Festa do Chimarrão 224269
04/06/2020 às 07:58
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Quirera Gourmet – 04/06/2020

Quirera Gourmet
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As coisas boas, essas lindinhas!

Os dias seguem como se nada estivesse acontecendo no planeta terra e em todo o universo, embora neste último a gente não tenha certeza – conhecemos só um pedaço dele. Falo porque o sol brilha, estamos no outono, a temperatura já está mais baixa, as noites ficam mais longas e os dias mais curtos. A vida segue seu curso, mesmo com falta de chuva, os rios quase secos e as árvores perdendo suas folhas, preparando-se para a chegada do inverno. Tudo rigorosamente dentro das previsões e fiel ao que já vimos acontecer antes, muitas vezes. Menos o Coronavírus, o único do universo que ninguém, rigorosamente ninguém, ouvira falar antes. Mas não acho que ele seja uma novidade, novidade eu chamo as coisas boas que acontecem. Elas, as boas coisas que surgem, muitas vezes são invisíveis aos olhos e aos demais sentidos. E acabam anônimas, ninguém nota, porque não têm nome, raramente são fotografadas e não se sabe onde moram, ou onde vivem e muito menos porque resolvem dar sinal de vida. Sua presença – a das coisas boas – sempre é efêmera, não dura, dizem que não há bem que sempre dure…

As coisas boas vêm e vão como o vento, não se sabe quem soprou aquela refrescante sensação nos dias de forte calor e mormaço. Elas provocam alívio no corpo – e a sensação chega até a alma da gente, de graça, sem ninguém pedir e sem cobrar nada pela sua aparição. Talvez por isso sejam pouco comentadas, ninguém fala delas, são gratuitas e assim não são valorizadas…. Muita gente acha simplesmente que as coisas boas são sensações naturais, como a fome ou a sede. Nas poucas vezes em que viram notícias sua fama é rápida e logo são substituídas por coisas ruins, tristes e até trágicas. Notícia de coisas boas não dão ibope, garantem os entendidos, ninguém comenta, nem se dá bola. Já as ruins recebem tratamento VIP, são faladas e comentadas por horas, dias, meses e até anos. As boas ganham lá um registro rápido e sucinto na imprensa. Nós achamos que as coisas boas são impessoais, não têm relação com qualquer pessoa, nem alegram ou beneficiam um grupo de pessoas. A coisas boas são de todos, não têm direito de uso exclusivo, ninguém possui certificado de propriedade sobre elas.

Dar bola para coisas boas é chover no molhado, ninguém dá bola, ninguém ri, nem bate palmas pra elas e o mais comum são as coisas boas passarem e serem completamente ignoradas. Mas hoje, não! Comecei a pensar nisso hoje cedo, debaixo do chuveiro de água quente, sol batendo na janela mostrava lá fora o céu bem azul sem nenhuma nuvem. Depois tomei um copo de iogurte de morango, comi umas bolachas cobertas com chocolate, e vesti aquele agasalho que é meu preferido há pelo menos uns 15 anos e que vou usar até alguém exigir que eu troque por outro, sem furos e sem as marcas do uso. E resolvi sentar no computador para escrever sobre coisas boas. Porquê das ruins estamos de saco cheio – e não se fala mais nisso. É uma espécie de troco, dado pelas coisas boas, pelo menos hoje. No almoço vai ter uma sopa de capeletti, cujo caldo já está mandando seu recado cheiroso, diretamente da cozinha. As coisas boas são sutis ao extremo, é preciso estar sempre alerta para não perder a oportunidade de curtir suas delícias. E elas não são poucas….

Lembrei agora que hoje também é dia de dar água para minha vasta plantação de rúcula, no minúsculo, porém simpático vaso que chamo de lavoura na sacada do apartamento, que para mim é a horta e o jardim. Minha companheira fez reforma agrária na horta, para cultivar seu jardim por ali mesmo. Eu concordei com a reforma agrária, porque flores e verduras se dão bem, eu acho. No regar a horta notei que o pé de camboatã que mora em frente à sacada começou a amarelar suas folhas e em breve estará pena-e-bico, só com os galhos. Daí vai ser possível acompanhar o vai-e-vem das pessoas pela Passos Maia. Moro bem no centro dessa cidade de Xanxerê, criada no ano da graça de 1954, o mesmo em que eu nasci. Daqui a pouco vou atravessar a rua e ir até a lotérica, fazer a tradicional fezinha na megasena das quartas-feiras. O sonho não é acertar sozinho, nem ganhar um caminhão de dinheiro. O sonho é sonhar que vou ganhar o suficiente para ir visitar minha filha que mora na Austrália, é a neném, mas tem 31 anos e está com muitas saudades do pai, e eu dela! A saudades é uma coisa muito boa, e vem quando a gente menos espera, essa danadinha!

Depois do almoço – para fazer jus aos primeiros tempos de aposentado já está agendada aquela deliciosa hora da sesta, ou daquela dormidinha tradicional, sem culpa, nem pressa, que ninguém é de ferro né? Não encontrei ainda motivo para reclamar da vida de aposentado. Lembrei até dos primeiros tempos em que comecei a trabalhar e assumir responsabilidades diárias, época em que era comum a gente falar que queria descobrir – e encher de porrada – o cara que inventou o trabalho. Depois viciei no trabalho e se não fosse trabalhar num dia útil, parecia que estava faltando um braço, o dia ficava deficitário, sem graça. Mais adiante, com a idade, o trabalho começou a cansar, e a rotina passou a ser cansativa. Hoje, por enquanto ainda não deu saudades do trabalho diário, de todos dias, de tal a tal hora, ou sem hora para terminar, inclusive nos finais de semana. Então não tenho porque reclamar, e muito menos achar que a vida não tem ou não nos traz coisas boas…traz sim, sempre tem! A gente é que fica meio abobalhado com o tempo… A vista fica curta e a cabeça tem preguiça de notar, mas as coisas boas existem, são muitas e sempre serão bem-vindas! Saúde e vida longa a elas!

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