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06/05/2020 às 09:28
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Quirera Gourmet – 06/05/2020

Quirera Gourmet

Mas é preciso manter e reforçar cuidados

A confirmação, ontem à tarde do primeiro caso de pessoa portadora de Coronavírus em Xanxerê era previsível, mas serve para reforçar o alerta para manter todos os cuidados. Até ontem falava-se muito em insegurança, incertezas, indefinições…mas ao mesmo tempo o que se via todos os dias eram pessoas defendendo liberações, retorno de reuniões e de aglomerações de pessoas. E não há indicadores que justifiquem esse otimismo, menos ainda agora. O fato de só ontem ter surgido o primeiro caso diagnosticado de portadores de Coronavírus em Xanxerê pode ter várias interpretações positivas. A principal é de que conseguiu-se evitar por algumas semanas, e isso atesta que as medidas adotadas tiveram êxito. E que é preciso mantê-las e reforça-las. O aparecimento de casos ninguém deseja, mas seria ingenuidade achar que isso não aconteceria…

Aglomerações

Na minha opinião dois motivos principais podem ser apontados para a estatística positiva de diagnósticos da pandemia em Xanxerê: A grande adesão ao isolamento praticada pela maioria da população nos primeiros dias de alerta para a pandemia e a correta atuação dos órgãos públicos na frente de trabalho – que está atuando muito bem, e merece aplausos! Outra razão pode ser o fato de não existir em Xanxerê empresas com 300 trabalhadores ou mais, como frigoríficos, por exemplo. Os casos que foram atestados até agora em Chapecó e em Concórdia apontam para essa possibilidade. Males que vem para o bem: O primeiro diagnóstico serve para alertar que ainda não é hora de “liberar geral” – tendência que, até ontem, era facilmente constatada por algumas manifestações feitas através da imprensa, em Xanxerê.

Período de incubação

Não se trata de ‘torcer contra’, trata-se de continuar a se prevenir, prática que é a principal responsável pela situação favorável e sob controle até agora. E ninguém pode esquecer, também, de portadores assintomáticos. Era muito cedo ainda para achar que o perigo já passou – embora seja isso o que todos queremos. Assim, o mais importante é não baixar a guarda! O período de incubação do vírus – tempo que demora para quem entrou em contato com o Coronavírus apresentar sintomas da doença – é outro fator a ser considerado: Se alguém teve contato com o vírus, a doença poderá se manifestar dentro de sete a dez dias, mais ou menos. E essa conta já indicava que esta semana seria um período crítico para o surgimento de casos, considerando-se as liberações de atividades em Xanxerê, na última semana de abril.

Economia se recupera, mas vidas não têm preço

É óbvio que as perdas de empregos, salários e renda causadas pela Pandemia trazem efeito cascata e afetam toda a economia mundial – e nenhum município ficará imune a isso. A queda de 50% no consumo mundial do petróleo é mais um indicador confiável do grande ‘estrago’ provocado nas atividades produtivas. Centenas, talvez milhares de navios petroleiros aguardam, estacionados em alto mar, espaço e locais para descarregar seus tanques. O mundo inteiro contabiliza perdas e essa deve ser, depois dos cuidados em preservar vidas, a principal preocupação de autoridades e da população. Que a economia vai se recuperar não há dúvidas, e que isso terá um alto preço também é uma certeza. Mas vidas não têm preço e nem são recuperáveis.

Chuva, a boa notícia!

Escassa, porém muito bem-vinda foi a chuva que veio nos visitar ontem. Chegou calminha, bem-comportada e esperamos que se mantenha assim – e que dure pelo maior tempo possível, embora a previsões não sejam neste sentido. A economia de Xanxerê e do Alto Irani depende e muito da agricultura – a maior mola propulsora da região, que se ressente da maior presença de indústrias. A chuva de ontem, nestes dias de expectativas e incertezas “tomou ares” de um belo dia de sol, para tentar alegrar um pouco nosso deprimido astral. Imagens do Rio Uruguai quase dando para atravessar a pé e das cataratas do Rio Iguaçu com ralos fios de água, onde jorravam milhões de litros por segundo, são aterradores. Mas não serão suficientes para nos desanimar! Nem de desistir!

Notícias do Brasil

A grande imprensa brasileira, ou quase toda ela, e as redes sociais trazem, todos os dias, notícias na maioria digamos muito desagradáveis (para pegar leve) sobre o desgoverno que nos assola. Impeachment, renúncia, destituição servem para deixar o brasileiro mais triste e mais decepcionado ainda, não bastasse a pandemia. Muitos olham para trás e lembram que há cinco ou seis anos atrás o mesmo ou quase o mesmo bombardeio de críticas atingia os governos petistas e é verdade. A diferença desta vez é que as críticas são majoritariamente causadas pelo descaso – que beira a ignorância – com que o ocupante do cargo de presidente deste país trata não só a pandemia, mas a imprensa e a todos que ousam contestar qualquer coisa. Parece um imperador, mas não é! Respostas como “não sou coveiro”, ou “vai morrer muita gente, e daí? O que você quer que eu faça? ” revelam um grau de desumanidade e grosseria que não cabe, ou não deveria, caber na liturgia de um presidente do Brasil. E só leva a uma desconfortável conclusão: O despresidente está construindo a sua própria queda. Um governo desses não precisa nem de oposição!

A Última do cercadinho: Ele gosta de mandar calar a boca…

Demonstrando novamente falta de traquejo na comunicação, Jair Bolsonaro voltou (ontem) a agredir a imprensa e, por duas vezes, Bolsonaro dirigiu-se aos jornalistas com o grito de “cala a boca”, ao negar interesse na troca da Polícia Federal do Rio de Janeiro. “Vai sair da superintendência para ser diretor-executivo da PF. Eu não tô trocando ele, isso é uma patifaria, cala a boca não perguntei nada, jornal patife e mentirosa, cala a boca. Se eu tivesse ingerência para a PF ele não iria para lá”, disse ele, após se reunir com apoiadores. “Canalha é elogio para a Folha de S.Paulo”, disse. Bolsonaro fez referência ao fato de que o novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Souza, trocou a chefia da superintendência do Rio de Janeiro. Carlos Henrique Oliveira, atual comandante do estado, foi convidado para ser o diretor-executivo, número dois na hierarquia da PF (em nível nacional).(Fonte: Celeste Silveira/O Antropofagista – 05/05/2020)

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