Vou abrir um espaço aqui para dizer que gostaria de estar escrevendo sobre outros temas, mais amenos e menos preocupantes quanto as duas crises que assolam o Brasil: A pandemia do Coronavírus e o desgoverno do atual presidente. Mas esses dois graves acontecimentos não permitem que eles sejam deixados de lado, ou ignorados por quem, na minha opinião defende a Justiça e valoriza, acima de qualquer outra coisa, a vida – O nosso maior bem! Busco, todos os dias e noites encontrar explicações para atitudes como a de pessoas que agrediram enfermeiros (as) que faziam uma manifestação pacífica em defesa da saúde, da vida! Pior é ainda constatar pessoas apoiando esse ato completamente irracional e cheio de ódio, sem causa! O episódio, não por acaso aconteceu em Brasília… Na capital do Brasil e há poucos metros do local de onde deveria se governar(e não desgovernar) esse país e seu povo. E não fazer ambos passar (quase todos os dias) vergonha mundial, com atos que mostram estarmos nas mãos de pessoas sem escrúpulos, sem condições de governar esse país e que já mereceriam estar respondendo por seus desatinos na Justiça. Ao contrário, o que vemos a cada dia é o aumento de declarações e atos mostrando que se elegeu um brasileiro que envergonha, entristece, desanima, empobrece e desacredita o Brasil, perante seu povo e perante o mundo!
Gostaria de estar falando aqui, por exemplo, na rede de coleta de esgotos de Xanxerê, que em teoria tem uma etapa concluída e pronta para ser ativada, mas isso não acontece. E tanto a administração municipal como nossa respeitável imprensa, – não sei por que – dignam-se a prestar qualquer informação sobre os motivos; preferiria estar falando sobre os planos e projetos que os vários pré-candidatos a prefeito de Xanxerê e região já tivessem apresentado à comunidade, para serem discutidos e aprimorados. Preferiria estar analisando a bela atitude dos senhores vereadores doando parte de seus salários para prestar alguma ajuda a pessoas que, com a pandemia, ficaram sem nenhuma ou com pouquíssimas opções de obter sua renda e sustentar suas famílias; Seria muito bom poder discorrer aqui sobre um programa do governo federal para gerar empregos e renda, especialmente para a juventude; Seria uma imensa satisfação comentar sobre um plano de governo – qualquer plano – que estivesse motivando e sendo aplaudido por todos os segmentos da sociedade brasileira; Ficaria imensamente feliz de ver cessarem as agressões aos indígenas, às mulheres, aos negros, aos homossexuais e minorias, ao desmatamento e à invasão da Amazônia por mineradores, madeireiros e outros que pensam única e tão somente em ganhar MAIS dinheiro!
Mas infelizmente estas e outras pautas que têm imensa e urgente importância precisam ser deixadas de lado, porque precisamos cuidar, primeiro, da nossa própria vida. Cada um cuidando da sua e também adotando todos os cuidados e protocolos para não causar danos às vidas de todos os outros. Estamos – e isso nunca foi tão claro como é hoje – no mesmo barco! Então é hora de se fazer aquilo que o uso da razão, do bom senso, da racionalidade humana nos manda fazer! E não aquilo que cada-um-por-si-e-ninguém-por-todos, “acha certo”! Acredito que o primeiro sinal de inteligência é admitir sua própria ignorância! É hora de abandonar a soberba do “eu sei mais que os outros”, e reunir as ideias que venham para somar, não para dividir ou destruir. É hora de admitir erros e corrigir as besteiras, as picuinhas, está na hora de colocar a mão na consciência e reconhecer: “Desse jeito não vamos a lugar nenhum”! É chegada a vez de abandonar posturas individualistas e de perguntar o que o seu amigo aí ao seu lado tem a dizer, precisamos ouvir mais e condenar menos. Deixemos a interpretação de leis para quem entende das leis. Respeitemos o que dizem os cientistas sobre a ciência. E também está na hora de pararmos de negar a História, de querer reescrever a História – como se fôssemos deuses, e com efeito retroativo! Somos meros mortais e nossa vida, a vida do planeta, está em risco! Erramos, sim, e muitas vezes, todos os dias. A humildade, a educação e o respeito à verdade e às pessoas são valores eternos. Nada, nem ninguém vai mudar isso! Não estou aqui pregando uma revolução das massas. Prego a revolução de cada um!
Ao invés de estarmos celebrando a alegria por estarmos vivos e saudáveis, todos os dias, parece que muitos, a maioria talvez, preferem, todos os dias, toda hora, irritar-se, condenar e xingar, sempre apontando os erros “dos outros”. E nós mesmos, eu, você, quantas vezes erramos, falamos besteiras e nos julgamos acima do bem e do mal?? Estaríamos virando “fariseus”? Aqueles que “o Cara lá de cima” chamou de sepulcros caiados, podres por dentro e bonitos por fora??? Não gosto dessa imagem e acredito que ninguém goste. Mas temos que se considerar essa feia e grave possibilidade. Esse discurso é bem velho e já foi batido e trilhado milhões de vezes. Mas os resultados não apenas não apareceram como estão ficando cada vez mais distantes. Vivemos num dos países mais ricos do planeta, que possui riquezas e potenciais para sustentar – com folga – todos os seus habitantes! Um país que tem todas as condições materiais e ambientais para gerar uma nação saudável, forte e independente, de um povo com qualidade de vida – para todos, ou ao menos para a maioria. E não apenas para alguns privilegiados que se julgam “ungidos por Deus” – e acima da lei! Cansa e irrita ouvir essas coisas. E deve ser por conta daquela velha máxima: A verdade, dói! ”. Vamos passar por essa tempestade, e um dia poderemos contar aos netos como vencemos essa guerra. Contra nós mesmos!
Depois de mais domingo cheio de pesadelos ao vivo e a cores a segunda-feira, ontem trouxe para mim duas grandes tristezas. Perdemos dois geniais brasileiros: Adir Blanc e Flávio Migliacio. Dois artistas de grande valor e de muito talento, que produziram obras de arte responsáveis pela alegria de muitos e também responsáveis sentirmos orgulho de ser brasileiros. Aldir Blanc produziu letras de músicas que desenham a alma dos brasileiros e Flávio Migliaccio em cena sempre me trazia um retrato pronto e acabado do brasileiro, como ele é! Grandes brasileiros que se foram… Mas deixaram suas marcas por muitos e muitos anos. Flávio em seu derradeiro papel disse mais uma grande verdade: A Humanidade não deu certo! Não defendo instintos suicidas mas dou razão a Flávio, especialmente neste triste momento do Brasil e dos brasileiros. Que descansem em paz, Aldir e Flávio! E que possam saber que cumpriram, muito bem, o seu papel de brasileiros, de cidadãos conscientes e responsáveis, que souberam alegrar nossas vidas com sua arte. Dia desses alguém reparou que 2020 está cada dia mais terrível, e não chegamos ainda no meio do ano. Mas meu otimismo não tem remédio: A vida vai melhorar! “Sentindo um frio em minh’alma/te convidei pra dançar; a tua voz me acalmava/ são dois pra lá dois pra cá…” Um dia isso tudo vai passar e voltaremos a sorrir e cantar!