospitais, denunciando a farsa que pregam! Sempre, em qualquer circunstância, por pior que ela seja, sempre tem “um lado bom”, algo de positivo a ser aproveitado. Isso foi muito bom, mesmo que muitos fiéis de enganadores continuem acreditando que se operam milagres duas vezes por semana, ou mais, a realidade mostrou milagreiros internados e implorando a ajuda…dos médicos! E não o do Deus que eles juravam ter o telefone, whatzap, E-mail e a chave da porta da casa dele. A Pandemia infringiu pesadas baixa$ nas contas de milagreiros e vendedores de vassouras ungidas ou feijão milagroso!
A Pandemia também está nos mostrado uma outra realidade que, se sabíamos dela, fazíamos olhar de paisagem… A ignorância e o mau caráter de muitos brasileiros, de muitos que se dizem cristãos e tementes a Deus e de milhares que se achavam doutores-sabe-tudo desfilou nua para todo mundo ver. O desfile de pelados mais marcante no Brasil até agora para mim foi o bizarro bunda-de-fora de 620 mil cidadãos acima de qualquer suspeita, “gente do bem”, pegos em flagrante mão na cumbuca, recebendo indevidamente e ilegalmente o auxílio emergencial de R$600. Insisto nessa tecla porque não todos, mas a maioria desses impolutos cidadãos honestíssimos, certamente faz parte da parcela da população que adora e defende que se faça justiça com as próprias mãos, ou com as próprias palavras. São os primeiros a jogar pedras e a condenar quem cometeu algum crime. E agora, pegos em flagrante delito, sentem no couro o que significam expressões como pré-julgamento e, principalmente, preconceito. Não classifico esse pessoal como ladrão (como eles gostam de fazer com os outros), acho que tentaram dar uma de esperto, mas nesta vez não colou! Certamente é uma lição que vai ficar, para o resto de suas vidas!
O ano de 2020, mesmo com toda a “pedreira” que já despejou na Terra até agora, também será um ano revelador de velhas verdades que andavam fora de moda, ou varridas para debaixo do tapete: Muitos e sapientíssimos analistas econômicos que previram um quebra-quebra mundial conferiram, mais uma vez, que suas profecias carecem de fundamento. Óbvio que as perdas e os prejuízos serão até impossíveis de calcular, que milhares de empresas, pequenas, médias e grandes vão quebrar de vez – e terão difícil recuperação, se conseguirem se recuperar. Mas estamos bem longe disso tudo significar o apocalipse que se chegou a prever, no começo da Pandemia. Continuamos assistindo recordes de exportações, polpudas lucratividades e – como sempre – os ricos ficando mais ricos e os pobres, mais pobres. Portanto, nada de novo sob o céu do Brasil. Nem o tradicional chororô de médios e grandes empresários, item que também não poderia faltar no cenário. Muitas dificuldades virão apenas depois que a Pandemia passar, é claro. Mas pelo andar da carruagem é possível prever que, tirante as lamentáveis milhares de vidas ceifadas pelo vírus – e por muita irresponsabilidade governamental – o mundo segue sua rotina, como se nada tivesse acontecido!
Quirera Gourmet